Vicino ma non troppo


Foi esta a mensagem de Xi Jinping para dentro do País e dirigida ao Vaticano.
Vicino ma non troppo é como Xi Jinping quer que decorra o processo de aproximação entre a Igreja Católica e o Estado Chinês.
Um Estado que se quer independente, imune a influências estrangeiras, fiel aos valores da cultura tradicional chinesa (Xi Jinping não se cansa de bater esta tecla) e ao Partido Comunista.
Este discurso de Xi Jinping, por muito que o Vaticano o menorize, não deixa margem para dúvidas - nos próximos anos, especialmente no consulado de Xi Jinping, a Igreja Católica ainda vai ter que viver na (quase) clandestinidade na China.
Continuará a haver espaço para a chamada Igreja Patriótica, controlada pelo Estado Chinês e com figuras nomeadas por esse mesmo Estado e não pelo Vaticano.
A Igreja Católica, obediente ao Vaticano, com um número de fiéis que não pára de crescer no interior da China, e é isso que verdadeiramente assusta o Poder, não sejamos ingénuos, continuará a ser ignorada oficialmente.
Existe, ganha força e fiéis, mas é ignorada, apesar de hipocritamente tolerada (o diálogo com a Santa Sé é uma realidade e vai continuar nos bastidores), pelo Estado Chinês. 
Vicino ma non troppo.

Comentários

  1. Não me parece uma atitude muito inteligente nem muito correcta da China...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O grande problema é que a China se está nas tintas para a correcção, São.
      Especialmente esta geração de líderes.

      Eliminar
  2. Com o decorrer do tempo, por vezes, séculos, tudo muda.
    A fé e a sua expansão movem montanhas. ora, mover um pequenote é bem mais fácil.

    beijinho, Pedro!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. CÉU,
      Francisco tudo tem tentado, com diplomacia, sem alarido, para aproximar o Vaticano e a China.
      Como refere o Ricardo mais abaixo o regime chinês assustou-se com essa perspectiva.
      Beijinhos

      Eliminar
  3. Amen, Pedro.

    O poder é muito assustadiço com a abertura das mentalidades, seja aqui, seja na China.

    Aquele abraço e votos de excelente semana para si e suas princesas.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Aqui assusta-se com as sombras, Ricardo.
      É uma pena que a visão seja tão curta.
      Até porque o número de católicos e de vocações não pára de crescer por estas bandas.
      Aquele abraço, boa semana para si e as suas princesas

      Eliminar
  4. ~~~
    O ocidente deu um voto de confiança à China, que parece empenhada em mostrar que não está à altura da confiança depositada.

    Os Jogos Olímpicos de 2008 são um exemplo.

    ~~~ Beijinhos. ~~~

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Esta geração de líderes foi buscar muitas influências ao maoísmo, Majo.
      No que isso tem de pior e de mais sinistro.
      Beijinhos

      Eliminar
  5. A República Popular da China não é a verdadeira China. Esta confunde-se erroneamente com o Partido Comunista, que tudo tem feito desde 1949 para destruir civilizacionalmente, culturalmente, etnicamente e linguisticamente a China. A verdadeira China, a idealizada pelo grande Sun Yat-sen, que era cristão e pró-democracia, encontra-se confinada à ilha de Taiwan. Por este andar, tudo o que restar da verdadeira China só poderá ser encontrado mesmo em Taiwan enquanto este continuar a recusar-se a integrar a uma república que nada lhe diz, pois Macau e Hong Kong, com o passar do tempo, tornar-se-ão mais dois territórios 100% chineses.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Xi Jinping foi bem claro ao fazer apelo aos valores tradicionais do PC chinês, FireHead.
      Infelizmente para todos, até para as duas RAE's, Xi Jinping está a confirmar o que dele mais se temia.

      Eliminar
  6. Quando se vislumbram mudanças, na China ou em qualquer lugar, o Estado tende sempre a ignorar, a fazer de conta. Mas às vezes a corrente é maior que o dique.

    Abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Na China é muito complicado, AC.
      O Estado controla tudo.
      Com mão de ferro.
      Aquele abraço

      Eliminar
  7. O Xi Jinping deve seguir aquela máxima popular " Cuidados e caldos de galinha..."

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. De uma ortodoxia que assusta, Carlos.
      Já se previa que esta geração de líderes fosse dura.
      Está a revelar-se muito dura :(

      Eliminar
  8. Vão disfarçando para não parecer mal.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Só o Vaticano, Diana Fonseca.
      Porque Pequim nem se dá ao trabalho de disfarçar.

      Eliminar
  9. Quem é católico apesar de tudo isso, deve ter mesmo fé, além de coragem.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Estas posições de Pequim em nada abalam a minha fé, Gábi.
      Apenas a crença numa normalização das relações com o Vaticano para os tempos mais próximos.

      Eliminar
  10. De repente lembrei-me dos cristãos perseguidos e atirados aos leões...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não são atirados aos leões mas são remetidos para uma situação de clandestinidade hipócrita, Golimix.
      Sabe-se quem são e onde estão mas finge-se que não se sabe nem se vê nada.

      Eliminar
  11. " (...) a Igreja Católica ainda vai ter que viver na (quase) clandestinidade na China"

    Alguma vez deixará de ser assim?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Tenho esperança que um dia haja normalização de relações entre o Vaticano e a China.
      Mas esse dia parece que ainda está longe...

      Eliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares