Cabala, dizem eles


Um pouco por todo o Mundo haverá motivos para escrever acerca dos já famosos Panama Papers.
Seja para elogiar a iniciativa e a transparência que a operação pode permitir, seja para criticar o sentido que a mesma toma, só a indiferença não se afigura neste momento possível.
À medida que mais pormenores vão sendo conhecidos, e mais figuras vão sendo envolvidas, maiores e mais variadas se tornam essas reacções.
No rol das mais recentes deve incluir-se a do jornal Global Times, um jornal em língua inglesa do grupo Diário do Povo, claramente engajado com o regime político chinês.
O jornal que qualifica o escândalo Panama Papers como uma cabala, uma perfídia com alvos políticos, tendo no comando interesses norte-americanos.
Norte-americanos que não são citados em momento algum desta mega operação, refere o jornal.
Sendo verdade que, até ao momento (mais para a frente estamos para ver...), não são referidos interesses norte-americanos, dando de barato que este escândalo poderá realmente servir outros fins para além da transparência e do conhecimento dos circuitos de lavagem de dinheiro e fuga ao fisco, também não será muito surpreendente esta reacção do Global Times quando já se sabe que a Mossack Fonseca tem mais escritórios na China do que em qualquer outro país, que elementos ligados ao poder político chinês estão envolvidos neste imbróglio, que o escritório da Mossack Fonseca em Hong Kong era o que atendia um maior número de clientes, que a maior fatia de donos de offshores registados na Mossack Fonseca são provenientes da China, logo seguida de Hong Kong, Região Administrativa Especial da República Popular da China.
Ensina-nos a sabedoria popular que quem não se sente não é filho de boa gente.
Ensina-nos a sabedoria futebolística que a melhor defesa é o ataque.
Apetece comentar que fica a ideia que as autoridades chinesas conhecem e dominam bem ambas.  

Comentários

  1. Esta é uma daquelas que foi investigada e veio a lume mas quantas outras Mossack Fonseca haverá????
    Um abraço e boa Quinta-Feira.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Muitas, Francisco, muitas.
      O que é curioso é esta reacção das autoridades chinesas.
      Não é por dizerem que o vizinho também se porta mal que ficam bem no retrato.
      Aquele abraço, boa quinta-feira

      Eliminar
  2. Pedro, já parece aquele tipo que governou a RAM, durante quase 40 anos, que tinha a "teoria da cabala".

    Aquele abraço, meu caro.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Um terço das empresas até agora mencionadas são empresas chinesas, Ricardo.
      Do interior da China e de Hong Kong.
      Contra factos....
      Aquele abraço

      Eliminar
  3. Será Mossack Fonseca a ponta do icebergue, Pedro?
    Abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Essa é a pergunta do milhão de euros, António
      Aquele abraço

      Eliminar
  4. Eu estava a achar estranho Hong Kong ter ido meter o belho no meu Blog , Pedro.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O escritório da Mossack Fonseca em Hong Kong passa por ser o mais movimentado dos muitos que a sociedade tem um pouco por toda a parte, Karocha

      Eliminar
  5. Num escândalo deste nível é natural que apareçam críticas e opiniões de ambos os lados !
    Ou seja : daqueles a quem interessa empolar a situação e daqueles a quem interessa abafá-la ou reduzir o impacto !
    Para quem está por fora torna-se difícil avaliar quem estará certo ! (???)
    ... e certamente que já estão a surgir e irão aparecer muitas outras a quem uma das duas posições interesse mais !

    Abraço, Pedro !

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Uma típica situação de tentativa de desviar as atenções, Rui.
      A China é perita nisso.
      Porque é que não assumem aquilo que já todos sabemos??
      Se querem, ou não, lidar com a situação, é outra questão.
      Aquele abraço

      Eliminar
  6. Vamos ver se todo este alarido, não será mais um processo que irá morrer na praia, Pedro!
    Há gente, governos e empresas muito importantes envolvidas no esquema.
    Mas quem sou eu para falar de um assunto tão complexo?

    Beijinhos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não sei se terá tantas consequências quantas as que se esperam, Janita.
      Mas vai ter algumas de certeza.
      Aliás, já está a ter.
      O islandês que o diga.
      Beijinhos

      Eliminar
  7. Tantas perguntas sem resposta...
    Este mundo está muito inquietante!
    beijinhos

    ResponderEliminar
  8. Eu devo estar numa fase muito, muito descrente da minha vida porque não me interessou nem me chocou mais que as habituais notícias do género...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Vamos ver o que vem a seguir, Maria do Mundo.
      Esta postura de tentar desviar atenções, típica da China, é que me dá vontade de rir.

      Eliminar
  9. Londres, Hong-Kong... Luxemburgo, Holanda... explicam de forma soberba vidas, atitudes e políticas. Basta pensar um bocadinho. Um mundo carregado de comissionistas, procuradores, trapaceiros, agiotas, gananciosos e ilusionistas.
    Tudo será ultrapassado para que continue tudo na mesma: basta fazer um up-grade da malandrice.
    Há 20 anos que se fala no assunto. O proveito imediato tem sido da informação.
    Abraço, Pedro.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O que é mais curioso é verificar que ainda há quem insista em tapar o sol com a peneira num mundo globalizado, Agostinho.
      Um terço das empresas referidas nos Panama Papers são da China e de Hong Kong.
      Contra factos não há argumentos.
      Faltam empresas e pessoas norte-americanos?
      Esperamos que também se lá chegue.

      Eliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares