Portugal vota ao centro

 

O rescaldo das Europeias é relativamente simples e cristalino.

O PS vence, citando António Costa, por poucochinho.

Mas vence.

Tem mais votos, mais mandatos.

Curiosamente, a AD também vence.

Relativamente às últimas Europeias, tem mais votos e mais mandatos.

A mensagem do eleitorado é óbvia e repete-se - conversem, cheguem a entendimentos.

Entendimentos ao centro, incluindo nessas conversas um dos grandes vencedores da noite, a Iniciativa Liberal.

O Partido consolidou-se e o efeito Cotrim de Figueiredo foi óbvio.

O País não quer ir para eleições legislativas novamente, quer diálogo, entendimentos, estabilidade.

O que abre caminho para pensar nos perdedores da noite.

A começar pelo CHEGA.

Quando não há voto de protesto, há um péssimo cabeça de lista, e um André Ventura na sombra, o Partido definha.

O CHEGA é André Ventura e mais uns patuscos que o ajudam a berrar contra o sistema, só isso.

Líderes na sombra, e no caso do Livre até a torcer o nariz à escolha do cabeça de lista, dão derrotas anunciadas.

Uma derrota que Rui Tavares até deverá ter festejado porque representou o fim do adversário interno, Francisco Paupério.

No domínio da bizarria, o Livre concorre com o PAN.

Outro dos claros derrotados da noite.

Inês Sousa Real, a tal que à boleia da defesa dos animais e da Natureza queima tudo à sua volta, acabou ela própria queimada.

Ainda que tendo, também ela, afastado mais um dos possíveis adversários internos.

Para acabar a bizarria em apoteose, o Bloco de Esquerda e o PCP.

A festejar mais uma perda de votos, mais um passo rumo à extinção anunciada.

Opinião muito pessoal, um e outro ficam a dever o deputado eleito aos dois fortes cabeças de lista que apresentaram e que lhes permitiram fixar eleitorado.

Muito poucochinho (outra vez) para festejar.