Sem surpresas

Não houve surpresas.

Nos Oscar e nos resultados eleitorais em Portugal, ganhou quem era favorito à vitória.

Com a grande diferença de não ter havido um Oppenheimer em Portugal.

Se o filme de Christopher Nolan foi um vencedor retumbante, a AD foi um vencedor por poucochinho.

Ainda assim, um vencedor.

A confirmar o puxão de orelhas eleitoral ao PS.

Já o tinha aqui referido, vinco essa opinião – o discurso de vitimização do PS só passou dentro do partido.

Não foi Marcelo Rebelo de Sousa, não foi Lucília Gago.

O grande inimigo do PS foi o próprio PS.

Que desperdiçou uma oportunidade única de governar e transmitir estabilidade política ao País numa fase tão sensível.

O eleitorado percebeu e não gostou.

Como é dos livros, votou em protesto ou nem sequer votou.

Só assim se compreendem a forte taxa de abstenção (ainda assim inferior a outros actos eleitorais) e a votação massiva no CHEGA.

Também como era expectável, o País virou à Direita.

Não há maiorias parlamentares, de partidos ou coligações.

O povo quer que os partidos dialoguem, cheguem a acordos, a consensos.

A provar essa ideia, o voto em quem manifestou a intenção de dialogar – Livre (mudou radicalmente de discurso depois de conhecer os resultados eleitorais) e Iniciativa Liberal.

Acto eleitoral tranquilo, sem sobressaltos (excepção para os idiotas da Climáximo), mas com uma rábula a merecer reflexão futura.

Obviamente os votos na ADN, só compreensíveis por óbvia associação à AD.

O povo quer que os 50 anos de Abril sejam celebrados em diálogo.

E o povo é mesmo quem mais ordena.

Conversem e entendam-se ou serão depois responsabilizados nas urnas.