Privatizar é preciso




Chama-se Javier Milei e é o Presidente eleito na Argentina.
O aspecto pitoresco é só o princípio de um rol de peculiaridades associadas à personagem.
Javier Milei é mais um dos populistas que se afirma eleito para acabar com a casta política.
Se alguém recordar Groucho Marx estará no caminho certo.
Mas Javier Milei é muito mais que um tipo que não suporta os tipos que gostam de tipos como ele.
Javier Milei é o homem que diaboliza o Estado.
O economista ultraliberal que quer privatizar tudo.
Que inclusivamente aventou a possibilidade de privatizar os rios.
O Presidente que quer extinguir uma série de ministérios, que quer acabar com o Banco Central, que quer acabar com a moeda.
O mesmo que não acredita nas alterações climáticas (são uma ficção da esquerda), que abomina o aborto, que recusa discutir ideologias de género.
E que afirma sem rodeios que pode passar semanas sem ejacular, ele que era praticante e formador de sexo tântrico.
Que também afirma que fala directamente com o Divino.
Isto nos intervalos das conversas que tem com os seus cães, clonados do falecido Conan, este último baptizado em homenagem a Conan o Bárbaro.
Imediatamente felicitado após a sua eleição pelo seu guru, Donald Trump, Javier Milei consegue ser um personagem muito mais bizarro que a sua musa inspiradora americana.
E, ainda assim, com toda esta bagagem, Javier Milei conseguiu uma maioria dos votos na Argentina.
Porque os argentinos queriam algo diferente, estavam fartos de vinte anos das mesmas caras, das mesmas pessoas, das mesmas políticas.
E usaram nas urnas a moto-serra que Javier Milei transportava na campanha eleitoral.
Para cortar com o passado.
Mesmo sem poderem prever o futuro.
Mais uma lição para as lideranças mundiais, tão distantes destes fenómenos populistas que os encaram como simples folclore.

Comentários

  1. INICIATIVA LIBERAL

    A Argentina, desesperada e sem rumo, votou num marginal que defende a liberalização da venda de armas e de órgãos e se opõe ao aborto, à eutanásia, ao banco central e à regulação do mercado. Além disso fala com o Divino através dos seus cães.

    É neste doente mental que a IL se revê e cuja eleição a desvanece!
    Boa noite, Pedro

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    1. As políticas dele atingem o domínio do insano, Célia.
      E os argentinos elegeram-no.
      Só o desespero pode explicar isso.
      Sonhos cor de rosa

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  2. É caso para se dizer que os argentinos foram de mal para pior.

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    1. Repito, Catarina, só o desespero pode explicar esta opção.
      E o desespero nunca é bom conselheiro.

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  3. A Argentina escolheu esse louco. Nós tivemos um parecido até ano passado...abraços, chica

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  4. Cada vez mais quem detém o poder e governa tem mesmo que reflectir sobre os motivos que levam a eleger criaturas completamente incapazes e com toda a probabilidade de causarem tragédias nacionais e até, nalguns casos, internacionais.

    Começo a ficar feliz por ter 74 anos.

    Bom resto de semana, Pedro.

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    1. Esta criatura parece saída de um filme, São.
      Como é que se vota nisto??

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    2. Pois, também gostaria de perceber...

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  5. Mais um maluco que defende ideias que não lembram ao diabo.
    Beijos

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    1. E tem meio país a apoiar as maluqueiras que diz, Manu.
      Beijos

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  6. Completamente doido!
    Ainda bem que não estamos em situação de desespero e somos Europa!

    Abraço

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  7. Dois Trumps no mundo... é de ensandecer.
    O homem é fisicamente estranhíssimo, diz coisas ainda mais estranhíssimas e foi eleito presidente da Argentina. Como foi possível?! Apostou no desespero do povo e saiu vencedor.
    Beijo.

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  8. Javier Milei foi eleito por uma percentagem de eleitores descontente com a bagunça chamada Argentina.
    O homem é uma besta!
    Abraço

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    1. Uma percentagem MUITO GRANDE, António.
      Tão descontente que foram eleger esta coisa.
      Abraço

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  9. Mais uma democracia suicidada... certamente irão ter algum trabalho para a recuperar... sobretudo, quando começarem a sentir na pele, ainda mais, os benefícios das privatizações...
    Vai ser didáctico para as gerações mais novas quando derem pelo erro da escolha lá, adeptas da mudança, sobretudo... e que em todo o lado, dão as liberdades como garantidas por terem nascido nelas...
    A case study... para os próximos tempos, que talvez nos faça reflectir melhor por cá... ou embarcar em idiotices radicais... acho que também estamos a precisar de um abre olhos, pois em 50 anos... tendemos a esquecer do tempo das sardinhas para 4, de tempos idos, em que andava tudo bem fit, no nosso país... e sem ir a ginásios...
    Beijinhos
    Ana

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    1. É muito isso, Ana.
      Pessoas que nasceram em liberdade e que a dão por garantida.
      Esperemos que não venham a ter uma muito má surpresa.
      Beijinhos

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  10. O passado está aí para erros não serem repetidos;
    Boa continuação de semana e obrigada pela sua presença pela
    casa.
    janicce;

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    1. Só mesmo o desespero pode justificar uma opção como esta, janicce.

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  11. Não gosto nada do homem, Pedro...só me faz lembrar o louco do Trump.

    Beijinhos

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  12. Olá Pedro!

    Se tendo a gostar de iniciativas liberais, sim... admito. Mas para tudo há limites, não é mesmo? 😅

    Um abraço e uma ótima semana! 😄

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    1. Este passa TODOS os limites, Olavo.
      Até os do mais elementar bom senso.
      Um abraço

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  13. Só um povo muito desesperado poderia escolher semelhante criatura.
    Beijinhos

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  14. Mais um perigo à solta. Percebe-se o desespero do povo argentino, mas será este fulano a solução?

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