Um ano de guerra

Completa-se amanhã um ano, um ano desde o dia em que um assassino aspirante a Czar deu o passo impensável.

Putin, esse demónio em figura de gente, invadia a Ucrânia e deixava o Mundo à beira de um conflito de proporções bíblicas.

Um ano depois, muita morte, muita destruição, um conflito sem fim à vista porque afinal o assassino encontrou a resistência que nunca imaginou possível.

As sementes do ódio foram essas lançadas, germinaram e vão permanecer por gerações.

Os vizinhos, que até foram durante muitos anos integrantes do mesmo bloco, vão agora viver de costas voltadas ou no reino da desconfiança mútua porque um louco quis ficar na História.

E vai ficar na História.

Mas vai ficar exactamente com a imagem oposta à que procurava.

O primeiro-ministro português disse publicamente aquilo que tenho afirmado em privado – só haverá paz na Europa e no Mundo com a derrota militar da Rússia.

E não, ao contrário do que Putin afirma, não é a Rússia que se quer ver arredada do contexto civilizacional moderno.

É ele, é Putin quem está a mais e é ele e os que caninamente o seguem que todos queremos ver desaparecer de vez.

A derrota russa, a derrota de Putin é essencial porque a vitória russa só iria encorajar Putin e os seus discípulos a conquistar terreno e a reerguer e até alargar a extinta União Soviética.

Só com a derrota militar de Putin poderá haver diálogo com uma Ucrânia vitoriosa e paz e progresso na Europa.

Putin apostou tudo – ou ganhava e seria o Czar que dominava o Globo, ou perdia e desaparecia de vez.

Com este passo, conscientemente, condenou o povo russo a passar por uma longa fase de forte sacrifício.

Primeiro o sacrifício com o esforço de guerra, depois o sacrifício que a derrota militar implicará.