Diplomacia e boa educação

 

Esta mania de limpar o discurso de tudo o que possa ser ofensivo deixa-me intrigado.

Não estaremos a confundir diplomacia e boa educação à boleia do politicamente correcto?

A boa educação tem de ocupar um lugar central nas nossas vidas.

De todos e todos os dias.

Já a diplomacia deve ser deixada para quem exerce essa actividade profissionalmente e em contexto próprio.

Porque quando assim não é não se trata de boa educação, é mais falsidade e doutrinação.

E estas duas últimas devem ser evitadas a todo o custo.

Não se pode apontar uma injustiça, um erro crasso, porque pode ser ofensivo?

Será ofensivo se a chamada de atenção for feita em termos tais que conduzam obviamente a essa conclusão.

Martin Luther King ensinou-nos que “uma injustiça em qualquer parte é uma ameaça à justiça em toda a parte”.

Continua a ser assim, julgo eu.

Deixemos a diplomacia para os diplomatas e não esqueçamos nunca a boa educação, as boas maneiras.

Mas sem nunca virar a cara à injustiça em nome do politicamente correcto.