O fair play financeiro não é fair

 

Muito se fala em fair play financeiro especialmente nesta altura do ano quando os clubes procuram compor os seus plantéis.

Desenganem-se aqueles que pensavam que o objectivo era garantir maior competitividade e maior justiça.

Desde os seus primórdios, nos anos 60 na Alemanha, ainda que com outra designação, o que se procurava era garantir a sustentabilidade financeira dos clubes, o equilíbrio das operações de caixa.

Esta preocupação meramente contabilística originou um acentuar das desigualdades.

Os clubes mais ricos têm um acesso privilegiado ao mercado e funcionam muitas vezes como o embondeiro secando tudo à sua volta.

Até porque atraem investidores endinheirados ansiosos por se mostrar e exibir a sua fortuna tantas vezes obtida sabe-se lá onde e como.

Os mais românticos, que sonharam com um esquema semelhante aos draft das ligas profissionais de basquetebol e basebol, onde os pior classificados escolhem primeiro, já terão acordado desse sonho.

E o despertar terá sido doloroso.

O fair financeiro não veio aumentar a competitividade, veio acentuar a desigualdade.

O fair play financeiro é tudo menos fair.