Desumanizar o desporto
A desistência olímpica de Simone Biles é só o último exemplo de desumanização do desporto.
Simone Biles, que a todos deslumbrou com as suas capacidades e acrobacias sobre-humanas, errou.
E, como o erro não é permitido, desistiu.
Porque aos 24 anos, depois de muitos sucessos, a falha não lhe é permitida.
Na era do politicamente correcto, dos ídolos que terão de ser símbolos da perfeição que nós não atingimos, o erro é imperdoável.
Limpa-se o discurso do que pode ser ofensivo, mostra-se a face brilhante, desumaniza-se a pessoa.
Os atletas são pessoas, não são máquinas, ouvimos repetidamente.
O tal discurso politicamente correcto.
Depois exigimos que sejam máquinas, que tenham uma vida sem pecado nem pecadilhos, que não errem.
Especialmente em grandes competições.
Os deuses que criamos estão afinal cheios de demónios nas suas vidas.
Foi esse o desabafo de Simone Biles.
Infelizmente será só mais um grito que agora ecoa mas brevemente será esquecido.
Porque os nossos deuses são perfeitos, não erram, não falham.
Erros e falhas só a nós, simples mortais, são permitidos.
Só sei que desistiu, mas gostaria de saber o que realmente aconteceu.
ResponderEliminarEla fala de problemas mentais, demónios que precisa combater.
EliminarA competição ( na actualidade tão estupidamente inserida na vida humana desde a infância ) dá sempre péssimos resultados.
EliminarEstas pessoas sofrem exigências desumanas e é impossível que esse facto não tenha consequências graves para elas.
Totalmente lamentável e condenável!
Está aqui o último exemplo, São
EliminarEstamos a ver um número cada vez maior de atletas profissionais que se estão a debater com problemas de saúde mental. E mesmo nesta área, o apoio cultural e estrutural ainda está muito além de ser suficiente para abordá-los e ter efeitos positivos .
ResponderEliminarÉ uma vida de constante stress desde muito jovens. Não se pode dizer que tenham uma vida muito equilibrada.
O que todos esperam deles chega a ser desumano.
Queremos que sejam deuses, perfeitos.
EliminarSe é que os deuses são perfeitos.
Como são apenas humanos, muitos apenas pouco mais que crianças, acabam por quebrar.
O mundo da alta competição parece-me estranho, os atletas, penso eu, estão em permanente esforço para superarem as próprias marcas ou, pelo menos, as manterem. Suponho que tenham acompanhamento psicológico. Acontece que não somos máquinas, mas pessoas. Portanto...
ResponderEliminarJulgo que têm acompanhamento psicológico.
EliminarMas estão sob uma pressão desumana
A pressão que é imposta a estes atletas, causa-lhes estragos no foro psíquico. São tratados como coisas a quem se impõe mais do que seria humanamente aceitável.
ResponderEliminarSimone Biles denunciou tudo isso.
Abraço
Indignação momentânea, António.
EliminarDepois passa tudo.
Abraço
Uma atleta "máquina" que teve a coragem de assumir que não estava bem.
ResponderEliminarBeijos
Deu um murro na mesa bem audível, Manu.
EliminarBeijos
Oxalá o desabafo desta grande atleta não seja esquecido. Se há atletas-deuses, não deixam de ser humanos. Quem os fabrica vê neles máquinas. Que querem infalíveis. Só que nem estas o são. Nem os humanos.
ResponderEliminarUm abraço, Pedro.
Grito passageiro, acredito.
EliminarAmanhã volta tudo ao mesmo.
Um abraço
Errar é humano. Reconhecer o erro é heroico. Simone Biles pode estar menos bem de saúde, não física, mas mental, ao nível de concentração. A exigência por vezes "mata" a competência
ResponderEliminarUm abraço
Com todo o ambiente que tem rodeado estes Jogos é mesmo de dar em doido.
EliminarUm abraço
Subscrevo totalmente e ela e todos os outros fizeram muito bem em "gritar" ao mundo o que se passa nos bastidores a nível de pressões etc e tal. Hoje a saúde mental já começa a não tabu mas ainda falta muito caminho a percorrer.
ResponderEliminarBeijos e um bom dia
Se curamos uma constipação sem vergonha porque é que não havemos de curar outras maleitas com a mesma naturalidade??
EliminarBeijos
Não foi ela que reconheceu o erro, foram sim, os responsáveis que a obrigaram a desistir para evitar mais estragos.
ResponderEliminarFosse quem fosse, o grito foi bem audível.
EliminarNão há humanidade as pessoas são números que faturam, faturam e faturam...
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
E batem recordes, Isa Sá
EliminarBom dia
ResponderEliminarCada vez mais a sensibilidade humana tende a desaparecer .
E isto é um bom exemplo.
JR
Carne para canhão, Joaquim Rosario.
EliminarPor experiência sei que um atleta é cobrado demais e de repente, tão injustiçados por um simples errinho, não aguentam a pressão psicológica e até adoecem... abraços, chica
ResponderEliminarUm erro é imperdoável, chica
EliminarNestas competições ainda mais
Abraços
Em primeiro lugar a saúde mental. Só ela sabe...
ResponderEliminar.
Encontro no teu sorriso o espelho da alma
.
Beijo e uma excelente tarde!
Em primeiro lugar a saúde, Cidália.
EliminarBeijo
Respeito a tua opinião mas depois de pesquisar, creio que se passa exatamente o contrário. É por a saúde ser importante que ela teve de se afastar. De resto, penso que não foi forçada - e sim tomou ela mesma a decisão. Se calhar os outros - pelo país, ganância, fama, investimento - iam desejar que ela continuasse. Mas ela ficaria sobre grande risco de se lesionar e terminar para sempre a sua carreira se o fizesse. Já vimos tanto disso com as ginastas russas. NUNCA podiam desistir, sempre tinham de fazer algo melhor que as outras. Isso sim, uma situação psicológica terrível.
ResponderEliminarA noção de espaço é vital para uma ginasta. Os movimentos que elas fazem não ficam nada atrás de complexos e exigentes esforços físicos - quase sobre humanos. Uma falha pode significar morte ou paralisia.
Acho que ela fez bem e ao fazê-lo, chamou a atenção para este assunto do
Twisties (perda da noção de espaço e o que o corpo está a fazer) - que eu desconhecia ser algo que afectava estes atletas com bastante frequência.
Não sei quem tomou a decisão.
EliminarSei que foi a mais sensata.
Estas garotas perdem a juventude e são levadas ao extremo.
Até acabarem por quebrar.
Adenda: numa pequena nota de rodapé li que ela afinal retirou-se não só por problemas físicos mas assumiu que tinha problemas mentais. Nada foi elaborado e o que sei é que ela está a sentir uma onda de apoio.
ResponderEliminarAo pesquisar o seu nome, fiquei enojada com a descrição do site da sic notícias, que no google aparece assim:
«há 16 horas — Simone Biles foi criada por uma mãe toxicodependente, foi abusada sexualmente e conquistou 27 medalhas de ouro na carreira».
Se alguém me definisse pelas desgraças e casualmente para o fim mencionasse as minhas conquistas, levava na cabeça! Mas agora entendo a subtileza da implicação... Doença mental? Claro... teve uma mãe toxicodependente e foi estuprada. "Explicado!" A psicologia de algibeira e alguidar a que os media nos habituaram . Oh pá... não vão por aí!
Sic Noticias...
Abusada pelo treinador, acrescento eu.
EliminarUm tarado que abusou de todas as garotas que lhe passavam pelas mãos.
Vi a entrevista da Telma Monteiro, a chorar, depois de ter sido eliminada, que me deixou muito triste por ela. A Telma e tantos como ela, já não precisam de demonstrar o seu valor, quem não o reconhece, é só parvo.
ResponderEliminarO filho duma colega fez um trabalho para a faculdade, sobre a Vanessa Fernandes, ex atleta de triatlo, e o que encontrou deixou-o abismado. A pressão que eles colocam sob si mesmos é desumana e deviam ter alguém capacitado a acompanhá-los e a treina-los não só fisicamente, mas também psicologicamente.
Acho que a Simone Biles tomou a atitude correcta, e ninguém tem o direito de a julgar.
São levados ao extremo, Magui.
EliminarAté mesmo à beira do abismo.
Para ver se caem ou não.
A Vanessa Fernades, filha do Lau (Venceslau Fernandes) é um bom exemplo.
Nem sei que diga, Pedro.
ResponderEliminarSoube da desistência da atleta e penso que tomou a atitude certa, perante a sua incapacidade psicológica para continuar.
Beijinhos
Não aguentou UMA falha, Janita.
EliminarEla que teve tantos momentos a roçar a perfeição.
Desumano.
Beijinhos
Em nada me surpreende e, como ela, certamente outros com menos coragem de dizer basta, sofrem. Mas este é o resultado da cultura de competição criada seja no desporto - área em que é mais visível - seja na educação. Talvez não fosse má ideia pensarmos na pressão em que muitos dos nossos miúdos , adolescentes e jovens crescem para tentarem ser os melhores da turma disto e daquilo.
ResponderEliminarMuito vezes pressionados pelos próprios pais.
EliminarQue descarregam nos garotos as suas frustrações e desilusões.
Há uma carga enorme sobre os ombros dos atletas. Nem sempre suportam. Grande abraço, Pedro.
ResponderEliminarA idade dela é a idade da minha filha Catarina, betonicou.
EliminarUma perfeita brutalidade.
Grande abraço
Fiquei muito triste com a notícia da desistência desta atleta.
ResponderEliminarNós habituamo-nos a achar que quem tem este tipo de capacidades físicas é porque é um "rochedo" a nível emocional. Pelos vistos, nada mais falso.
Eu via na Simone a Nádia da actualidade... e estava ansiosa por ver onde conseguiria chegar este "furacão" acrobático. Espero que daqui a três anos ainda a possamos ver brilhar em Paris!
Fico a torcer para que sim.