Declaração de amor a Macau em tempo de presidenciais em Portugal

 

Não, não vou para o slogan “amar a Pátria, amar Macau”.

Os slogans de pouco valem se não são vividos.

Mas amo a minha Pátria e amo Macau.

Macau ficará para sempre na minha vida, seja qual for o rumo que ela tomar no futuro.

Cheguei aqui no dia 1 de Outubro de 1995.

Dia bonito, soalheiro, festivo.

E mostraram-me Macau.

Gostei de tudo, foi verdadeiramente amor à primeira vista.

Depois de ver a cidade voltei a casa com as duas primas que me acolheram e mimaram.

Estava a TDM a passar um debate entre os mandatários locais da candidatura de Jorge Sampaio (Jorge Neto Valente) e Aníbal Cavaco Silva (Henrique Senna-Fernandes).

Gente bem educada, culta, com fino sentido de humor, que tornava o debate vivo, interessante, que se respeitava.

E comentei com as minhas primas que quase de certeza me iria dar bem em Macau.

Estava longe de imaginar o quanto.

Macau mudou a minha vida, mudou-me enquanto pessoa, deu-me felicidade.

Por isso mesmo barafusto quando a vejo ser maltratada, não consigo ficar calado.

E continuo a pensar que um debate deve ser aquilo que Jorge Neto Valente e Henrique Senna-Fernandes protagonizaram.

Não seria má ideia mostrá-lo aos candidatos presidenciais em Portugal que tão triste figura têm mostrado nestes dias de campanha…

Macau ensina-nos a ser tolerantes, a viver próximo do outro e do Poder.

Lições que ficam para a vida, que nos enriquecem.

A menos que, contrariando o conselho que me deram no dia 1 de Outubro de 1995, queiramos trazer Lisboa/Coimbra para Macau.