Confinamento

 

Desde garoto tenho o hábito de procurar perceber o significado do que me dizem.

Um hábito, uma mania como dizia a minha mãe em tom queixoso, que não se perdeu com a idade.

Pode até ter-se agravado porque com o passar dos anos terei passado a acumular o ser chato com o ser rezingão.

E foi esse chato rezingão que insiste ser parte de mim que foi procurar o significado de confinamento.

Uma palavra repetida à exaustão mas que parece ainda não ter sido compreendida em todo o seu significado.

Cito o dicionário Priberam que nos ensina que confinar é “estado ou condição de quem está fechado, impedido de sair, geralmente por razões de saúde ou segurança”.

Sinónimo de clausura, retiro, isolamento.

Tudo o que é absolutamente necessário quando os casos de contágio por Covid não diminuem.

Olho para a crueldade dos números que me chegam de Portugal e tremo.

Tremo ansioso pela possível exposição de familiares e amigos a este vírus teimoso e altamente contagioso.

E tremo ansioso e nervoso por ver que ainda vai sendo encarado com alguma sobranceria.

Não, não é o vizinho; não é o Governo, este ou qualquer outro.

Sou eu, somos nós, um a um, que temos que perceber o que é confinamento e cumprir rigorosamente o seu significado.

Dia a dia, todos os dias, até se poder passar para uma nova fase do recente jargão, a imunidade de grupo.

A fase em que a liberdade perdida nos poderá ser restituída a pouco e pouco.