Apontar o dedo é feio
Desde muito novo ouço dizer que apontar o dedo é feio.
Confesso que enquanto garoto me fazia alguma confusão esta regra.
O que é que tinha de tão especial, e de especialmente negativo, apontar o dedo a alguém?
Pouco a pouco fui percebendo que apontar o dedo é sinónimo de aligeirar responsabilidade própria, tentar transferi-la para o outro.
Tudo o que tenho visto fazer nesta maldita pandemia que insiste em nos atormentar.
Foi culpa dos chineses e dos morcegos; foi culpa do Trump, do Bolsonaro; é culpa do Costa, da Marta Temido, dos ingleses, dos sul-africanos, do vizinho que sai quando eu fico em casa.
Nunca é culpa minha que eu sou cumpridor e rigoroso.
Só saio para ir ao supermercado, à farmácia, à igreja, fazer o meu passeio higiénico, levar o cão à rua porque precisa de fazer as suas necessidades.
Só isso.
Se fossem todos como eu…
Vai sendo mais que tempo de todos nos olharmos ao espelho e ver que o retrato se calhar não é assim tão favorável.
Quando o fizermos, quando nos lembrarmos o que nos ensinavam na infância, estaremos mais perto de vencer o estupor do vírus.
O tempo de apontar o dedo já passou há muito tempo. As pessoas deveriam preocupar-se mais com o seu próprio comportamento, como o Pedro sugere, e seguir as recomendações dos nossos profissionais de saúde, mesmo que o cansaço mental se comece a instalar de forma muito decisiva.
ResponderEliminarMas, confesso Pedro, que ultimamente – ao fim de quase um ano de não ver a minha filha e a família, de não ter a oportunidade de tratar assuntos em Portugal pessoalmente e ter que recorrer a advogados que cobram um “balúrdio” para assuntos simples que eu própria poderia tratar, de não ter convívios com os poucos familiares que tenho nesta cidade e com os muitos amigos que tenho a sorte de ter, de não poder viajar e dar um salto a Buffalo para ir às compras, de não poder abraçar quem eu quero abraçar, ou de dar uma beijoca sem máscara no meu pequenino – até eu me apetece apontar o dedo para o “local” de onde veio a SARS e o Covid... Depois penso naqueles que sofreram e os que estão a sofrer e volto rapidamente à realidade tentanto esquecer certas “trivialidades”. : )
O Pedro apontou o dedo com perfeição e a Catarina enriqueceu o texto com a sua opinião.
EliminarCatarina e Teresa - não apontar o dedo não implica que não se diga de vez em quando uns $%^%&(&^$&^&
EliminarQuantas vezes os digo!
Mas depois é tempo de respirar mais calmamente.
Bom dia
ResponderEliminarInfelizmente há muita gente que não conhece a oração da confissão .
JR
E que tem cara de pau, Joaquim Rosario
EliminarApontar o dedo é fácil....cumprir as regras já é mais complicado....
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
O célebre olha para o que ele diz não olhes para o que ele faz
EliminarA minha avó costumava dizer que sempre que se apontava o dedo a alguém, os outros 4 apontavam para nós.
ResponderEliminarAbraço e saúde
Sabedoria de avós, Elvira.
EliminarTambém ouvi isso muita vez.
Abraço e saúde
Subscrevo inteiramente e só saio quando tenho algo urgente a fazer. O passeio higiénico, faço em casa todos os dias e várias vezes - sala , cozinha, varanda, quarto e volta atrás e vai em frente:). Cão não tenho, compras no super Modelo uma vez por mês ( fruta aqui mesmo num mini mercadinho) e ir ao lar agora duas vezes por mês para apoio à minha mãe. Na volta e como é muito perto vou dizer adeus à filha, genro e as duas netas mais velhas e claro fazer uma festa aos meus canitos que até choram se não me abeirar do portão e venho para casa.
ResponderEliminarMas da janela o que vejo por aqui nem te digo nem te conto e ainda dizem que são os jovens?
O nosso hospital está à cunha mas há anos e anos que sempre esteve amigo e graças ao governo anterior camas etc e tal foram varridos devido à Troika que a meu ver o ministro de então foi mais papista que o Papa.
Apesar de muita coisa mal feita não é altura de criticar e cumpro à risca o que me mandam fazer e com o coração nas mãos por ter as filhas na linha da frente. Já não vejo telejornais para bem da minha sanidade mental!!!!
Beijocas e um bom dia
O pessoal que está na linha da frente é que parte o coração, Fatyly
EliminarPorque são as vítimas mais directas da irresponsabilidade dos outros.
Beijocas
Eu saio de 10 em 10 dias para comprar pão e fruta. O pão vai para a arca frigorífica e cada dia tiro 1/10 para consumo. Quanto á fruta, vou olhando para ela e, no dia a dia, escolhendo a que está mais próxima de apodrecer. Melhor que isto não consigo!
ResponderEliminarFoi o que fizemos durante o confinamento aqui.
EliminarIa um ao supermercado e abastecia para uma série de dias.
É isso mesmo Pedro, os governantes e outras autoridades de segurança não podem andar atrás de milhões de pessoas
ResponderEliminare se colocam medidas ainda mais drásticas quando os números estão baixos, as pessoas ainda iriam reclamar mais e desrespeitar, é óbvio...
e ainda vemos e ouvimos comentadores a acusar a DGS, a OMS, os governos de tentarem se desresponsabilizar quando os mesmos dizem que há muita gente que não cumpre as regras, enfim, pano para muitas mangas!
Todos temos que fazer a nossa parte.
EliminarSe for assim venceremos esta guerra.
Culpados, são todos aqueles que não cumprem as regras de confinamento.
ResponderEliminarContinuo a olhar através da minha janela e ver gente com a máscara no queixo. :(
Beijos Pedro
A máscara no queixo dá um jeitão!!
EliminarEssa gente precisava de uma máscara na cabeça.
Por dentro!!!
Beijos
Para mim depende da forma e a quem se dirige o dedo. Ou da (pseuda) intenção...
ResponderEliminar.
Abraço
Cuide-se
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Nunca é bonito, nunca.
EliminarCulpar o outro é coisa muito antiga e nunca adiantou nada a ninguém. Não há inocentes nem culpados mas responsáveis, isso podemos ser todos. E se falhamos, perceber porque o fizemos.
ResponderEliminar~CC~
Bem vinda CCF.
EliminarAmanhã vou visitar o seu espaço
Não acho que apontar o dedo seja feio. Acho que só apontar o dedo, limitar-se a criticar, isso sim, é indigno. Mas o que está mal tem de ser apontado sim senhor. E corrigido. E dizer que somos todos culpados é igual a dizer que ninguém o é. Em tempo de pandemia temos de nos unir. Sim. Mas não ficámos acéfalos. E, dentro das responsabilidades, uns têm-na em maior grau porque as suas decisões afectam um mundo de gente. Portanto, as responsabilidades individuais e colectivas são distintas. Fugir a umas ou a outras é estarolice contraproducente. Embora o erro seja um sinal do humano. Temos que errar pouco . Errar menos é salvar vidas.
ResponderEliminarSe for para corrigir até vale a pena.
EliminarPara apontar o vizinho não vale a pena
Pedro, gostei do teu «apontar de dedo».
ResponderEliminarAssino por baixo.
Beijo, fica bem.
Beijo, teresa
EliminarÉ feio, Pedro, muito feio , de facto, porém, os comuns mortais sentem a necessidade enorme de encontrar um "bode expiatório" daí apontarem o dedo.
ResponderEliminarAquele abraço, meu amigo oriental! ;)
E para quê, Ricardo?
EliminarEm que é que ajuda?
Dizia alguém muito sábio que não queria que lhe apontassem problemas.
Quando lhos fossem comunicar deveriam levar três soluções.
E ele escolheria uma e responsabilizava-se por essa decisão
Aquele abraço para a Ilha
Não podia estar mais de acordo com o que acabei de ler. Imagino que possa ser por ingenuidade ou talvez por maldade sacadir a água do seu capote, para cima do capote dos outros. Também sempre tenho ouvido dizer. Não se aponta porque é feio. Também é feio e doloroso. Atribuir a culpa à vítima em defesa do transgressor. De uma vez por todas em defesa de todos nós, temos que assumir as nossas responsabilidades. Só assim nos poderemos salvar da tempestade e remar a bom porto.
ResponderEliminarContinuação de boa semana. Um abraço.
Muitas vezes é maldade, amigo Eduardo.
EliminarAquele abraço
Onde assino?
ResponderEliminarConsidero assinado
EliminarCerto, certíssimo, Pedro...mas, lido o texto e alguns comentários, pergunto: o que aqui estamos a fazer se todos sabemos e concordamos com essa predisposição de achar que os outros é que não sabem olhar para dentro, e, quiçá, nós é que estamos certos, com a razão e fazemos tudo direitinho? Concordo, plenamente, com a Catarina!
ResponderEliminarBeijinhos.
Fartinhos estamos todos, Janita.
EliminarNisso há unanimidade.
Mas ainda vamos ter que esperar uns tempos.
Beijinhos
Há pessoas que se esquecem que, quando apontam um dedo a alguém, têm os outros 4 virados para si...
ResponderEliminar-
Do sombrio se afastam as nuvens altas
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Beijo, e uma excelente tarde!
Receio é que haja factores que desconhecemos e que potenciam o contágio para além das medidas e cuidados que temos. Talvez o remédio que é produzido em Espanha e falaram nas Notícias possa vir a ser a solução.
ResponderEliminarA solução é o distanciamento social até sermos vacinados e haver imunidade de grupo, Gabi
EliminarSanta hipocrisia! Enquanto a Covid-19 matava sobretudo nos EUA e no Brasil, a culpa era do Trump e do Bolsonaro. Mas agora que Portugal lidera em todos rankings da mortalidade, a culpa não é do Costa nem do Marcelo, é dos portugueses! Ah ah ah ah...
ResponderEliminarQuem não vos conhecer, xuxas, que vos compre!
Tem de ser um esforço conjunto de todos.
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