Os 7 painéis de azulejos mais bonitos de Portugal
1. Estação de São Bento (Porto)
A Estação é célebre pelos seus painéis de azulejos, de temática histórica.
Cobrindo uma superfície de cerca de 551 metros quadrados, representam, principalmente, cenas passadas no Norte do país, estando retratados, entre outras cenas, o Torneio de Arcos de Valdevez, a apresentação de Egas Moniz com os filhos ao Rei Afonso VII de Leão e Castela, no Século XII, a entrada de D. João I e de D. Filipa de Lencastre no Porto, em 1387, e a Conquista de Ceuta, em 1415.
Um friso colorido, no átrio, dedica-se à história dos transportes em Portugal, concluindo com a inauguração dos caminhos de ferro. Foram instalados entre 1905 e 1906 pelo artista Jorge Colaço, que, nessa altura, se afirmava como o mais popular azulejador em Portugal.
Sabia que… Para que a linha do comboio ligasse Campanhã ao centro da cidade foi necessário abrir o túnel de ligação à encosta dos Guindais e demolir o Convento de Avé-Maria?
No decorrer da cerimónia de lançamento das obras, foram D. Carlos e Dona Amélia que assentaram a primeira pedra da nova estação de caminhos-de-ferro. A inauguração oficial aconteceu em Outubro de 1916 – o centenário da Estação de São Bento foi celebrado em 2016, portanto – aproveitando os festejos do sexto aniversário da República.
2. Estação do Pinhão (Alijó)
A Estação Ferroviária do Pinhão é a mais bela estação do Douro. Construída durante o século XIX é conhecida pelos seus azulejos representativos da produção do vinho do Porto, desde as vindimas, o pisar das uvas até ao transporte do vinho em barcos rabelo rio abaixo até às caves em Vila Nova de Gaia.
O comboio chegou ao Pinhão em 1880 o que contribuiu para a rápida expansão do que antes era um pequeno povoado.
Em 1937 a estação recebeu os painéis de azulejo que fazem a sua fama.
A sua autoria é de J. Oliveira, artista que também decorou outras estações portuguesas, e foram construídos na fábrica Aleluia de Aveiro.
São 24 painéis que cobrem a quase totalidade das paredes do edifício principal.
Observar os painéis é como ler uma história, contada pelas imagens que representam as fases da produção de vinho.
É também uma viagem ao passado onde podem ser observados vários aspectos já desaparecidos do Douro Vinhateiro.
Este é um local de visita obrigatória para quem visita a região do Douro.
3. Igreja Paroquial de Válega (Ovar)
Uma verdadeira obra-prima da arte da pintura em azulejo.
A Igreja de Válega, também conhecida como a “Capela Sistina Portuguesa”, situada no concelho de Ovar, distrito de Aveiro deslumbra pelos seus azulejos, tanto no interior como no exterior e é uma das mais belas igrejas de Portugal.
Trata-se de uma verdadeira obra-prima da arte da pintura em azulejo e uma das mais impressionantes igrejas em Portugal.
As obras de construção desta impressionante igreja começaram no século XVIII, em 1756 e prolongaram-se por mais de um século.
Entre 1923 e 1958, realizaram-se trabalhos de conservação e entre 1959 e 1960 foi revestida com azulejos polícromos da Aleluia Cerâmicas (Fábrica Aleluia) a fachada principal, as paredes interiores da nave e a parte superior do arco triunfal.
Em 1975 teve lugar o revestimento dos alçados laterais e posterior com azulejos da Aleluia Cerâmicas desenhados pelo arquitecto Januário Godinho.
Ao pôr-do-sol, a fachada da igreja, virada para poente, é particularmente bela; banhada pelos raios de sol é um verdadeiro templo dourado que brilha com os seus fantásticos azulejos de múltiplas cores.
4. Fachada da Casa Viúva Lamego (Lisboa)
Construído entre 1849 e 1865, este edifício integra o conjunto de arquitectura industrial que foi a Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego, tendo funcionado como loja da mesma.
Classificado como Imóvel de Interesse Público, apresenta uma fachada decorada, na sua totalidade, por um revestimento azulejar figurativo do séc. XIX, de gosto romântico-revivalista, muito característico do seu autor, Luís Ferreira, mais conhecido por “Ferreira das Tabuletas”, que recorrendo à técnica da faiança pintou os azulejos na referida fábrica.
Considerada uma das obras-primas do azulejo “naif” oitocentista, esta fachada foi, também, um dos exemplos pioneiros do azulejo utilizado como meio publicitário.
Trata-se de um edifício desenvolvido em dois registos, rematado por empena triangular.
O primeiro registo exibe um revestimento azulejar polícromo, com predomínio das cores verde, azul e amarela, traduzindo a representação de quatro figuras entre os vãos.
Duas delas, de cariz orientalizante, fazem alusão à fábrica, segurando tarjas com o nome e a data de fundação da mesma.
As outras duas, de cariz, mais classiciszante, são uma alegoria à “Indústria” e ao “Comércio”, encontrando-se a ladear o acesso ao edifício.
O segundo registo traduz um revestimento azulejar polícromo caracterizado por motivos essencialmente vegetalistas, inspirados nas albarradas barrocas.
Ramos e folhagens, jarrões de flores, arbustos e apontamentos anedóticos, como um macaco empoleirado a comer ou uma gaiola com pássaros, são alguns dos elementos aí representados.
A separação dos dois registos é feita pela representação de almofadas de mármore polícromas. O topo do edifício apresenta faixa de remate, abaixo da cimalha, de temática vegetalista, em amarelo e azul sobre branco, encimada pelo frontão da empena decorado por grinaldas e duas figuras aladas, que seguram uma inscrição com a data do revestimento azulejar, “ANNO/1865”, onde predominam os tons amarelo e azul.
5. Capela das Almas (Porto)
Talvez uma das igrejas mais bonitas da cidade do Porto, também conhecida como Capela de Santa Catarina, fica situada na esquina entre as Ruas de Santa Catarina e de Fernandes Tomás, na baixa da cidade do Porto, em Portugal.
Esta capela, construída na primeira metade do século XVIII, é um edifício religioso de traços muito simples, mas de rara beleza artística.
É composta por dois corpos, sendo que o segundo é de menor altura e foi alvo de obras de restauro e ampliação, quando decorria o ano de 1801, que lhe modificaram várias das suas características originais.
É um dos edifícios mais fotografados e conhecidos do Porto.
Situada em plena Baixa, chama à atenção pelos azulejos que cobrem a sua fachada.
Embora esta capela do século XVIII tenha uma arquitectura bastante simples, é impossível ficar indiferente às suas paredes, preenchidas com 15 947 azulejos que cobrem uma área de cerca de 360 m2.
Na verdade, estes azulejos só foram colocados no século XX (1929), mas foram concebidos de forma a imitar os mosaicos característicos do século XVIII.
São da autoria do ceramista Eduardo Leite e foram executados numa famosa fábrica de Lisboa.
Os azulejos representam episódios das vidas de Santa Catarina e de São Francisco de Assis.
No entanto, não deixa de ser curioso que estes painéis misturem cenas das vidas de duas santas diferentes: Santa Catarina de Siena e Santa Catarina de Alexandria (na fachada principal).
6. Estação ferroviária de Aveiro
O antigo edifício da Estação de Aveiro apresenta uma fachada totalmente decorada de azulejos policromos, em tons azuis e amarelos, que representam várias cenas ferroviárias, naturais e de cultura e actividades tradicionais.
A estação de Aveiro é composta por três secções; uma parte central, de três pisos, que inclui três portas amplas ao nível do solo, e dois laterais simétricos, com dois pisos, contendo uma porta e dois postigos de secção rectangular.
Esta estação assume-se como um bom exemplo, a nível regional, do estilo denominado de Casa Portuguesa.
Originalmente, a estação estava instalada num edifício pequeno e simples; em princípios do Século XX, tornou-se insuficiente para o crescimento que se verificou no movimento ferroviário, o que forçou à modificação e alargamento do edifício, entre 1915 e 1916.
Em Fevereiro de 1916, as obras estavam muito adiantadas, e em Abril podiam-se considerar quase terminadas.
No âmbito deste projecto, a estação foi enfeitada, em 1916, com vários painéis de azulejos, seguindo a tendência que se verificava nessa altura para decorar as gares ferroviárias.
Esta intervenção foi levada a cabo por Licínio Pinto e Francisco Pereira, utilizando azulejos da Fábrica Fonte Nova.
Esta remodelação foi envolta em polémica, devido ao facto do plano original incluir, lado a lado, retratos de José Estevão e Manuel Firmino; assim, decidiu-se retratar apenas este último e D. José de Salamanca y Mayol, que possuía a concessão das obras na Linha do Norte.
7. Igreja do Carmo (Porto)
A Igreja do Carmo é um dos principais cartões postais de Porto (Portugal).
Atrai tantos turistas porque a visita vai além do lado religioso.
Mesmo quem não é católico gosta de ver a igreja devido à bela arquitectura que ela exibe, com ornamentos que são um convite para nós prepararmos a câmara fotográfica.
Além disso, ela concentra uma rica História, e ganhou maior destaque ao ser elevada a Monumento Nacional, em 2013.
Em estilo barroco/rococó, são tantos os detalhes que, em uma segunda visita, descobrimos muitas outras coisas.
Na parte frontal, as pessoas olham curiosas principalmente para as duas esculturas ao lado da entrada. Saiba, então, que elas representam os profetas Elias e Eliseu.
De longe, os azulejos na grande parede lateral chamam a nossa atenção.
Foram adicionados em 1912.
A composição, desenhada por Silvestre Silvestri e pintada por Carlos Branco, faz referência à fundação da Ordem Carmelita e ao Monte Carmelo.
Não é apenas em Portugal que encontramos artes em azulejos.
Mas vamos admitir: aqui estão os mais bonitos, os mais complexos.
lindo programa, Pedro:)
ResponderEliminaros azulejos aprisionam a luz como faz o arco-íris! uma verdadeira arte nacional que impõe a cultura popular aos olhos dos visitantes
de salientar também a igreja de São Lourenço em Almancil, no Algarve
https://www.youtube.com/watch?v=1dw8wGrKci8
A arte do azulejo em Portugal é absolutamente extraordinária.
EliminarOlha que coisa mais bonita!
ResponderEliminarVale mesmo a pena descobrir o nosso Portugal. Descobrir mesmo.
Ao Porto, tenho que dar uma oportunidade. A lista de locais interessantes não pára de
aumentar.
No Douro e em Aveiro já estive mas desconhecia estas maravilhas.
Muito obrigada pela partilha!
Um abraço para si e festinhas para os peludinhos!
Sandra Martins
Vale a pena, Sandra.
EliminarSomos fãs do Porto.
Por isso adquirimos uma casa lá (Gaia) que ainda nem tivemos oportunidade de utilizar.
Um abraço
Adoro ver esses azulejos..E Ganhei da Elvira esse presente,que adorei! abração,chica
ResponderEliminarA arte do azulejo em Portugal é riquíssima, chica.
EliminarAbração
já agora Pedro aproveito para mencionar que descobri recentemente,
Eliminara cidade de porcelana como chamavam a São Luiz de Maranhão, no Brasil
efetivamente fundada por franceses mas que só tiveram lá 3 anos o tempo de construírem um forte! os holandeses também por lá passaram com o respetivo saque, até que os portugueses tomaram o local , construíram a cidade e e talvez para marcar a posse, taparam as casas com a arte nacional: com toneladas de azulejos que transportaram de Portugal, (lido na internet) aqui dá para ter uma ideia :)
https://www.youtube.com/watch?v=KJRha-j4nh4
O hábito por esse Mundo fora, Angela.
EliminarO conquistador marcava a conquista com traços da sua civilização.
Gostei muito deste texto e das fotografias e tenho sorte de morar no Porto e assim já ter visto várias vezes aqueles que estão cá (e já os fotografei mas as minhas fotografias não ficaram tão bem)
ResponderEliminarComo a Gabi sabe, somos fãs do Porto.
EliminarE estamos ansiosos para lá voltar.
Eu adoro a azulejaria portuguesa. E sempre que vou a algum lado com azulejos farto-me de fotografar, mas esse trabalho recebi-o do meu amigo Joaquin da Silva um portuense de gema a viver há muitos anos em Valência , Espanha.
ResponderEliminarAbraço e saúde
Somos dois a gostar da arte do azulejo.
EliminarObrigado por me ter enviado mais esta prenda, Elvira.
Abraço
Conheco todos estas lindas obras com a excepcao da Igreja Paroquial de Válega em Ovar e com muita pena muita depois de ir tantas vezes a Lisboa nunca fui visitar a Casa Viúva Lamego. Fica para a proxima!
ResponderEliminarHá sempre tempo, Sami.
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