No meu tempo não era assim
Detesto a expressão "no meu tempo não era assim".
Por muitas razões mas sobretudo porque compara o incomparável.
Apesar disso, e quando ainda ecoa a indignação acerca das agressões bárbaras e criminosas que tiveram os filhos do embaixador iraquiano como protagonistas, um novo crime envolvendo jovens, desta vez em Baguim do Monte, Gondomar, toma conta do espaço mediático em Portugal.
Um crime passional, como alguma imprensa o qualifica.
Qualificação a roçar o patético quando estão em causa garotos de 16 e 14 anos, respectivamente.
Um psicopata de 16 anos, que já tivera outros desentendimentos com a vítima, de 14 anos, friamente segue o seu alvo e agride-o com uma soqueira provocando-lhe lesões que o deixaram em morte cerebral.
E, não gostando nada da expressão, lá sou obrigado a pensar que efectivamente no meu tempo não era assim.
Uns tabefes, uns murros, umas nódoas negras, foram experiências que todos tivemos.
Agressões brutais, a ponto de deixarem a vítima num estado de morte cerebral, nunca que eu tivesse conhecimento.
Temos que procurar perceber as causas destes fenómenos, destes comportamentos de extrema violência, perguntar-nos que sociedade estamos a construir, que valores estamos a transmitir aos nossos jovens.
Para pôr fim a esta verdadeira loucura e não sermos obrigados a reconhecer que se calhar os filhos do embaixador iraquiano até tinham alguma razão quando afirmaram que episódios de extrema violência acontecem todos os dias em Portugal.
A malta anda a ver muitas fitas, Pedro.
ResponderEliminarO problema, a meu ver, não estará tanto na transmissão de valores mas nas novas "formas de vida" como a dos "nem-nem".
Diziam os vwlhos "a ociosidade é a mãe de todos os vícios"... A tendêcia que há no nosso modelo civilizacional é pagar para nada se fazer (rendimento mínimo garantido), quando é fundamental a ocupaçao da mente humana pelo trabalho para que haja equilíbrio. Está por inventar uma harmonização social que substitua a antiga neste mundo de progresso tecnológico.
Abraço.
Começa a ser absolutamente assustador, Agostinho.
EliminarPutos de 14 e 16 anos agredirem-se até à morte de um deles??
Estamos a voltar aos circos romanos?? :(
Aquele abraço
Eu realmente não consigo perceber o que se passa com estes jovens que tiram vidas como quem muda de camisa... É incrivel!
ResponderEliminarÉ esse absoluto desrespeito pelo valor sagrado da vida que mais me choca, Chic'Ana.
EliminarUm puto de 16 anos matar outro à pancada, com uma soqueira???
Que gente é esta??
"No meu tempo não era assim" frase típica dos vélhinhos portugueses e alemães. Uma frase que eu considero absolutamente estúpida.
ResponderEliminarEM TODOS OS TEMPOS HOUVE CASOS COMO ESTES, Pedro, só que a média não estava, como agora, em cima do acontecimento.
Ainda me lembra do meu padrasto falar que as filhas do Carmona estiveram envolvidas num crime no Estoril depois de uma orgia com sexo e drogas. Ele contou-me esse caso por eu me queixar que amigos meus se metiam na droga (filhos de família a guiar o Mercedes do papá).
No meu tempo não era assim, era muito pior...
Teresa,
EliminarTenho 52 anos.
Nos meus anos de juventude conheci muita gente que não andava com o Mercedes do papá.
Tinha o seu próprio Mercedes ou até melhor.
Havia uns tabefes uns chutos e pontapés?
Claro.
Daí até matar, ou deixar com marcas permanentes fosse quem fosse, vai uma grande distância.
Uma distância que, de repente, se passou a percorrer coma maior das facilidades.
Não, Teresa, apesar de também não gostar nada da expressão, e do que ela tem de estúpido, a verdade é que no meu tempo não era mesmo nada assim.
Está bom de ver. É a perda de referências, valores e respeito. As criancinhas desde muito miudinhas que aprendem a chantagear e impor a sua vontade, por uma simples razão, são um produto escasso, daí a hipervalorização. Há 70 ou 80 anos a canalha era um bem muito abundante e relativamente pouco cotado. Só se valorizava quando juntava os seus braços aos da família para produzir, se o não fizesse era "um anjinho" que, se morresse não se perdia grande coisa, antes era uma boca de menos para comer o que era escasso, e "ia para o céu pedir pelos que cá ficavam" e o mundo rolava como sempre rolou. Entretanto um veterinário portoriquenho, descobriu em meados do século passado a forma de controlar a gravidez das porcas e pô-las a parir ou a não parir, quando lhe conviesse. Passar das porcas para as mulheres não foi difícil, um pequeno salta. A pílula entrou no menu da dona de casa, a cópula deixou de te os riscos da gravidez indesejada, facilitando os "encornamentos". Os médicos/as passaram a receitá-la, os governos a subsidia-la e claro a natalidade a cair a pique. Ao fim de 40 anos estava generalizado "o morgado/a" ou seja o filho único e mimado, que é criado sem partilha com irmãos, mimado por pais e até avós. Frequentemente ouvi e ouço esta "pérola" :-Não quero que falte nada, (como a mim me faltou) ao meu rico menino. Claro alem de estar a criar um obeso físico cria um outro mental, mimado possessivo e sem ter contrariedades. Ou se as tem é um drama (se não veste roupa de marca, se a professora lhe dá um tabefe, se recebe um não, etc) depois muitos jogos de computadores e muita preguiça para estudar, liberdades para saírem de noite e desculpabilizações e justificações para as asneiras do crio, depois começam a namorar (?), digamos a fornicar na idade que deveriam andar no catecismo ou a aprender um ofício e como não foram educados não toleram uma frustração. Daí a passar para o ataque e agressão com todo o "know-how" que a "internet" propicia, normalmente acelerados pela bebedeira de leão. vai daí é dar até "tocar a rachado" , se morrer que se F......lixe. depois o coro do costume . Os pequenos marginais passam por obra e graça dos "media" a entes seráficas incapazes de fazer mal a uma mosca, estudiosos, cumpridores diligentes e bons rapazinhos. Enfim tiveram a paga merecida pelas muitas asneiras que fizeram. Ás vezes Deus escreve direito por linhas tortas. Cumprimentos para si
ResponderEliminarálvaro silva,
EliminarOuvi há já alguns anos o Paulo Portas dizer, a propósito dos pais, sobretudo da mãe, que o que detectava mais era uma grande falta de pais.
Tive a sorte de ser mimado pelos pais, pelos avós, pelas tias, pelos vizinhos.
Sabendo, como ainda sei até hoje, é um olhar basta!!, se estava pisar o risco ou não.
Nem o mimo pode justificar estes comportamentos tresloucados.
Serão por certo muitos factores combinados.
Que me deixam preocupado e compltamente embrutecido e enfurecido.
Cumprimentos para si
Ok, já entendi. Por outro lado acho que existem filhos que manipulam os pais ou pretendem usar para toda a vida a falta ou falha que estes supostamente lhes fizeram para os ferir continuamente.
EliminarDecerto uma questão de factores combinados.
Não sou espírito de contradição, mas adoro esta frase, pke ela corresponde, EXATAMENTE, à verdade, Pedro!
ResponderEliminarAntigamente, qdo os miúdos, adolescentes brigavam, não passava disso mesmo, do k o Pedro referiu, mas agora a "coisa" tem contornos, está a ficar com contornos alarmantes.
No verão anterior, vinha eu a passar por um pequeno jardim k há perto da minha casa e vejo o Gonçalo, de 17 anos e o Bruno, de 16, conheço ambos mtooooooooo bem, a discutir por causa de futebol, creio. O Gonçalo tem uma índole péssima e o Bruno é um "doce", atinado, bom aluno, bom filho, etc. Este perguntou ao outro e já na fervura da briga, com as cabeças mto unidas, como é "apanágio" de discussão entre miúdos/homens, "mas, o k é que tu queres"? Nessa altura, intervenho eu, dizendo-lhe: olha k, se calhar, quer beijar-te na boca. Já pensaste? Tem a cara dele tão junta à tua. Bem, o Gonçalo k tem a mania, só mania, k "papa" as miúdas todas, de Lisboa e arredores, atirou o telemóvel ao chão e respondeu-me: eu não sou marricas. Percebeu? Percebi, respondi eu, aliás, espero k tu tb tenhas percebido a minha afirmação/suposição, pke te dei explicações de Português e passaste de 6 no final do 1º período escolar para 11, no segundo. Lembras-te?
Evidente k esta converseta, fez com k os ânimos abrandassem, entretanto, e depois obriguei ambos a darem um aperto de mão, o k aconteceu, já entre sorrisos vergonhosos.
Qto às feras, aos bárbaros do Iraque, pois, um deles, o mais magro, tem o rosto com marcas. Não me quero pôr a divagar, já estou, mas não devem ser de beijinhos e mordidelas das meninas.
O avanço, natural, da sociedade é bom, é proveitoso, mas quem mto tem ou quem já tem tudo, tem de procurar na violência a sua forma de diversão, de entretenimento.
Beijinhos
O ter tudo (coisas) não pode fazer com que estes cretinos recorram à violência mais gratuita e mais Bárbara para se sentirem melhor, CÉU.
EliminarEsta gente é demente, psicopata.
Beijinhos
Não foram ciúmes, nem sequer má formação por vídeos e jogos agressivos...
ResponderEliminarNa minha opinião, são maus instintos e má educação.
Onde anda a mãe do monstrinho, para não se perceber que o
filho usava soqueiras?!!
~~~ Beijinhos, Pedro. ~~~
Na mouche, Majo!
EliminarE lá volto ao Paulo Portas e à falta de pais.
Sabendo nós como sabemos que a mãe chegou ao ponto de pôr o filho Miguel, que ela adorava, fora de casa por causa de alguns comportamentos que ela não tolerava.
Beijinhos
Tens de explicar essa melhor.
EliminarA mãe do Paulo Portas (Helena Sacadura Cabral), que sempre afirmou que por muito que os filhos discutissem ELA ERA MÃE, confrontada com um comportamento algo libertino do falecido Miguel Portas deu-lha a escolher - ou ele mudava a sua postura ou ia viver para outro lado (foi viver com o pai que o casal é divorciado).
EliminarEm casa dela, com aquele comportamento, ela não permitia que ele ficasse.
As penalidades deverão ser maiores mesmo para os menores (e para os adultos). As entidades governamentais também deverão proporcionar apoio às agências responsáveis de forma a que estas tenham os meios adequado para ajudarem os jovens que apresentam comportamentos violentos. As famílias nem sempre o podem fazer sozinhas.
ResponderEliminarNós, os “de outros tempos” sempre estivemos expostos a filmes e livros com atos violentos – até o filme Bambi! Os filmes e os livros de cowboys! – mas não praticámos atos violentos por isso.
Atualmente, a profusão de jogos, cenas, filmes, notícias que mostram atividades violentas é de tal forma que as pessoas ficam dessensibilizadas. A taxa do abandono escolar ainda deve ser alta, os miúdos não têm nada que fazer, os pais têm que trabalhar o dia inteiro para fazer face às dificuldades e não têm tempo para os filhos. É uma realidade. E não é apenas em Portugal que isso se passa. Mesmo nos países mais “civilizados” há casos hediondos que se passam com pré-adolescentes/adolescentes.
Como jurista e humanista só há uma coisa que não merece a minha concordância - o agravamento de penas.
EliminarEstá mais que demonstrado que não é esse o caminho, que o agravamento de penas não reduz o crime.
Concordo Pedro. Por mais que nos revolte é fácil de perceber que não existe chance de reabilitação se uma pessoa se achar condenada para a vida. Nos EUA as penas de perpétua e de morte nada fizeram para diminuir o crime. E uma vez dentro da cadeia, uma pessoa que sabe que já não tem nada a perder, continua perigosa. Se, por outro lado, achar que ainda tem algo a ganhar...
EliminarA prevenção tem de passar pela educação e pela ocupação. Os jovens precisam de ter um propósito e tendo-o, não se sentirem sufocados por ele.
A Criminologia já provou por A+B que o endurecimento de penas não solução, Portuguesinha
EliminarPorque o jovem já faleceu, demito-me de tecer quaisquer comentários.
ResponderEliminarNesta altura, não sou capaz.
Abraço, Pedro.
Revoltante, António, revoltante.
EliminarUm menino de 14 anos.
Ouvi a notícia há bocadinho :(
Aquele abraço
A minha «sorte» foi não ouvir as notícias. Aliás, desliguei-me delas praticamente... Se ouvisse, estava mais por dentro do acontecido e a revolta entalada na garganta. :( Fica um choro, uma tristeza na alma!!
EliminarUm miúdo de 14 anos é praticamente da idade da minha filha mais nova, Portuguesinha.
EliminarE a Mariana ainda é uma criança, caramba!
Eu também detesto a expressão, Pedro, mas a verdade e que no meu tempo estas coisas nao se passavam e eu já por varias vezes tentei explicar porque. Dentro de dias vou voltar a abordar o assunto e, claro, vou levar mais pancada. Como aconteceu já em relação a outras coisas, um dia vão dar-me razão. Presunção e agua benta cada qual toma a que quer, estarão alguns a pensar. E com toda a razão...
ResponderEliminarVou aguardar, Carlos.
EliminarMas a realidade é que, no nosso tempo (somos da mesma geração), não aconteciam estes fenómenos.
Infelizmente amigo, o jovem já morreu.
ResponderEliminarNão percebo realmente o que se está a passar
em Portugal, mas há imensa violência. Mesmo há
minutos num canal de televisão anunciavam que um
filho tinha ferido o pai, e só se vi poças de sangue
pelo chão.Sim, este caso do jovem que faleceu veio
dar razão aos filhos do Embaixador, embora não venha
justificar os seus actos.Estão a anunciar que o Embaixador mandou ao jovem hospitalizado um ramo de
flores e um cartão.
Mas, as causas de toda esta brutalidade é que precisam
de ser estudadas, de movo a que se possa evitar o seu
aumento.
Abraço, amigo.
Irene Alves
Essas causas têm que ser pesquisadas, encontradas e erradicadas, Irene Alves.
EliminarNão podemos estar a assistir a estas situações sem nada fazer para as combater e as fazer desaparecer.
Um abraço
Se o embaixador mandou um ramo de flores e um cartão ao hospitalizado, saiba que ele não as poderá ver nem ler. Está em coma - tanto ao que sei. E mesmo que saia desse estado, nada garante que consiga fazer uso dos seus cinco sentidos. Que lata! Não sei o que faria se estivesse no lugar de um pai com dois filhos pré-assassinos mas... esse gesto tanto pode ser interpretado como uma desculpa como uma ofensa. Deixem o caso ser investigado e a justiça aplicada. Se de facto os dois tiverem culpa no cartório, se eu fosse pai, eles teriam de pagar essa culpa.
EliminarO garoto parece que já está em recuperação Portuguesinha.
EliminarMas não é um cartão e uma ramo de flores que resolve porra nenhuma.
Vamos ver se a Justiça pode actuar e como...
Bom,pancadaria entre adolescentes sempre houve, com consequências mais ou menos graves. O que não isenta os jovens iraquianos ou portugueses das suas culpas e responsabilidades...
ResponderEliminarBeijocas
Exacto, Teté - uns tabefes, uns murros e pontapés, até faziam parte do crescimento.
EliminarA malta depois fazia as pazes e ia para os copos e tudo.
Nunca, pelo menos que eu tivesse conhecimento, se chegava a estes pontos.
Beijocas
Existia a religião. Será isso? As pessoas frequentavam a igreja aos Domingos. E os valores cristãos eram transmitidos em família. Pelo que, mesmo que a criançada andasse à pancada, existia um adulto que os metia na linha. Digo eu... não sei. Acho que a prática da religião teve o seu lado positivo. Ir à igreja aos Domingos se calhar apaziguava algumas almas... penso eu. Escutar sermões que falam de tolerância, de compaixão, de ajuda ao próximo... Hoje, como disse a Graça, existe mais a violência a granel - a TV mostra-a. Existe então um desequilíbrio.
EliminarVou mais por essa banalização da violência, Portuguesinha.
EliminarDe repente parece que passou a ser algo absolutamente normal.
Para onde caminha a Humanidade????
ResponderEliminarSe continuar por estes caminho, direitinha para o abismo, São :(
EliminarMau de mais!!! Vivemos num mundo violento. Violentíssimo! Odeio esssa do «no meu tempo era assim» ou «no meu tempo é que era bom», mas no seu tempo, Pedro, a violência não era vendida avulso e a granel nos jogos de computador e até nos desenhos animados.
ResponderEliminarMau de mais. Mau de mais!!!
Essa é uma verdade irrefutável, Graça - a violência não era vendida a granel.
EliminarMas será que essa realidade explica estes tresloucados e psicopatas?
Beijinhos
Pedro não tenho palavras.
ResponderEliminarBeijinho
É difícil dizer algo acerca de uma brutalidade destas, Adélia.
EliminarEspecialmente para uma avó que ama os seus netinhos e que tem um mais ou menos com a idade do menino (sim, é um menino!!) que foi brutalmente agredido a deixado a morrer.
Beijinhos
Fiquei tão chocada, que nem sei que dizer.
ResponderEliminarAbraço
Há momentos na vida que nos deixam assim, Elvira Carvalho - sem palavras, sem reacção.
EliminarAbraço
Será que não era?
ResponderEliminarOu nós é que não sabiamos?
Quanto aos filhos do embaixador terem dito que casos de extrema violencia acontecem todos os dias em Portugal - acontecem em todos os lugares. Nuns mais do que noutros. Se existisse um Correio da Manhã no Iraque... quantas páginas é que achas que o jornal precisava ter?
Portuguesinha,
EliminarQue eu tivesse conhecimento não era mesmo nada assim.
Havia pancadaria?
Havia, pois.
Nunca, que eu tivesse conhecimento, se chegou a estes pontos.
Nem perto!
Acho que tens um bocado razão no que dizes. A revolução liberal que se instalou em Portugal a meio da década de 1970 tornou comuns e aceitáveis modos de vida que antes eram sancionados pela censura social. De um tempo em que só apenas uma cultura e maneira de viver era socialmente aceite passámos para outra em que tudo é aceite como 'normal'. Isso coincidiu também com a demissão dos país da educação dos filhos que passou a ser um assunto/responsabilidade....para a escola. Os pais começaram a eximir-se de aplicar medidas correctivas em casa porque se tornou moda o queixume das 'pobres crianças'às autoridades escolares e a chamada ao director de turma para aquilatar sobre o que se passava em casa. Com essa demissão os país passaram a fiscalizadores do que se passava na escola e nas quezilias entre as crianças uma espécie de polícias de todo-o-terreno logo disponíveis para condenar o colega da 'pobre criança'por um tabefe ou um empurrão no recreio. Algo que até então era resolvido por uma conversa do pai com o petiz em que este era instruído, de acordo com uma básica ética masculina, quando ele te bater e surrar manda-lhe um pontapé ou um murro. Ele aprenderá. Claro que esta sã tradição foi eleita pelos inuteis teorizadores educativos como 'propagação de violência'incompatível com uma cultura moderna e democrática. Isto coincide com a tomada de controlo pelos sindicatos comunistas do aparelho sindical dos professores e de posições-chave no Ministério de Educação. Esta situação é coincidente com a formação de gangs juvenis nas escolas [sobretudo secundários] que imitando experiências que tomaram dos filmes americanos passaram a fazer da sua estadia na escola um tempo de vadiagem e banditagem. Os professores tomados de paralesia pela cultura de impunidade apregoada pelos sindicalistas comunistas passaram-se a ser abster de intervir nas rixas entre alunos e a exigir das autoridades ministriais a contratação de gorilas e guardas para fazer o trabalho disciplinar que lhes cabia por função. Com mais essa inovação de 'política educativa' desresponsabilizaram-se os directores de turma e os conselhos directivos das escolas tornando-as uma especie de far-west onde vinga a lei do mais forte e bruto contra quem é mais fraco ou pertence a uma minoria racial que está na moda aplicar 'correctivos'. Os meliantes escudados num padrão de menoridade - e assim irresponsabilidade criminal - que já não faz sentido nos tempos de hoje, por razões de maturidade precoce e desenvolvimento juvenil. Nesta conjuntura ficamos todos a perder e a sorte e estatuto social passa a funcionar como a única escapatória. Quem integra uma classe mais alta na sociedade pode, quando confrontado com as deficiências da escola pública ditada pela localização do domicílio familiar, mudar o jovem para uma escola melhor qualificada ou para uma escola privada onde as maleitas de uma 'educação para todos' estejam prevenidas. Esta é a moral disto: a qualidade continua a serear-se pelo estatuto social e nivel de riqueza.
ResponderEliminarLembras-te do tempo em que o professor era uma figura respeitada, admirada?
EliminarDeixou de o ser ao mesmo tempo que, como bem afirmas, lhe passaram a ser exigidas responsabilidades que deviam caber aos pais.
Concordo contigo - a tão propalada igualdade que nos foi prometida descambou apenas em maior facilidade no acesso ao ensino.
Que, por sua vez, trouxe maior consciência das desigualdades que se mantêm e nalguns casos até se agravam.
Grande abraço para ti
Ainda não perceberam que, afinal, não somos um país de brandos costumes.
ResponderEliminarPedro, educar dá trabalho - você sabe e eu sei-o porque temos essa "maçada" - e para certos, diria mesmo, muitos pais é uma "maçada" educar os filhos, como tal, enquanto assim for isto vai caindo a pique no que a civilidade destas bestas diz respeito.
É a cultura da rixa!
Aquele abraço,Pedro.
A tal falta de pais que Paulo Portas tão bem diagnosticou há já alguns anos, Ricardo.
EliminarA mais fascinante mas também a mais difícil das nossas tarefas e das nossas vidas.
Aquele abraço
ResponderEliminarA sociedade está pobre, estamos a viver de uma forma muito clara e real, os pecados capitais.
Óbvio que a gula, o luxo, a ira, tudo o mais sempre existiram mas de uma forma camuflada, diria até discreta, mas hoje, tudo é permitido, tudo é mostrado nos media, nas redes sociais, a publicidade é ousada e apelativa, os adultos educadores e pais não souberam prevenir-se e prevenir, perderam-se os valores, a dignidade e o respeito. Não sei, mas temo, o que será destas gerações quando passarem a ser pais e educadores.
Infelizmente não são a minoria.
Beijinho
É essa a minha principal pergunta, cantinhodacasa - que sociedade estamos nós a criar??
EliminarUma sociedade de rufias irresponsáveis?
Assusta! :(
Beijinhos
Pedro, também penso como a Graça que " a violência não era vendida avulso e a granel nos jogos de computador e até nos desenhos animados. " miúdos muito pequenos já jogam com jogos de computador onde se atira e se mata o máximo de pessoas e as cabeças saltam no meio do sangue que se espalha... o respeito pela vida humana desapareceu, os valores cristão que são a base da nossa sociedade desde há 2000 anos (levamos uns 2 mil anos a por em pratica os princípios de igualdade dos primeiros cristãos, mesmo que muitos não aceitem) "envergonham" a sociedade, as conversas são baseadas na critica de tudo e de todos, os membros das famílias destruturadas criticam os outros da outra parte da família, e que queremos que os jovens pensem ? como se faz a estrutura moral deles ?! penso que os distúrbios não devem faltar por falta de parâmetros que possam enquadrar o pensamento que conduz ao facto que se valoriza o mais forte (até o que mata mais nos filmes)e quem tem mais dinheiro sem ligar aos meios para chegar a esse fim. Um sem fim de premissas que como todos sabem, são contrárias às regras da boa educação
ResponderEliminarpelas opiniões que se leem, é um assunto que preocupa muita gente
Angela