Traído pela Universidade de Macau
Sinto-me traído pela Universidade de Macau.
Depois da licenciatura em Coimbra, já lá vão uns bons anitos, apareceu a oportunidade do mestrado em Macau.
Um curso em língua inglesa (European Union Law), bem estruturado, com grandes mestres vindos de todo o Mundo, a possibilidade de conhecer o Direito Europeu que era um estranho para mim (e ter mais contacto com o tronco comum do curso que abrangia International Law e Comparative Law), o desafio de melhorar o meu currículo académico e completar um mestrado em língua inglesa.
Tudo isto complementado com o reconhecimento automático das habilitações em Portugal e, por via do mesmo, o reconhecimento dessas mesmas habilitações no espaço da União Europeia.
O desafio era demasiado aliciante para poder ser recusado.
Concluído o mestrado há já alguns anos, sou agora confrontado com a alteração das regras do jogo.
O reconhecimento automático das habilitações deixa de ser uma realidade porque a Universidade resolveu fazer umas mexidas nos currículos dos cursos ministrados na Faculdade de Direito.
Mexidas feitas quase em segredo, de forma leviana e irresponsável, que afectam todos os que alimentavam legítimas expectativas de ver as suas habilitações reconhecidas para além das exíguas fronteiras de Macau.
Sinto-me traído pela Universidade de Macau.
A mesma que há muito vem tendo uma atitude de permanente ataque ao Direito de matriz portuguesa que vigora em Macau, que é suposto aqui vigorar pelo menos até 2049, que o académico Mi Jian, Professor da Universidade de Ciência Política e Direito da China, já em 1996 afirmava ser uma referência para o sistema jurídico chinês num caminho de evolução sob uma pluralidade de sistemas (o Direito que vigora no Continente, os sistemas jurídicos das duas Regiões Administrativas Especiais).
A atitude dos actuais responsáveis na Universidade de Macau revela uma perigosa sobranceria, acompanhada de uma preocupante ignorância, que devia ter conduzido ao seu afastamento há já muito tempo.
Para que eu, outros como eu, os planos que Pequim tinha para Macau na área jurídica, não sejamos traídos pela incapacidade e falta de visão de quem transitoriamente dirige a Universidade.
Boa notícia Pedro.
ResponderEliminarArruma as ideias e agarra esta partida.
No fim haverás de dizer como outros VALEU:
O mestrado valeu a pena, luís.
EliminarJá passaram sete anos (já devia estar a fazer doutoramento mas ainda não apareceu nada que me motive) mas ainda hoje recordo bem o convívio, o stress da pesquisa ("um pouco de pressão nunca fez mal a ninguém", dizia o meu orientador de tese), a descoberta de temas que me eram quase estranhos.
Tudo isso fica e sem qualquer arrependimento.
O que é intolerável é esta manobra despudorada e estúpida para tentar afastar a aplicação do Direito de matriz portuguesa de Macau.
O oposto do que a China quer e estes idiotas ainda não perceberam.
~ Espero que os maus ventos mudem de direcção e que tudo se resolva da melhor maneira, ou seja, de forma justa.
ResponderEliminar~ ~ ~ Beijinhos. ~ ~ ~
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Gente ignorante, Majo, gente ignorante.
EliminarPior que isso, ignorantes com poder.
São os mais perigosos
Beijinhos
Não há na cabeça dessa gente a ideia de esmifrar mais uns cobres? Mais um MBA para conferir equivalencias...
ResponderEliminarAbraço, Pedro.
Quem é que domina os casinos em Macau, Agostinho (excepção à família Ho, talvez)?
EliminarAmericanos e tipos de Hong Kong.
O espaço da Common Law.
Branco é, galinha o põe!
Aquele abraço
Não há motivos para o arrependimento, meu caro, o que aqui falha é, unicamente, a bestialidade da UM.
ResponderEliminarAquele abraço desde o outro lado do mundo, Pedro.
Umas luminárias, Ricardo!
EliminarDava dó se não fossem tão sacanas.
Aquele abraço
Coimbramigo
ResponderEliminarÉ uma sacanice ponto. E não se pode extermina-los?
Se queres conhecer o vilão mete-lhe a vara na mão...
Abç de Pangim
Vinda de luminárias como estas ainda revolta mais, FerreirAmigo.
EliminarAquele abraço
Meu amigo o conhecimento está consigo para sempre, o reconhecimento é que falhou.
ResponderEliminarRealmente uma grande injustiça, lamento!
beijinho
Fê.
Uma grande verdade, Fê.
EliminarNão me arrependo nadinha de ter feito o mestrado.
E, mais dia menos dia, virá o doutoramento (a minha mulher está a fazer)
Mas não será na Universidade de Macau.
Beijinhos
Caro Amigo Pedro Coimbra!
ResponderEliminarÉ terrível quando sabemos que as regras do jogo mudaram, mesmo para aqueles que já tinham os títulos homologados.
Esta nefasta decisão é intolerável e injusta.
Que os asseclas da deusa da Justiça e da Sabedoria tenham a sensatez de reconsiderarem esta nefasta decisão.
Caloroso abraço! Saudações injustas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver sem véus!
O mal está feito, Amigo João Paulo de Oliveira.
EliminarPara reverter o processo vai ter que se voltar ao início, renegociar tudo, repensar os currículos dos cursos.
E, antes de tudo, correr com esta gente que está a dar cabo da instituição.
Aquele abraço
Posso dizer o mesmo da universidade católica, de uma suposta pós-graduação que lá tirei - a pagar, com aulas durante dois anos e seguida de estágio de seis meses - que depois se veio a verificar não ter as condições necessárias para ser considerada de pós-graduação, pois aceitaram alunos que não tinham curso superiores. Que culpa tenho eu? Eu já tinha o meu curso completo e sempre pensei que uma universidade como a católica não anunciaria pós-graduações que afinal (ainda) não o eram... :P
ResponderEliminarBeijocas
Fiz o percurso completo, Teté.
EliminarLicenciatura em Coimbra, pós-graduação e mestrado aqui em Macau.
Não me arrependo de nada, bem pelo contrário.
Só me revolta a sacanice a chico-espertice, a irresponsabilidade.
Beijocas
Han não ficou registado o que eu disse? Escrevi escrevi e népia!?
ResponderEliminarSó recebi este comentário, AvoGi :(
Eliminarlamentável e pouco séria essa mudança de regras a meio do jogo, realmente!
ResponderEliminarEspero sinceramente que o Pedro não seja prejudicado...
Abraço solidário
Pouco séria e profundamente idiota, São.
EliminarNão me prejudica na carreira profissional, não penso seguir nenhuma carreira académica, mas detesto batota.
E houve aqui muita batota.
Um abraço
Nestas coisas quase nunca voltam atrás. Seria reconhecer incompetência da parte de quem dirige e eles não fazem. E quem se lixa é sempre o mexilhão, que é como quem diz os alunos que queimaram horas e pestanas no estudo.
ResponderEliminarUm abraço
As instituições ficam, as pessoas é que se vão, Elvira Carvalho.
EliminarNo caso destes dirigentes ontem já era tarde!
Um abraço
As injustiças são "duras de roer"...
ResponderEliminarDeve haver muita gente prejudicada não haverá possibilidade de reparar o erro?
Até lá que não te falte o animo e que se resolvam as coisas tanto quanto possível ao teu gosto.
xx
Há sempre possibilidade, papoila.
EliminarTerá que se começar o processo de reconhecimento automático do zero, fazer as necessárias correspondências a nível curricular.
E correr com esta gentinha.
O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã. Da Vinci
ResponderEliminarserá verdade? :)
boa noite
Angela
Não me arrependo nada da experiência, Angela.
EliminarAs pessoas que conheci, com quem convivi, as matérias que estudei a fundo e que mal conhecia.
O problema é a batota e a irresponsabilidade.
Pedro passo apenas para deixar um beijinho.
ResponderEliminarBeijinho, Adélia
EliminarO poder dos ignorantes é perigoso e antievolutivo.
ResponderEliminarQuando os estúpidos têm muito poder o cenário fica negro, Catarina
EliminarInfelizmente é apanágio de muitas cabecinhas de algumas universidades. Segue o teu rumo porque o tempo encarregar-se-à de limpar esses (sem adjectivo).
ResponderEliminarÉ triste a roçar a incredibilidade? Claro que sim...mas por cá meu amigo as coisas são feitas nos bastidores, mudam como cata-ventos e até nos comentários já referiram uma muito badalada...mas que poucos falam porque são levados a calarem-se.
Força rapaz e acredita num futuro melhor!
Beijos
Acredito sempre, Fatylya.
EliminarAté porque, repito, as pessoas passam e as instituições ficam.
Beijinhos
Fatyly, ficou mal o nome :))
EliminarO Crato esteve aí há uns tempos, não esteve, Pedro? Então deve ter ido ensinar alguns dos truques que ele por cá utiliza.
ResponderEliminarNa escola onde o Crato andou estes são mestres, Carlos!!!
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