Mudar tudo para ficar tudo na mesma?
Quando em Dezembro Benjamin Netanyahu resolveu forçar a antecipação de eleições em Israel foi claro nas suas intenções - os israelitas tinham que lhe dar um voto de confiança, traduzido num reforço do seu poder e da sua liderança, não só para ultrapassar o impasse político em Israel mas também para mais eficazmente poder enfrentar a ameaça árabe.
"Bibi" estava convencido que esse discurso ia ao encontro das aspirações da maioria do povo de Israel, que uma estrondosa vitória eleitoral seria fácil de obter com um discurso musculado e a apelar ao sentimento de segurança que Netanyahu pensava ser o único capaz de transmitir.
A aliança de centro-esquerda, de Isaac Herzog e Tzipi Livni, terá sido uma grande surpresa para todos.
Sobretudo para um Benjamin Netanyahu que partia para eleições antecipadas com a certeza de uma esmagadora vitória eleitoral e consequente maioria no Knesset para de repente se ver confrontado com a forte possibilidade de perder as eleições e o poder que tanto queria consolidar.
Cansados da guerra, da política de confronto imposta pelos falcões do Likud, os israelitas viraram-se para a União Sionista em busca de paz, na esperança de ouvirem no seu dia-a-dia algo de diferente do som das sirenes e das armas.
À hora que escrevo os resultados indicam um empate virtual entre os dois grandes blocos político-partidários em presença.
Empate virtual, ou vitória muito tangencial de qualquer deles, que obrigará a uma política de alianças para que possa ser formado governo.
Ironia das ironias, a confirmar-se este cenário, o mais provável é que "Bibi" se veja na contingência de formar governo com alianças políticas à direita, isto é, que se tenham realizado eleições antecipadas em Israel para tudo mudarem e que deixam tudo exactamente na mesma.
O certo é que ele ganhou e o teu título diz tudo porque a meu ver "vai ficar tudo na mesma"!
ResponderEliminarCom os resultados eleitorais que se anunciam é que se certo que vai ser assim, Fatyly
Eliminar~ Ainda não é desta, que vamos ter o prazer de assistir ao pleno exercício de um governo judeu, pacifista!!
ResponderEliminar~ Andam eles cansados e nós saturados!
~ ~ ~ Beijinhos. ~ ~ ~
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Agora já há essa certeza, Majo.
EliminarO discurso bruto de Bibi deu resultado.
De repente, o que parecia inevitável (a derrota do Likud), passou a ser uma ilusão.
Mais uns anos com o mesmo governo, a mesma política, as mesmas caras.
Não é só em Portugal que as pessoas são conservadoras no momento de depositar o voto na urna.
Beijinhos
Tento manter a minha neutralidade política, no entanto, fiquei FURIOSA que o partido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu vencesse a eleição parlamentar antecipada em Israel, após uma disputa acirrada com a oposição moderada liderada pelo Isaac Herzog.
ResponderEliminarEu torcia pela União Sionista de Isaac Herzog.
Há ainda partidos em Israel mais à direita do que o partido de Benjamin Netanyahu ???
Ainda há partidos à direita do Likud e é com esses partidos que o Likud e Bibi vão governar, ematejoca.
EliminarEspero sinceramente que Bibi perca - e estrondosamente !!
ResponderEliminarFoi ao contrario, São.
EliminarNa hora de votar o medo dos árabes foi muito mais forte que o medo dos falcões do Likud e dos partidos à sua direita.
Como eu previa, mudou tudo para ficar tudo na mesma.
Caro Amigo Pedro Coimbra!
ResponderEliminarSe minha combalida memória não falha no final da semana passada ou início desta você citou a frase do seu nobilíssimo patrício Eçá de Queiróz (1845-1900):
"Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo".
Caloroso abraço! Saudações maquiavélicas.
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver sem véus!
Confirmo que citei e aplicava-se perfeitamente nesta situação, Amigo João Paulo de Oliveira.
EliminarGrande abraço
Os eleitores pensaram, pensaram e decidiram como se canta a "chula" :
ResponderEliminar"Para melhor está bem, está bem, para pior já basta assim"
:)) Abraço, Pedro !
Mas é que foi mesmo essa a atitude, Rui.
EliminarSem tirar nem pôr!
Aquele abraço
Esta "coisa" será contagiosa? Aí, como cá e um pouco por todo o mundo tudo muda, nada mudando.
ResponderEliminarUma canseira, e o que é mais grave, uma desgraça.
Abraço grande.
Na hora de votar a maioria das pessoas é muito conservadora, cede ao mais básico instinto do ser humano - medo da mudança, medo do novo, do desconhecido.
EliminarE é assim um pouco por toda a parte.
Abraço grande também
Isto de fomentar o medo da população - medo compreensível e evidente, claro! -para angariar votos diz muito sobre esse "Bibi", que todos sabemos não ser flor que se cheire... :P
ResponderEliminarAquele canto do mundo vive em permanente conflito, merecia uma trégua. Mas com ânimos tão exaltados de ambos os lados, dificilmente tem fim à vista!
Beijocas
Com muita tristeza tenho que reconhecer que não tenho a mais pequena esperança de paz para aquela zona.
EliminarO resultado destas eleições demonstra isso mesmo - o músculo venceu a razão.
Beijocas
Por muitas voltas que dê o mundo volta sempre ao mesmo
ResponderEliminarKis:>}
Medo da mudança, vontade de permanecer na zona de conforto, AvoGi
EliminarBeijinhos
Eu entendo
EliminarKis :>}
Nem mais. O desejo de mudança esbarrou nas questões de sempre. Fica tudo exactamente na mesma com as sucessivas alianças que serão necessárias.
ResponderEliminarAbraço
Mudou tudo para ficar tudo exactamente na mesma, Carpe diem.
EliminarAquele abraço
De nada lhe valeu a cartada que jogou em Washington.
ResponderEliminarParece-me que ao longo dos anos Israel perdeu demasiadas ocasiões para experimentar a paz. À medida que o tempo passa o nó está mais apertado e, por isso mesmo, mais difícil de desatar.
A supremacia bélica tem sido o caminho adoptado para a resolução das contradições naquele país. Até quando? Israel para manter o regime democrata - como "país de judeus" - tem de liquidar o regime que adoptou desde a sua fundação e constituir um novo modelo administrativo em que segregará os árabes. O recente apelo dirigido pelo governo aos judeus espalhados pela Europa, de regresso a Sião, é uma tentativa para equilibrar o déficit demográfico face aos árabes.
Tendo em conta as posições extremadas quer de Israel quer da nação árabe parece-me que naquela região só existe uma hipótese de paz: a dos mortos.
Agostinho,
EliminarPois eu acredito que a cartada em Washington foi fundamental para reverter o que parecia uma estrondosa do LiKud numa inesperada vitória.
Não foi a vitória que Bibi queria, não foi o resultado que ambicionava quando partiu para estas eleições, mas essa jogada em Washington, complementada com outra semelhante dentro de portas, assustou o povo israelita e fez reverter o sentido de voto.
Está confirmada a vitória de Bibi. Uma desgraça para Israel e para o mundo.
ResponderEliminarA vitória de Bibi e o início das conversações para se formarem as mesmas alianças que existiam antes das eleições, Carlos.
EliminarAcertei em cheio - mudou tudo e ficou tudo na mesma.
É caso para dizer: vira o disco e toca o mesmo ;)
ResponderEliminarUma melodia trágica, Su :(
EliminarPara se perceber a minha opinião sobre o artigo em causa, tenho que primeiramente dar a minha opinião sobre o que penso de Israel.
ResponderEliminarNada tenho contra a existência de um estado sionista, apenas critico o local que foi escolhido para ser fundado.
Antes da sua fundação, pensou-se em vários locais, como o sul dos Estados Unidos, Canadá, Uganda, Iraque e até Angola. Por esta ou aquela razão, nenhum desses locais foi escolhido, ou por oposição local, e/ou sobretudo porque os judeus historicamente não admitiam outro local senão a Palestina. Foi esta aliás a posição clara de David Bem Gurion aquando da fundação de Israel em 1948, ou seja, que o estado de Israel só podia ser nesse local.
Na altura a argumentou-se que a área que correspondia a Israel era desértica e praticamente desabitada. O que era errado, já na altura vivam nessa área perto de 200.000 árabes. David Ben Gurion e os restantes judeus, estiveram simplesmente a borrifar-se para essas populações e decidiram fazer na mesma o estado de Israel, ou seja, a própria génese do estado de Israel, desculpem-me a expressão, é perfeitamente pirata. Por isso não é de admirar que todas as nações árabes e grande parte do mundo ocidental hostilize ou mesmo odeie Israel.
Tendo em conta estes factos históricos, a política Israelita foi sempre mais ou menos musculada e de total desprezo para com os árabes. Quem ousou atenuar este tipo de situação, como por ex. Isaac Rabin, foi sumariamente aniquilado (por um judeu radical).
Para mim a solução para Israel, era simples, era eles saírem dali para fora e irem fazer o seu estado noutro sítio. Mas como tal não é possível, pelo menos a breve prazo, impunha-se que houvesse bom senso dos políticos israelitas, que tentassem ter uma convivência pacífica com os seus vizinhos árabes. Isso passava por estabelecer pontes com os sectores árabes de Israel e com os países vizinhos, que eventualmente desembocaria no reconhecimento de um estado palestiniano. Era esta aliás a direcção que a Aliança Sionista de Herzog pretendia dar à política israelita. Com a vitória de Netanyahu iremos ter mais do mesmo. Quanto a mim é uma política suicida, porque a população árabe israelita a breve prazo irá suplantar a população judaica de Israel e isso será a certidão de óbito do estado sionista.
Paulo Lisboa,
EliminarEnquanto Israel tiver a protecção americana (e vai continuar a tê-la porque a economia americana está na mão de judeus) não haverá ameaças à continuidade de Israel para além das que agora se conhecem.
Se há uma zona do Globo que julgo estar longe da Paz é precisamente aquela.
Não há animosidade, há ódios muito cavados que impedem outro caminho que não seja o do constante guerrear mútuo.
Se havia dúvidas disto mesmo, os resultados eleitorais agora conhecidos terão sido eloquentes.
O seu comentário é cinco estrelas!!