Os taxistas de Macau e a proibição de venire contra factum proprium


Venire contra factum proprium non potest.
Alguém faça o favor de explicar aos taxistas de Macau o significado e o alcance desta proibição legal.
De uma forma simples, afasta-se a possibilidade de alguém invocar a seu favor uma qualquer situação de infracção a que deu origem com o seu comportamento.
Decorre da boa-fé que deve sempre existir na relação com o outro e da legítima expectativa que se gera na esfera alheia com determinado comportamento, sobretudo se reiterado.
Alguns taxistas de Macau, que se mostram capazes de comportamentos aviltantes, que ignoram a mais básica deontologia profissional, a mais simples convivência em sociedade (nem vale a pena estar a referir constantemente as práticas de escolher os passageiros, de ignorar os taxímetros, de pedir quantias exorbitantes sem qualquer suporte legal, o desrespeito pelas normas legais e pelo trânsito rodoviário, a lixeira dentro dos táxis e nas suas bagageiras, o aspecto nauseabundo de alguns dos taxistas), saem agora à rua em protesto porque as autoridades policiais começaram (finalmente!!) a punir severamente estes comportamentos.
Excesso de zelo, gritam os pobres, como se fossem eles as vítimas e não os algozes.
Cereja no topo do bolo, Tony Kuok, presidente da Associação do Mútuo Auxílio dos Motoristas de Táxi, revela que muitos destes profissionais (???) não conhecem o código de conduta da profissão, ignoram os seus direitos e deveres.
Coitados, não são civicamente mal formados, são apenas profissionalmente mal formados.
Tudo porque são vítimas (sempre vítimas...) de um exame de acesso à profissão demasiado vago. 
É tempo de dizer basta.
Esta escumalha envergonha os profissionais honestos (também os há), envergonha a cidade, age como uma mafia que se julga impune (foi-o durante muito tempo e ainda continua a sê-lo em grande medida).
Quando hoje saírem à rua espero que a sociedade e o Executivo de Macau lhes saibam dizer a plenos pulmões venire contra factum proprium non potest.

Comentários

  1. Quer por aí, quer por cá, os prevaricadores colocam em risco uma profissão e com práticas pouco dignas, acham-se donos da razão. Mão pesada para todos os chicos-espertos!

    Beijocas

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    1. Que não doa a mão à polícia, Fatyle.
      Veja o vídeo.
      Beijocas

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  2. É difícil a mudança de hábitos e quando estão organizados em classes ainda pior.

    Que venha a lei, o seu cumprimentos e sanção se for caso disso.

    Beijo

    P.S. Por acaso tinha a sensação de que Macau era super organizado e limpinho como as grandes metrópoles.

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    1. Há gente com muito maus hábitos, Pérola.
      Dentro da classe dos taxistas há MUITA gente com MUITO MAUS hábitos.
      Beijo

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  3. Pedro, a expressão «Venire contra factum proprium non potest.» é grego para os taxistas de todo o Mundo (não é, infelizmente, um exclusivo de Macau).

    Aquele Abraço

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    1. Por aqui há uns escroques muito especiais, Ricardo.

      Veja o vídeo, vale a pena.

      Aquele abraço

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  4. Eu também tinha a ideia de em Macau ser tudo muito organizado e educado...

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  5. .
    ~ Ad gloriam Macau!

    ~ Dura lex. sede lex.

    ~ ~ ~ Beijinhos. ~ ~ ~

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    1. Espero que as autoridades policiais doravante sejam implacáveis com estes meliantes, Majo.

      Vejam o vídeo, vale a pena.

      Beijinhos

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  6. Os taxistas são como os políticos: uma praga universal!

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    1. Ainda há profissionais honestos, São.
      Tive o exemplo em Lisboa.
      Um sacana que não nos levou ao hotel porque pensava que só queríamos ir para o Aeroporto e estávamos na Gare do Oriente.
      Um colega viu, chamou-nos, disse-nos que nos leva ele ao Aeroporto e criticou abertamente a atitude do colega.
      Quando lhe dissemos que íamos para o hotel riu-se.
      E ganhou uma valente gorjeta.

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    2. Não podemos generalizar nunca em nada, porque há sempre pessoas competentes e honestas.

      Deixe-me contar-lhe o que aconteceu comigo e três pessoas amigas quando chegámos do México

      Depois de esperarmos na fila de táxis da Portela, quem teve que colocar as bagagens na bagageira foi o marido duma das minhas amigas.

      Como sou grande e éramos quatro fui para a frente. Assim que me sentei a criatura ligou(ou fingiu ) o taximetro. Quando chegámos ao Terminal do Terreiro do Paço para atravessarmos o Tejo, o taxímetro marcava pouco mais de dois euros e a culpa era minha porque , de qualquer modo, mexera no taxímetro.

      Sei que lhe dei , só à minha parte , três mil escudos(quinze euros) e depois as outras pessoas também pagaram já não me lembro quanto.

      Descemos, finalmente, abriu a bagageira sem tirar a bagagem, entra no carro e às tantas arranca ainda com malas lá dentro e a bagageira aberta, claro. Começámos a gritar assim como as poucas pessoas que assistiram e ela lá recuou e tirámos o resto.

      Se não fosse ser às 7H da manhã, diria que estava embriagado...ou talvez estivesse de ressaca.

      Um taxista a quem contei a estória disse que deveríamos ter agido de outro modo e ter feito queixa.

      Bom fim de semana :)

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    3. ERRATA:
      ELE , não "ela", pois era um homem.

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    4. Sou muito amigo de um taxista, pai de dois amigos meus, São.
      Ele taxista, a mulher doméstica, com muito trabalho e muita disciplina, conseguiu que os dois filhos se licenciassem
      Depois de terminados os cursos, e de conseguidos bons empregos e estabilidade financeira, fizeram uma surpresa aos pais -pediram um empréstimo e compraram uma casa nova para os pais.
      Há sempre o lado bom.
      Bfds

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  7. Porque será que em quase todo o mundo, os taxistas se consideram sempre i justiçados e invocam argumentos de vitimização? Eu tenho uma ideia, mas não a vou expôr aqui, não haja algum taxista que saiba falar português :-)

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    1. Estes gajos aqui (não são todos) abusam, Carlos.
      O oposto do que vi e vivi em Pequim.
      Porque é que não vão lá aprender a comportar-se como gente??

      Taxista a falar português, Carlos??
      Mais fácil ganhar o Euromilhões.

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  8. Por cá muitos deles acham-se mesmo senhores da razão!
    Transgredindo tendo prioridade em tudo, não conhecem o código da estrada.
    A mafia sempre vai haver.

    Beijinho

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  9. Caro Amigo Pedro Coimbra!
    Se minha combalida memória não falha acho que já lhe disse que meu saudoso pai, o Sr. Benedito de Oliveira (1919-1997) proveu - a princípio - sua numerosa prole com o ofício de motorista de ônibus e depois como taxista. Felizmente ele era muito querido e jamais teria o perfil destes nefastos parceiros de ofício retratados na reportagem, que maculam sobremaneira uma profissão que presta relevante serviço para a mobilidade urbana.
    Saudades do meu saudoso pai, bem como da sua risada estrondosa, que tinha o apelido de Pirapora, porque chegou à luz no atual bairro diademense de Piraporinha.
    Caloroso abraço! Saudações esclarecedoras!
    Até breve...
    João Paulo de Oliveira
    Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver sem véus!

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    1. Amigo João Paulo de Oliveira,
      Como comentei acima, há profissionais honestos no meio da escumalha.
      Como em tudo na vida, não se pode generalizar.
      O que é pena é que fica na memória a transgressão, porque ofensiva e frequente, e não os bons exemplos.
      Grande abraço!

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  10. E eu sem conseguir comentar!
    Estes táxistas não têm vergonha na cara. É caçar-lhes a licença, Pedro!
    Bom fim-de-semana.

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    1. Coitadinhos até se queixam de ser multados, Mor.
      Os pobres fdp!!!
      BFDS

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  11. Para essa gente exercer a profissão, untuosos que são, ensebam um qualquer funcionário que emite o papel que lhe confere competência e educação. Não lhes pode ser cassado o álvará?
    Conheço um cavalheiro, seempre impecável no trato e na imagem, reformado da profissão de taxista, que me contou um episódio da sua longa vida, agarrado ao volante todos os dias. Numa manhã foi solicitado para fazer um serviço muito cedo. Na estrada é mandado parar por uma brigada da guarda do tempo do Oliveira. Revista ao mercedes, documentos analisados, o senhor está autuado, não fez a barba esta manhã. Com a pressa o sr. João esquecera-se da escanhoadela da ordem. Sessenta escudinhos - 60$00 - foi quanto lhe custou a brincadeira.

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    1. Se fossem multados pelo aspecto seboso os cofres de Macau ainda ficavam mais cheios, Agostinho.
      Pode-se caçar a licença (está prevista essa possibilidade na lei).
      Julgo que tal nunca foi feito, Agostinho

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