Extermínio e Terror 70 anos depois
27 de Janeiro de 1945 - o Exército Vermelho libertava Auschwitz, o maior e mais terrível campo de extermínio até então conhecido pela Humanidade, onde terão sido mortas pelo menos um milhão de pessoas.
O pesadelo terminava, o Horror tinha um fim.
O Homem não iria doravante eliminar o seu semelhante com base na raça, no credo, nas convicções políticas.
A memória de Auschwitz assim o exigia, o respeito para com as vítimas do genocídio nazi não permitiam que algo de semelhante se repetisse.
Setenta anos depois, a desilusão.
Os campos de extermínio nazi não existem.
Outros campos de extermínio existiram depois de Auschwitz, noutras latitudes, com outras vítimas.
E o Mundo percebeu que não são precisos muros e campos fechados para que o morticínio, a brutalidade, a barbárie, continuem a existir.
Vivemos uma época que devia ser caracterizada pela paz e pela prosperidade.
Ao invés, todos os dias, nas mais rotineiras actividades, somos confrontados com o absoluto horror, com o medo colectivo que nos tolhe a razão e os movimentos.
Valores fundamentais como a liberdade, a tolerância, o respeito pelo outro, estão hoje largamente ameaçados e são abertamente desrespeitados.
A memória de Auschwitz, de todos os Auschwitz, merecia um Mundo melhor.
Um Mundo melhor que não poderá ser construído apenas com desfiles episódicos e hipócritas sempre que um qualquer acontecimento agita consciências pesadas.
Suster e prevenir a barbárie exige muito mais do que desfiles e discursos inflamados das lideranças a nível mundial.
Para que tragédias como Auschwitz, ou outras que parecem bem longe do paradigma de Auschwitz, de uma vez por todas sejam erradicadas e efectivamente nunca mais se repitam.
Também pensava assim. A vergonha e a dor daqueles campos de morte seriam um farol para que jamais se voltassem a repetir estes erros.
ResponderEliminarGrande desilusão nesta actualidade em que se continuam a praticar tantos abusos e mortes em quase todos os continentes...
A matança nunca teve fim, luis.
EliminarO que é incompreensível, revoltante.
Os animais (os chamados irracionais) matam para combater a fome.
Nós, os supostamente racionais, matamos porquê?
Subscrevo inteiramente Pedro e a actualidade não é nada boa e as atrocidades continuam sem fim à vista!
ResponderEliminarBeijos
Todos os dias, Fatyly.
EliminarE não é com discursos ocos e de ocasião que se muda este cenário.
Beijos
Concordo em absoluto, Pedro.
ResponderEliminarAquele abraço.
Só agora vi o discurso de um dos sobreviventes do Holocausto nas cerimónias de ontem, Ricardo.
EliminarTambém ele falava nas atrocidades que não têm fim, no Horror que não cessa.
O que sentirá alguém como ele, que viveu aquele pesadelo por dentro, ao ver este desfile constante de atentados contra a Humanidade?
Aquele abraço
Parabéns , Pedro!
ResponderEliminarAssino, se me permite, por baixo , incondicionalmente .
Obrigado, São.
EliminarEste é um daqueles post que a gente preferia não escrever :(
É verdade, os tempos mudam mas parece que pessoas que tem a mente maligna não. O que levam a isso? Vamos esperar por tempo melhores e com mais respeito ao nosso próximo.
ResponderEliminarTenha um ótimo dia.
Anajá,
EliminarO grande George Carlin dizia que o ser humano, o animal racional, era o único capaz de assassinar, o único capaz de cometer o crime de genocídio.
Os exemplos são demasiados para não lhe dar razão, infelizmente.
Tenha um óptimo dia também
Dizer o quê se está tudo dito?
ResponderEliminarUm abraço.
Dizer que esperamos por dias melhores, António
EliminarAquele abraço
~ Estupendo texto que subscrevo com o maior orgulho.
ResponderEliminar~ Apreço esse, por te ter como amigo, virtual, mas de convívio diário.
~ ~ ~ Beijinhos. ~ ~ ~
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Foi escrito com emoção, confesso, Majo.
EliminarComo é que não aprendemos nada como aquele Horror?
Seremos mais estúpidos do que pensamos ser??
Beijinhos
Infelizmente, já temos por aí "outros" Auschwitz, ainda que noutras latitudes. A Alemanha refinou-se no extermínio. Agora, em vez de campos de concentração, mata as pessoas à fome.
ResponderEliminarA sensação que tenho é que há cada vez mais Auschwitz, Carlos.
EliminarDe uma violência bem diferente da dos campos de extermínio nazi, mas nem por isso menos violentos.
"Valores fundamentais como a liberdade, a tolerância, o respeito pelo outro, estão hoje largamente ameaçados e são abertamente desrespeitados." ... e no entanto, lamentavelmente, sabendo disso, continuamos a ameaçá-las directamente, através dos meios sociais ! :((
ResponderEliminar... nomeadamente a "tolerância" e o "respeito pelo outro", já que a "liberdade", essa, coitada, está sujeita uma infinidade de "leituras" ao "gosto de cada um" !
... até a prática da liberdade da "intolerância" e a do "desrespeito pelo outro" !
Em teoria todos estamos de acordo ! ....Na prática, é bem diferente !
Abraço, Pedro !
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Curioso que a sociedade do conhecimento e da prosperidade tenha transportado consigo um acentuar das desigualdades sociais e da violência, física e verbal, Rui.
EliminarEra suposto ser ao contrário....
Aquele abraço
Parabéns a que escreve assim!
ResponderEliminarJá li e vou comentar daqui a pouco um excelente poema, que acompanha um excelente desenho, Rui.
EliminarE sou eu que escrevo bem??
Grande abraço
Concordo em absoluto e dou-lhe os parabéns, com tudo que escreveu .
ResponderEliminarA humanidade não aprende, nem com os erros nem com os avisos.
beijinho
Fê
Obrigado, Fê.
EliminarRepito o que comentei lá em cima - será que somos mais estúpidos do que pensávamos??
Beijinhos
Com o final da 2ª Grande Guerra o mundo suspirou de alívio, sobretudo, quando em 1948 foi proclamada a "Declaração Universal dos Direitos do Homem". Pura ilusão!
ResponderEliminarA partir desta simples introdução, faço minhas as suas palavras, escritas com veemência e emoção, Pedro!
Bem-haja, por ser a pessoa que é!
Beijinhos
Todos pensámos que o fim daquele pesadelo representava o fim de uma era, Janita.
EliminarTinha sido decretado o fim do Horror.
Afinal era só daquele Horror.
Muitos outros se lhe seguiram.
E parece não terem fim.
Beijinhos
Apesar das intenções piedosamente manifestadas pelas figuras gradas do mundo não passam de sermões de frei Tomás.
ResponderEliminarTanta pregação, Agostinho :(((
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