Passadeira vermelha a Leste


Donald Trump prepara-se para estender uma passadeira vermelha a Leste da Europa ao seu aliado do Kremlin.
A anunciada retirada dos contingentes militares americanos da Europa, mais não é que um convite a Vladimir Putin para poder atacar e reconquistar para a esfera de influência russa os Estados bálticos à sua porta.
Não porque o poderio militar dos contingentes militares americanos seja garantia de defesa desses Estados.
Antes porque a mera presença dos militares americanos constitui essa garantia, funciona como elemento de dissuasão.
E não é no contexto do artigo quinto do Tratado da NATO que esse elemento de dissuasão funciona. 
É simplesmente porque a mera hipótese de morte de um militar americano face a um hipotético ataque russo, desencadiaria um movimento de contestação interna difícil de conter nos Estados Unidos.
Retirarando as suas forças, a pretexto de uma poupança económica dificilmente compreensível, Donald Trump convida Putin a prosseguir o movimento de refundação de um grande império russo na Europa.
Mais uma vez cabe à Europa preencher esse vazio que os Estados Unidos se preparam para criar.

Comentários

  1. O poder militar americano é enorme... pois é... a Europa há muito que depende dos EUA... que foram sempre criticados. Agora Sim aperceberam-se que estāo em grande desvantagem

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    1. É tempo de acordar e investir forte na indústria da defesa.
      E não é para comprar Made in America como tem sido até aqui.

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  2. Ao tempo que o Japão trabalha diplomaticamente para se ver livre da base de Okinawa. O caso até levou à demissão dum primeiro ministro.
    Veremos se haverá a mesma medida...
    Putin deve estar eufórico com o fim da OTAN...
    Beijinhos
    ~~~

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    1. A OTAN não acaba, Majo.
      Vai ser reformulada (finalmente!), vai ter menos América (finalmente!), mas não acaba.
      Acredito eu.
      Beijinhos

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    2. Também creio na sua opinião, até porque Trump é uma nuvem escura de passagem... Mas que Putin está radiante com a situação atual, isso está...
      Tudo bom. Beijinho
      ~~~~

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  3. É tempo da Europa acordar e definir uma estratégia para combater os joguinhos de Trump.
    Beijos

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  4. Desta vez, estou completamente de acordo : Putin muito provavelmente atacará os países bálticos.

    E, sim, não é aos EUA que devemos comprar armas.

    Bom resto de semana.

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    1. É só não lhe fazer frente, São.
      Ninguém o pára.
      Já há muito devíamos ter deixado de comprar armas aos cowboys.
      Temos andado a alimentar a indústria deles.

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  5. Já o disse e repito:
    Há males que vêm por bem!
    Finalmente a Europa acorda e deixa de dormir com o inimigo.

    Abraço

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    1. Cem por cento de acordo.
      Não é só a indústria de guerra, é tudo o que está à volta.
      Abraço

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    2. Concordo totalmente convosco!

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  6. Respostas
    1. É agora ou nunca, António.
      Vamos ver para onde vai trabalhar aquela gente toda ligada à indústria do armamento nos Estados Unidos.
      Abraço

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  7. Quando há notícias da eventualidade duma catástrofe, mesmo que não seja eminente, o mais aconselhável é procurar um lugar que esteja a salvo dela e das suas consequências, né? Ora ir para o Alentejo ou para Trás os Montes não me parecem as melhores opçõns. Sabes onde há comboio para Marte? Se souberes diz-me por mail para que esses FdP não se aproveitem e vão para lá fazer mais merdas!
    Grande abraço!

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    1. Para Marte quer ir o doido do Elon Musk.
      Se fosse, levasse companhia, e não voltasse...
      Grande abraço

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  8. A Europa ou a UA andaram a ignorar e agora já abriram o olho...e por cá andamos com casos e casinhos que até metem nojo.APRE!
    Beijos e boa tarde

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    1. Não se fala noutra porra que não seja a Spinumviva e afins.
      Que bocejo.
      Beijos

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  9. Essa novela vai longe, parece filme de terror... pobre da Ucrânia!
    Mas estão na luta, povo de garra, torço por eles.
    Boa semana,
    beijo

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    1. Na Europa há dois exércitos extraordinariamente bem preparados para cenários de guerra - o ucraniano e o turco.
      O urso russo menorizou esse facto.
      E está a ter o devido troco.
      Beijo

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  10. Eu fico só lendo Vcs e ouvindo meu Pai e meu Vô . Assunto difícil. Bju

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  11. Pedro, tua análise é precisa e incômoda — como deve ser quando se fala de decisões que podem redirecionar o tabuleiro geopolítico. A metáfora da passadeira vermelha é certeira: elegante por fora, mas escorregadia por dentro. A retirada das tropas americanas não é só ausência física, é ausência simbólica, e isso, como você bem colocou, é o que realmente fragiliza o equilíbrio. A dissuasão nunca foi sobre força bruta, mas sobre a possibilidade do caos ao se cruzar certas linhas. O mais preocupante é ver como, sob o pretexto de “poupança”, se abandonam compromissos históricos — e se abre espaço para ambições imperiais do século XXI travestidas de resgates históricos. Que a Europa esteja à altura do vazio que se anuncia, porque o eco dessa ausência pode ser ensurdecedor.

    Abração querido
    Dan
    https://gagopoetico.blogspot.com/2025/04/receita-de-um-caos-controlado.html

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    1. Putin tinha grandes objectivos, Dan:
      Saída do Reino Unido da União Europeia;
      Desmembramento da União Europeia;
      Desmembramento da NATO;
      Ressurreição do império russo;
      Reconfiguração da geopolítica mundial com três grandes vértices - a Rússia na Europa, a China na Ásia, Os Estados Unidos na América.
      A Europa, o Canadá, a Austrália, a Coreia, o Japão, têm de lhe dizer nem pensar.
      Abraço

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  12. Such long term dependency can be dangerous for the Britain now when support has been pulled away suddenly
    Learning from mistake is the only option

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