A agenda de Putin

Nunca subestimem as capacidades de Vladimir Putin, avisava recentemente Helena Ferro Gouveia.

Por mais asqueroso que nos possa ser, Putin é um estratega brilhante.

Formatado no KGB e profundamente marcado, humilhado mesmo, pela desagregação do império soviético.

Uma humilhação que jurou vingar e que passou a ser o seu leitmotif a partir de então.

A agenda de Putin, goste-se ou não, tem vindo a ser cumprida passo a passo.

Frio, calculista, Putin, especialista na guerra híbrida, foi essencial na estratégia do Brexit.

Separada a Grã Bretanha da União Europeia, seguia-se o desmoronamento da organização.

Contando para isso com “cavalos de Tróia” estrategicamente colocados no seu interior e com manobras de propaganda intensiva distribuída por imbecis úteis e outros pagos a peso de ouro.

Para dar continuidade a esta estratégia, era fundamental haver um parvo na Casa Branca.

E Putin deu a mão a Trump.

Que era o seu ponta de lança no próximo objectivo estratégico - destruir a NATO.

Destruída a NATO segue-se o quê?

A destruição da actual ordem mundial saída do pós guerra.

A ser substituída por uma nova ordem com três vértices.

A Nova Rússia na Europa; a China na Ásia; os Estados Unidos na América.

Têm a palavra a União Europeia, o Canadá, a Austrália, a Nova Zelândia, o Japão, a Coreia do Sul.

Uma nova ordem mundial?

Sim, mas não a sonhada por Putin.