A solução de Trump

O doido varrido americano, comerciante aspirante a ditador e Prémio Nobel da Paz, apresentou a sua solução para o fim da guerra na Ucrânia.

Demorou mais que os tais dois dias que prometera, mas aí está em todo o seu esplendor.

Resumidamente, a Rússia fica com tudo o que reivindicava e que deu origem à guerra; os Estados Unidos ficam com o controlo das riquezas do subsolo ucraniano e da produção de energia no país; a Ucrânia fica em paz, assegurada por uma coligação de países europeus (os Estados Unidos estão fora).

Não há mais conversa.

Ou aceitam ou vamos embora.

Trump está cheio de pressa.

Pressa para apresentar um acordo de paz ao povo americano, pressa para se candidatar ao Nobel que Obama recebeu.

No Kremlin, sentado tranquilamente a degustar vodka on the rocks, Putin não tem pressa nenhuma.

A guerra corre-lhe bem, o pateta americano faz o seu jogo, não há razão nem vontade nenhuma para alterar o status quo.

Tudo decidido.

À margem da lei ucraniana, à margem das mais elementares normas do Direito Internacional, à margem da Europa Ocidental.

E decidido por enviados do ditador russo, do aspirante a tirano americano.

O desplante, a desfaçatez, o desvario.