O circo de Riade

O Mundo assistiu perplexo ao circo montado pelo Kremlin em Riade.

Putin, um líder político, um estratega, devorou o idiota chapado americano sem este perceber minimamente o que estava a acontecer.

De uma penada, frente a frente e em pé de igualdade com o interlocutor americano, a Rússia de Putin limpou a imagem de Estado pária.

E o que foi preciso para isso?

Prometer a Trump que haveria paz (podre) na Europa (promessa eleitoral de Trump); que os americanos até poderiam (talvez...) voltar a explorar o gás e petróleo russos; que a Rússia apoiaria a estratégia americana para o árctico (pudera!).

E o cretino americano saiu dali a gritar vitória, o pobre de espírito.

E o que exigiu (não pediu, exigiu!) Putin?

A garantia que a Ucrânia e os Estados bálticos não poderiam aderir à NATO, ficando assim à sua mercê; que a Rússia teria uma palavra essencial a dizer no retalhar da Ucrânia e na distribuição do seu território pelos Estados vizinhos; que a Ucrânia deixaria de existir como Estado independente e que ficaria praticamente toda integrada na Rússia; que este processo seria todo tratado em pé de igualdade entre americanos e russos à mesma mesa, deixando de fora o seu ódio comum, a União Europeia. 

Devorado publicamente, humilhado politicamente, o idiota americano gritou vitória.