Olhar para França e lembrar Hong Kong




Olho para o que está a acontecer em França e recordo o que aconteceu em Hong Kong.
A violência urbana, a destruição gratuita, hipoteticamente em nome de valores mais altos e mais nobres.
Num caso e noutro, com muitos jovens na linha da frente.
Num caso e noutro, com esses jovens a serem manipulados por interesses obscuros que nada têm a ver com os acontecimentos que desencadearam o caos.
Gente sem escrúpulos, capaz de cavalgar o descontentamento das novas gerações com intentos puramente políticos.
França e Hong Kong têm um problema comum – novas gerações com presente e futuro incertos.
Como sempre, com base em questões muito concretas – custo de vida, falta de emprego, dificuldade ou impossibilidade de acesso a habitação condigna.
Paz, pão, saúde, habitação, o axioma é sempre o mesmo independentemente das geografias e dos sistemas políticos.
Quando estes escasseiam, as gerações mais jovens são facilmente manipuláveis no sentido de passarem do descontentamento ao vandalismo.
Basta um gatilho para fazer explodir a panela do descontentamento há muito em ebulição.
Em Hong Kong a regulamentação de um artigo da Lei Básica; em França a morte do um jovem às mãos de um polícia bruto.
Num caso e noutro, a violência nas ruas, injustificável, inadmissível, tem pouco ou nada a ver com o que lhe deu origem.

Comentários

  1. Há quem seja de opinião de que as comunidades marginalizadas estão sujeitas a um policiamento excessivo. Há quem diga que as comunidades marginalizadas têm muitos elementos com tendêndia para a violência devido a vários fatores, sobejamente conhecidos, e, consequentemente, devem ser policiadas... E entra-se num ciclo vicioso. E fala-se em racismo, em discriminação, em preconceitos.
    O que aconteceu com o rapaz de 17 anos não devia ter acontecido.
    Governar a França não é nada fácil.

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    1. E o que aconteceu com ele, aquela execução, espoletou uma série de acontecimentos em nada relacionados com o crime, Catarina.
      O descontentamento à solta.

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  2. Eu vi aqui e fiquei com pena de um jovem de 17 anos ser morto de
    forma tão estúpida ( mais um argelino a ser morto pela França ) .
    Uma ótima semana, Pedro, paz e saúde!
    Beijo.

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    1. Uma execução, quase uma execução, tais.
      Que não justifica estas violência a destruição como a própria avó do menino advertiu.
      Beijo, boa semana

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  3. Há uma grande diferença entre Hong-Kong e a França.
    Em França a gestão da imigração é/foi desde há muito tempo caótica.
    Em praticamente todas as cidades criaram guetos com cada raça: temos os negros nesta zona os árabes noutra.
    Há quarteirões inteiros dedicados a imigrantes e onde a gestão do passado, do presente e do futuro apresenta um desafio enorme para a França.
    É preciso corrigir décadas dessa gestão , é preciso transmitir esperança a esses cidadãos, é imperativo iniciar um trabalho de fundo que não pode ser só “o Estado Social “ como até aqui.
    E só reiniciando tudo a partir da escola primária se poderá conseguir reconstruir Uma França.
    Se assim não for a cada ocasião acontece o que estamos a ver.
    Muda unicamente o pretexto (coletes amarelos, idade da reforma, morte de um jovem, e muitos outros) mas o resultado é idêntico.
    Sobretudo o mau exemplo francês deve ajudar a Europa a não cometer os mesmos erros senão…

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    1. Estamos inteiramente de acordo.
      Integrar não é receber, deixar entrar mas esconder em cantos recônditos quem é recebido.
      A revolta está lá.
      E ao mínimo pretexto extravasa.
      Da pior maneira possível.

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  4. Acontecimentos que me têm chocado.
    Aproveitam um acontecimento infeliz para se rebelarem e essa rebelião já nada tem a ver com a morte do jovem.
    É fácil manipular esses emigrantes que vivem em França, sem emprego e habitação.
    A França tem um trabalho de fundo para fazer no que toca aos emigrantes e não vai ser tarefa fácil.
    Beijos

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    1. Cavalgar a onda do descontentamento.
      Precisamente o que aconteceu em Hong Kong, Manu.
      A revolta está lá.
      E ao mínimo pretexto solta-se em fúria.
      Beijos

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  5. Totalmente de acordo.

    Espero que os políticos e quem dirige efectivamente a vida das pessoas através do poder económico que tem compreendam ser impossível continuarem neste sistema de desigualdades cada vez maiores.

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    1. Quando falta o essencial há revolta, São.
      A harmonia, que o confucionismo tanto exalta, desaparece e dá lugar ao caos.

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  6. Bom dia
    Muito se tem dito e escrito sobre este tema mas está aos olhos de todos que estes vândalos se aproveitam destes também tristes episódios para se manifestarem da forma mais incorreta o que só traz graves consequências .

    JR

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    1. Os vândalos estão descontentes e respondem às tentações mais básicas.
      Revelam o que há de pior no ser humano.

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  7. Os manifestantes na França visam não apenas carros e latas de lixo, mas também prefeituras e prefeitos. A violência está cada vez mais intensa.

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    1. Quem tentou assassinar a mulher e a minha do prefeito é apenas assassino e bárbaro, Teresa.
      Bandidos da pior espécie.

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  8. Não defendo a violência, venha ela de onde vier.
    Os grupos organizados tomaram conta da confusão e fazem das deles, como habitualmente.
    Tentar resolver a situação é uma tarefa hercúlea mas algo tem que ser feito para minorar o que cada vez parece mais difícil.
    Já toda a gente sabe que o jovem abatido pelas autoridades era uma pessoa com cadastro, de difícil relacionamento.
    Nada justifica o que aconteceu, nada justifica o que continua a acontecer.
    E os grupos organizados em nome do vale tudo, ei-los com toda a sua pujança. A pedir o quê? Umas palmadinhas nas costas? Pois, o que fazer?
    Um abraço, Pedro

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    1. O problema é exactamente grupos organizados, violentos, tomarem conta destes movimentos, António.
      Foi o que se viu em Hong Kong.
      A dada altura já nada tinha a ver com protestos contra a regulamentação legal.
      Era violência gratuita.
      Como está a acontecer em França.
      A morte do jovem foi só o pretexto para estes meliantes espalharem o caos e o terror.
      Abraço

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  9. Boa tarde Pedro. Tivemos protestos parecidos no governo Dilma. Obrigado pela visita e comentário.

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  10. O "homenzinho" tem de repensar o tipo de sociedade que criou, aquilo que o globalismo trouxe de bom e de mau, e se quiser melhorar aquilo que está mal, para nos fazer a todos mais felizes, respeitadores, humanos !!!

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    1. Receber e acolher são coisas muito diferentes, Ricardo.
      Se calhar temos de começar por aí.

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  11. É Pedro,
    A coisa está ficando feia
    de verdade! Nem ouso
    a entrar nessa conversa.
    Bjins de boa semana
    CatiahoAlc.

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    1. Vândalos que se apropriam de movimentos originariamente bem intencionados.
      Bjins

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  12. Olá, Pedro, depois dessa sua postagem, que nos reporta a esses tristes acontecimentos, ficamos pensando em quem poderá mudar o destino da França.
    Uma ótima semana, paz e saúde.
    Grande abraço.

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    1. Toda a União Europeia, Pedro Luso.
      Repensar a política de acolhimento de refugiados.
      Permitir que entrem e colocá-los em gavetas é adiar problemas.
      Grande abraço

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