Palco da discórdia





Na civilização das pressas e dos apressados em que vivemos, até os juízos de valor têm de ser imediatos.
Nos últimos dias o debate e a indignação estão centrados no palco, o palco do Papa.
A direita, católica, acha que é uma bênção receber o Papa e a Jornada Mundial da Juventude, custe o que custar.
A esquerda, agnóstica, acha que é um atentado à pobreza.
Os custos são brutais, o País não pode suportar estas realizações.
E depois há ainda os que misturam temas que não têm qualquer ligação ou cabimento e que dão a sua opinião acerca da melhor maneira de gastar tanto dinheiro.
Acima de tudo parece estar aqui em causa um debate político (Esquerda vs Direita) e religioso (Agnósticos vs Católicos).
Confesso que não sei se a realização deste evento é cara ou barata.
É muito dinheiro?
Sem dúvida.
É caro?
Não sei.
Só saberemos se é caro ou barato no final.
Sabendo quem nos visitou, quanto gastou, o que vai ficar para o futuro, poderemos retirar conclusões fundamentadas.
Até lá é puro achismo.
Os balanços não se fazem antes dos eventos se realizarem nem os prognósticos no final.
Disso sim tenho a certeza.

Comentários

  1. Teresa Palmira Hoffbauer

    Eu agnóstica liberal não meto colherada, porque esse palco-altar não foi pago com os meus impostos. Sobre o aspecto estético acho-o horripilante.

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    1. O palco é só um pormenor, Teresa.
      Eu quero perceber o que se vai fazer ali, que investimento é aquele.
      Lembremos a Expo, o que aconteceu então, o que ficou para depois.
      É isso que quero saber.
      Depois é que posso perceber se é caro.

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    2. Teresa Palmira Hoffbauer

      E eu repito o que escrevi em cima: como o dinheiro não é dos meus impostos, estou-me absolutamente nas tintas.

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  2. A análise do PEDRO COIMBRA está 100 % correcta.
    As previsões das receitas parecem-me certas.
    Já o " PALCO ", quanto a mim é um autêntico atentado ao bom gosto.
    Quem foi o "arquitecto" ?
    É que ainda não vi o nome dele...

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    1. Julgo que aquela maquete ainda não é a versão final.
      Mas também não tenho a certeza.
      Estou curioso para ver o que vai ser feito naquela zona à boleia da Jornada Mundial de Juventude.

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  3. Concordo com tudo, Pedro.
    Mais que todas as tretas internas (habituais, lamentavelmente), preocupa-me o que passa para o exterior. É vergonhoso!
    O palco é um retrato do que somos... O local é um espectáculo, e dali poderão vir no futuro chorudas receitas.
    Venha o Papa Francisco, no exacto dia tudo estará pronto e lindo para o receber.
    Beijo.

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    1. Basta lembrar a Expo, teresa.
      O que deu e o que se seguiu.
      O que era o Parque das Nações??
      Beijo

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  4. Moedas diz que o palco é um investimento para o futuro.
    Aquela zona precisa de ser intervencionada e assim será.
    Com aquele investimento ou com um menor o evento teria o mesmo retorno.

    Abraço

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  5. Pois mas em Portugal é comum os orçamentos derraparem muito...
    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

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    1. Esse também é um fenómeno global, Isa Sá
      É com cada derrapagem!!

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  6. Espero para me pronunciar. Assim, a frio e no imediato, é caríssimo.
    Abraço

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    1. É muito dinheiro.
      Isso sim.
      Caro só vamos ver depois.
      Abraço

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  7. Bom dia
    Ser ou não caro , eis a questão .
    Se não houvesse discórdia, é que era de admirar.

    JR

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  8. Subscrevo inteiramente o que dizes. Acho que ao belo estilo português em vez de esperarem para ver o retorno fazem um banze tremendo. Foi assim com o CCB, Museu da Luz, Expo versus Parque das Nações e outros que agora frequentam com muito gosto.
    Eu faço minhas as tuas palavras a um cometário:
    "Estou curioso para ver o que vai ser feito naquela zona à boleia da Jornada Mundial de Juventude."
    Beijos e um bom dia

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    1. Aquela zona da Expo ficou uma maravilha.
      Qualidade de vida.
      Esta tem tudo para ir pelo mesmo caminho.
      E o mamarracho que ali estava dar lugar a mais uma linda zona ribeirinha.
      Beijos

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  9. Não deixando de concordar com que os balanços se fazem no fim , considero injustificado o gasto de verbas públicas num acontecimento religioso : somos um Estado laico.

    Não vejo razão para se andarem a construir altares por Lisboa inteira.

    Fátima tem todas as condições para as Jornadas.

    Além disso, as Jornadas deveriam ter sido efectuadas em 2022. Como é possível que se andem a fazer agora ajustes directos ?!

    Outra coisa, a presença de Paulo Portas não é bom sinal.Ainda me lembro dos submarinos...

    Veremos se Álvaro Covões, agora nomeado para um Comissão qualquer, ainda não recebe de presente o dito palco.

    Enfim...

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  10. Meu caro Pedramigo
    Onde te foste meter? Não num ninho de vespas, mas num ninho de víboras… Costumo dizer e escrever que fui católico mas… curei-me. As Jornadas Mundiais da Juventude são um evento de enorme repercussão a nível deste planeta cada vez menos azul. A visita do papa Francisco é um acontecimento em qualquer parte desta Terra que é a única que temos pois “outra” ninguém sabe como seria dado que dela ninguém (pelo menos até à data…) voltou para contar como seria.
    Zangam-se as comadres mesmo sem se contarem as verdades. E, pelo que se vai vendo e sabendo, não há cão nem gato que meta a sua colherada no melindroso assunto. A maquete que era parece que já não é, mas talvez seja diferente, quiçá surja outra para sobre ela se voltar a malhar a frio e quente.
    Nós, os portugueses, adoramos dizer mal, rejubilamos com as coscuvilhices, deliciamo-nos com os boatos, rebolamo-nos com os dislates, gostamos enfim das cantigas de escárnio e de maldizer desde o Dom Diniz.
    Fazer as contas do deve e do haver das Jornadas por antecipação nem parece nosso. O costume é andar para frente e desenrascarmo-nos. Depois é que vêm as costumadas alegações de corrupção. O papa Francisco, com barraca-catedral ou cátedra-barraca, vai trazer a Portugal milhões. O que me parece importante é saber o que Portugal vai fazer com eles. E já agora o que será o futuro da construção/discussão…
    擁抱
    恩里克

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    1. É por isso que eu gosto de ti, FerreirAmigo.
      Quero lá saber se é um acontecimento religioso, desportivo, cultural.
      Meter Portugal no map, porra!
      Velhos do Restelo?
      À boleia destes acontecimentos o País é falado, cresce, há mudança.
      Lembram-se da Expo.
      Abração

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  11. Respostas
    1. Quantos mais acontecimentos destes, melhor.
      Aquela coisa do orgulhosamente sós é profundamente irritante.

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  12. Todas as grandes construções que se fizerem em Lisboa, geraram polémica e no final foram um sucesso. Há que esperar para ver.
    Beijos

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    1. Só queria que houvesse iniciativas destas em todo o País, Manu.
      O dinheiro público deve ser utilizado exactamente assim.
      beijos

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  13. Só digo: Falta dinheiro para a Educação, para a Saúde... e então, quem paga?!!
    .
    Coisas de uma Vida
    .
    Beijos e uma boa tarde!

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    1. O que é que tem a ver a bota com a perdigota, Cidália??
      Beijos

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  14. ...E esse é o primeiro, fora os outros quatro que estão na forja, mais os 150 confessionários - do perdão - que agora também vieram à baila.
    Haja quem não ponha o Santo Padre ao corrente de tanta discórdia à mistura com a pompa que a circunstância traz. Acho que a Jornada já nem se fazia por terras lusas...

    Beijinhos.

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    1. Se não se fizer em Portugal há outro país que a vai fazer e agradecer, Janita.
      Salazar ainda está bem presente.
      E os velhos do Restelo também.
      Beijinhos

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  15. Concordo plenamente consigo, há que esperar, pois só no final se consegue fazer um balanço financeiro.
    Beijinhos

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    1. Financeiro e de transformação da zona, Maria Rodrigues.
      Coimbra precisava de um abanão destes.
      Beijinhos

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  16. Talvez o final seja o ponto mais certo para comentar. Mas é também o de sem retorno. A razão por que um representante de Cristo na Terra tem de gastar tanto dinheiro a um país super endividado, só para uma visita... confesso, é coisa que não entendo, e julgo mesmo que o próprio Bergoglio não pede tal. Será pelos jovens ? Mas eles também não costumavam ter gostos caros. Mudaram? Talvez. Ou é a imagem do país. A imagem não me parece que saia assim tão bem, quem gasta o que não tem sai mal na foto. E, pior, parece-me - sei lá porquê, que não tenho razão nenhuma para tal - que vamos ser nós a pagar o que se faça, e mais as derrapagens, e o diabo a sete.

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    1. A visita do Papa, a Jornada da Juventude, é só a mans to an end, bea.
      Ou será que sou eu que estou a ver mal??

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  17. Teresa Palmira Hoffbauer

    Lutz Brückelmann, no facebook:

    "Isto é um comentário sobre arquitetura.

    Talvez deva dizer antes que não sou católico e que não gosto de eventos de massas, mesmo que tenha assistido na minha vida, com prazer, a vários festivais do Rock. Mas um festival de Rock têm pelo menos a ilusão, a possibilidade de alguma anarquia, que a Jornada Mundial da Juventude certamente não contém.

    Quando vi o palco do parque do Trancão, fez-me impressão a péssima arquitetura geral, mas em particular um aspeto que sei devido menos aos projetistas (embora isso não os iliba da responsabilidade) do que ao cliente, ao programa. O caráter monumental, a enorme distância física e simbólica entre o lugar do líder supremo, o Papa, e os mortais comuns que lhe vão prestar homenagem. Uma distância que se mede em 2000 pessoas, distribuídas em rampas, ou seja de elevação crescente sobre os inferiores, exprimindo com rigor a hierarquia da instituição. Tudo isso encontra-se com ainda mais pertinência na estrutura prevista para o mesmo efeito no Parque Eduardo VII.

    Não é por acaso que o objeto lembra um cenário de um filme monumental, mesmo se apenas de série B, um clone barato de um Ben Hur ou Cleópatra.

    Está lá a encenação do poder totalitário das pirâmides Aztecas, ou do Reichsparteitagsgelände de Nuremberga. Felizmente só em pequeno, em rasca, em versão Vegas de dia."

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    1. Repito o que já comentei, Teresa - se Portugal desistir desta realização haverá quem a agradeça e com ela lucre.
      E também será provavelmente um Estado laico.

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  18. Tolices milionárias, de mau gosto e disfuncionais,
    para jovens que se sentam no chão...
    Já o Eça fartou-se de ironizar a parolice portuguesa...
    Beijinhos
    ~~~~

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    1. A Jornada Mundial da Juventude pode ser um acontecimento marcante, Majo.
      No presente e para o futuro.
      Se for bem aproveitada nas suas potencialidades pode ser um momento marcante.
      Beijinhos

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  19. Acho que deveríamos ter prestado atenção aos nossos vizinhos espanhóis quando tal evento passou por lá... a coisa ficou numa bagatela e o evento rendeu que se fartou!...
    De Espanha podem não chegar bons ventos... mas umas boas lições, ainda vão soprando... se lhes tivéssemos prestado atenção...
    Enfim... mais milhão... menos milhão... para o Moedas, serão trocos... :-))
    Beijinhos! Bom fim de semana!
    Ana

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    1. Não é gastar, desperdiçar.
      É investir, Ana.
      E o dinheiro público é exactamente para isso.
      Beijinhos

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  20. Pedro, acho que tanta polémica resulta em grande publicidade para o evento!
    Sem isso, possivelmente ninguém saberia que estariam construindo algum tipo de estrutura (cara ou barata), muita gente nem saberia que as jornadas mundiais da juventude iriam ter lugar em Portugal, e muitos outros, nem saberiam sequer da visita do Papa a Portugal!
    realmente que Deus dê uma ajudazinha para que aquela zona de Lisboa fique bonita e bem cuidada :)!!!

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