Europa ou Gália

 

Macron ou Le Pen, Europa ou Gália, essa é a escolha que os franceses vão ser chamados a fazer na segunda volta das presidenciais.

Mais que uma guerra dos sexos, esta será mais uma vez uma batalha dos mundos, das mundividências.

Le Pen representa o nacionalismo serôdio, a fronteira fechada, o medo do estrangeiro.

A aldeia gaulesa sem um Astérix, sem um druida, com muitos Obélix a dar tabefes a quem ousa tentar entrar.

Macron representa a opção europeia, a fronteira aberta, o ar fresco que quando entra pode também ser acompanhado de algumas incómodas moscas.

Os franceses vão afinal decidir se querem continuar na Europa ou se querem fechar-se ainda mais que os britânicos.

Com a grande desvantagem de não terem o mar a separá-los geograficamente dos vizinhos.

No século XXI, e depois de um alucinado americano não ter conseguido afinal erguer o muro prometido, há outros a tentar erguer outros muros num mundo que se queria cada vez mais aberto e próximo.

Já não são atracções turísticas como a Muralha da China ou o que resta do Muro de Berlim.

São barreiras, algumas apenas virtuais, que tentam criar quintais na aldeia global.

A Europa já tem alguns.

Outro, num dos berços da civilização, do Iluminismo, seria uma tragédia.

Esperemos que os franceses percebam isso quando decidirem o seu sentido de voto.