Um novo capítulo




É muito complicado aceitar que de um conflito armado pode resultar uma nova esperança.
O optimista dirá que assim é e que a História tem vários momentos que ilustram essa realidade.
O actual conflito na Ucrânia pode ser um desses momentos.
Basta que a queda do Muro seja finalmente acompanhada pela queda dos muitos muros virtuais que se mantêm.
O Muro de Berlim caiu há muito tempo mas a mentalidade de guerra fria, a mentalidade das super potências, manteve-se.
Talvez porque não tenha havido ainda tempo suficiente para uma alteração de gerações, talvez porque se tenha mantido a mentalidade de vencedores e vencidos.
Num Mundo multipolar como todos ansiamos não pode haver vencedores e vencidos, o lado certo e o errado, o preto e o branco.
Saber aceitar a diferença, a diversidade, não humilhar, são condições essenciais para construir a tão ansiada nova ordem mundial.
Não a sonhada pelos senhores da guerra, não a sonhada pelos que querem impor a sua visão aos outros, mas a inclusiva, a que a todos acolhe.
O conflito na Ucrânia pode ser afinal um momento de viragem na História.
Não é um discurso pacifista, neutro.
É antes um momento de definição.
O momento de unir os homens de boa vontade e deixar ficar para trás, isolados, aqueles que recusam ouvir e compreender o outro.
Se for este o resultado deste conflito estúpido nem tudo se terá afinal perdido.

Comentários

  1. O conflito na Ucrânia é já um momento de viragem na História.
    Desconhecemos ainda como vai terminar.
    A queda de Putin ou uma guerra nuclear?!
    Apesar de grande solidariedade com a Ucrânia 🇺🇦
    O medo passeia pelas ruas da Alemanha 🇩🇪
    A imagem é lindíssima e com um toque de esperança 🕊

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    1. Eu quero manter a esperança, Teresa.
      Quero continuar a ver o copo meio cheio.

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    2. É com o coração partido 💔 que lhe digo, que o copo está absolutamente vazio 🕊

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  2. As novas esperanças serão alicerçadas , neste caso, em sofrimento, mas, como habitualmente se diz, que esse sofrimento não seja em vāo.

    Mas que as nações nāo esqueçam que um bully encurralado é muito mais perigoso.

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    1. Ainda comentava com outras pessoas e noutro espaço que devemos lembrar os ensinamentos de Sun Tzu, Catarina.
      Na guerra temos que deixar um espaço ao inimigo para ele poder escapar.
      Quando não é assim ele vai lutar até à morte.
      Putin cometeu esse erro com a Ucrânia.
      Nós não devemos cometer o mesmo erro com ele.

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  3. O verdadeiro erro, quanto a mim, nasceu por ocasião da tomada da Crimeia os nossos aliados terem ficado calados e nada terem feito.
    Putin achou que assim seria quando o seu IMPERIALISMO se manifestasse cegamente.
    Agora vai ser mais complicado.
    Mas como a revolta se manifesta na própria Rússia...

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    1. Amanhã o tema será esse, João Menéres, a possível implosão do regime.
      Putin já perdeu.
      Ficou praticamente isolado e não tem agora qualquer credibilidade externa.
      Apoia-se nos seus acólitos na Rússia.
      Se esses se aborrecerem....

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  4. Concordo plenamente com o comentário do João Menéres, não travaram a tempo este déspota e o resultado está à vista.
    Um abraço e tenha um bom mês de Março.

    Andarilhar
    Dedais de Francisco e Idalisa
    O prazer dos livros

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    1. Olhar para trás já tem pouco sentido.
      Agora é olhar para o presente e o futuro.
      Este cretino conseguiu unir a Europa e a NATO como ninguém.
      Um abraço

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  5. Na minha modesta opinião o passado já lá vai. Erros? muitos mas no agora imediato e porque a minha esperança está de ver sempre p copo meio cheio, faço minhas estas tuas palavras:
    "O momento de unir os homens de boa vontade e deixar ficar para trás, isolados, aqueles que recusam ouvir e compreender o outro.
    Se for este o resultado deste conflito estúpido nem tudo se terá afinal perdido."

    Beijos e um bom dia

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    1. Estar a olhar para trás só se for para não repetir erros.
      Beijos

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  6. De esta inconcebible guerra en pleno siglo XXI, podemos sacar dos lecturas, la primera, lo expuesto que está el mundo a descerebrados como Putin, que en cualquier momento y tratando de imponer sus ideas, como tu bien dices, son capaces de acabar con la humanidad; y la segunda, es la respuesta de este mundo globalizado, que le está dando a Rusia, aislándola social y económicamente, y que si la jugada sale bien, puede ser un punto de inflexión para que se lo piensen otros locos dictadores que en este planeta nunca faltan.
    Gracias, Pedro, por tan interesante entrada.
    Un cordial saludo.

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    1. Pode ser que realmente funcione para outros ditadores perceberem que a brutalidade não funciona, não serve para nada.
      Tenhamos essa esperança.
      Um abraço

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  7. Já estamos mesmo num novo capítulo... mas prognósticos... ainda não consigo antever, confesso...
    Por enquanto olho mais este momento presente, em termos realistas... a lenda do sapo e do escorpião... lembra-me que há um factor que nunca se deve menosprezar: a natureza do bicho... dura, inflexível onde derrotas, afrontas e sensação de perigo eminente, não têm lugar, em quaisquer circunstâncias...
    Este conflito já é mesmo um ponto de viragem... queira Deus que não percamos o equilíbrio do bote... quando achamos que a solução passe por todos apostarmos no mesmo lado... oxalá, seja mesmo essa a solução!... Mas por enquanto... Who knows what tomorrow brings?...
    Continuo a achar que a diplomacia, e o incansável poder de dialogar de Merkel, nos fez a todos muita falta numa fase crucial como esta... e essas qualidades dentro da UE... perderam-se bastante, na sua sucessora... era ela que deveria ter ido em lugar de Macron, acompanhada de mais uma comitiva alargada, pedir por amor de Deus, para se parar com toda esta loucura... Macron, sim! Surpreendeu-me muito pela positiva, em todo este processo! Vive la France!...
    Beijinhos
    Ana

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    1. Putin respeitava Merkel, Ana.
      Não respeita mais nenhum líder europeu.
      Se querem alguém capaz de dialogar com ele só poderá ser Xi Jinping.
      Beijinhos

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  8. Bom dia
    É verdade que se aprende com os erros , mas há erros que são imperdoáveis , nomeadamente quando está em causa a vida de inocentes.

    JR

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    1. Putin já não tem meio caminho.
      Amanhã publicarei algo a propósito.
      Ele jogou o tudo ou nada.

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  9. Todas as guerras são nefastas. Não acredito que tragam algo de melhor. Gente jovem, bebés, idosos, a morrer a cada esquina. Maldita seja a guerra. Maldito sejas PUTIN. Hás-de morrer ceifado pelas balas ou granadas. ASSASSINO.

    Cumprimentos

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    1. Nunca são positivas.
      Só estou a querer encontrar uma luz ténue no fundo de um túnel muito escuro.
      Cumprimentos

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  10. De entre os assassinos globais - há muitos, não há? - o destaque do momento vai para Putin. Pelos motivos que se conhecem e pelos que não se conhecem.
    As guerras dão jeito - há muito que é assim - quando os grandes fabricantes de armamento precisam de escoar material e receber 'o guito', que pode ser em 'cash' ou em géneros (petróleo, gás, whatever).
    Não é fácil, eu sei, argumentar diante do emaranhado de problemas mas, apenas para interiorizar, penso se não teria sido melhor a Ucrânia usar o seu modo independentista, em vez de gritar pela inclusão na UE e chamar a NATO, o que provocou (ainda mais) o ressabiado Putin.
    Um abraço

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    1. Tarde ou cedo Putin invadiria a Ucrânia, António.
      Porque quer alargar o império, porque a Ucrânia é rica em recursos naturais, porque seria um teste para futuras aventuras, porque mostraria o músculo à UE e à NATO.
      Mas o que tem acontecido é uma resistência brava e um fortalecimento da NATO, que o amigo Trump enfraqueceu convém não esquecer.
      E agora Putin terá que repensar a estratégia e os objetivos.
      Abraço

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  11. Países que vivem da venda de armamento deveriam refletir sobre o que isso significa para o mundo!

    Abraço

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  12. Que seja um momento de unir homens de boa vontade.
    É um mundo de transformações globais.

    Beijos

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  13. Pedro, não me parece que haja um virar de página onde se vislumbre uma paisagem tão bela e tranquilizante como a que nos mostra. Ainda que os ataques à Ucrânia terminassem definitivamente - coisa que se me afigura impossível - já deixava para trás um rasto de desolação e morte, irreparáveis.
    As "conversações" não são mais do que uma forma de ganhar tempo.
    Dos russos para avançar e ucranianos para se organizarem militarmente.

    Beijinhos

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    1. Impossível adivinhar exactamente o que se segue, Janita.
      Até porque haverá muita manobra nos bastidores.
      Beijinhos

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  14. Eu queria ser positiva, mas, com os dados que possuo, ainda não consigo. Lamento, Pedro, mas é tudo demasiado instável e há já muito prejuízo em vidas e bens. E Putin não é boa rês e nem me parece que possa transformar-se do dia para a noite ou o inverso.

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    1. Não acredito na transformação de Putin, bea.
      Acredito que ele possa ser afastado.

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  15. Espero que esteja certo.
    Mas basta um homem morrer, para tudo se perder.
    Abraço

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  16. Oxalá o seu sonho ( também meu e de todas as pessoas de boa vontade) se concretize!

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