Incompetência absoluta

 

Ser incompetente no tratamento da causa pública quase sempre tem consequências absolutamente desastrosas.

Hong Kong é tristemente a face visível desta realidade uma vez mais.

Outrora vibrante, cidade bandeira nas vertentes económica e de liberdades individuais, Hong Kong é hoje a imagem do completo desnorte e desgoverno.

Depois do desastre securitário, ao qual se seguiu a paranóia securitária, Hong Kong vive o caos sanitário.

Inacreditavelmente o número de óbitos confirmados em Hong Kong é superior ao de todo o continente chinês desde o início da pandemia de Covid-19.

Ver hospitais que eram referências mundiais no sector da saúde transformados em cenários dantescos com doentes e cadáveres amontoados raia o inacreditável, o surreal.

Hong Kong é actualmente uma cidade ingovernável e ingovernada.

Profundamente dividida, refém de magnatas com interesses obscuros, deixada à deriva por governantes incompetentes, Hong Kong poderá ser actualmente apontada como o melhor exemplo do falhanço do modelo político e económico neoliberal do qual foi outrora apontada como porta estandarte.

Não consigo encontrar um único aspecto positivo na outrora denominada Asia's World City.

Uma cidade que apenas respira artificialmente por estar ligada ao grande pulmão chinês.

Uma realidade que curiosamente constantemente recusa com desdém.

Carrie Lam, o último dos muitos erros de casting que foram todos os Chefe do Executivo, é a facies da incompetência, da incapacidade, do cansaço.

A outrora porta para o Mundo permanece fechada e sem perspectivas de reabertura.

E apresenta-se como o exemplo perfeito do que é o resultado assustador da incompetência na governação.