Ideologia e valores

 

Não vou perder mais tempo com pessoas que se apressam a defender ideologias e esquecem causas, valores.

Gente assim não merece que se desperdice tempo e verbo a tentar fazê-los perceber que o que tão desesperadamente tentam justificar não tem qualquer justificação minimamente razoável.

São pessoas com a visão e o tino toldados por um qualquer símbolo ou fidelidade que os impede de ter o mínimo discernimento.

Vou deixá-los vegetar nas suas crenças, nos seus dogmas, na sua incomensurável cegueira.

Os anos mais recentes, horrorosamente férteis em acontecimentos trágicos, deram a conhecer a verdadeira face de muito boa gente que andava diariamente disfarçada de sensata e equilibrada.

Do mais mediático ao mais comum dos cidadãos, fiquei a conhecer o lado negro de pessoas que nunca imaginei fossem tão psicologicamente desequilibradas.

Quando se é incapaz de perceber o mais simples, quando se deixa que os valores fiquem subalternizados a outras obediências, o melhor mesmo é ignorar e deixar ficar para trás.

A hipocrisia de quem no mesmo discurso critica Zelensky por ilegalizar partidos supostamente pró-Rússia e pede a ilegalização de partidos de extrema-direita, como já tinha feito e faz repetidamente em Portugal, revela um umbiguismo, um sentimento de que o meu extremismo é melhor que o dos outros, que não merece efectivamente qualquer respeito.

Fico orgulhoso quando ouço o líder do governo português, em pleno Parlamento, defender e ser aplaudido por isso, o Direito Internacional, a Justiça.

Invadir e destruir um país não pode ser tolerado.

Na Ucrânia, no Afeganistão, no Iraque, seja onde for.

Quem não percebe esta realidade tão simples deve ser pura e simplesmente ignorado e deixado a falar sozinho.