Procura ou oferta, consumo ou produção, companhia estatal ou privada

 


Para quem procura estabelecer diferenças entre PS e PSD neste período pré-eleitoral este post pode ser uma ajuda.
De uma forma resumida, muito en vol d'oiseau, estas seriam as linhas que mais profundamente separam os dois partidos.
O PS procura estimular a economia por via do consumo, por via da procura.
O PSD pelo lado da oferta, da produção.
Rui Rio estabeleceu esta diferença num dos debates procurando exactamente distanciar-se do PS nas suas linhas programáticas na vertente económica.
Se quando à laicidade do Estado, à tripartição de poderes na sua visão clássica, à política de defesa, à inserção na União Europeia e na moeda única, ao Serviço Nacional de Saúde, as diferenças não são notáveis, as mesmas começam a acentuar-se quando se fala da alavanca económica no país.
O PS pretende que o estímulo económico venha do consumo e que seja o consumidor o destinatário primeiro dos dinheiros públicos para assim se impulsionar o resto da economia.
Uma abordagem mais directa, uma aposta imediata no poder de compra individual.
O PSD centra a sua prioridade nas empresas, no estímulo à produção, como via para poder alcançar indirectamente esse maior poder de compra.
Só com um tecido empresarial forte se poderá aspirar a um maior poder de compra através de consequentes aumentos salariais, defendem os sociais-democratas.
Duas abordagens que fazem afinal toda a diferença.
A mesma que é também estabelecida na visão do serviço público de transportes, em particular da TAP.
Se o PS continua a defender o serviço público de transportes, eventualmente complementado com empresas privadas, o PSD volta a sua atenção para a privatização.
Sobretudo na TAP.
Rui Rio é claro neste aspecto.
Não quer uma companhia aérea de bandeira, quer uma companhia aérea privada onde o Estado até poderá ter uma participação minoritária, uma visão mais neoliberal face à visão mais estatal do PS.
Mais que simpatia por António Costa ou Rui Rio, mais que devoção a camisolas ou emblemas, estas julgo serem as linhas que dividem fundamentalmente os dois partidos que poderão governar o país.
E nas quais os portugueses terão de reflectir antes de fazer a sua escolha.

Comentários

  1. hmmmm... Apareço para lhe desejar uma boa semana. : )

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  2. Do Costa e do PS os pougueses atentos e com memória estão fartos e cansados de muitas habilidades do seu discurso fácil de promessas e várias mentiras ( a dos médicos alemães que vieram para o Hospital da Luz, é a mais recente ).
    É tempo de VIRAR A PÁGINA !

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    1. Será um dos dois, Rui Rio ou António Costa.
      Afinal os mais sensatos e equilibrados.

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  3. Considero Rui Rio um homem sério.

    Penso que se deve reflectir bem, sim,


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    1. Será um dos dois, São
      E eles representam bem o que é a maioria do povo português, o centro, a moderação.
      Enfrento estas eleições só com receio de um cenário de ingovernabilidade.
      Mas sem receio de extremismos

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  4. Bom dia Pedro. Complicado dar uma opinião. Aproveitando para desejar uma excelente terça-feira.

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  5. Falar de política é, cada vez mais, um risco. Ver debates eleitorais, é inquestionavelmente, um desafio arrepiante.
    As promessas, depois muitas vezes esquecidas, causa-me perturbações gastrointestinais.
    Já disse e repito que opto por pensar pela minha cabeça, sem me desviar um milímetro que seja do essencial.
    Este país que continua à beira mar plantado, embora nele (mar) não se possa pescar o que há muitos anos tínhamos direito, parece estar à deriva. Estou a ser simpático quando digo 'parece'.
    Dito isto ...
    Um abraço, Pedro.

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    1. As quotas de pesca já foram um cavalo de batalha do Paulo Portas, António.
      Os custos da União Europeia.
      Que também os tem, não é só bazucas.
      Um abraço

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  6. Olá meu querido amigo quero te desejar um feliz 2022. Que neste ano a politica tenha um futuro melhor. Abraços!!!

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  7. Boa tarde
    PS e PSD são os dois maiores partidos portugueses e os dois têm governado alternadamente o nosso país.
    Como os dois nem sempre fizeram o melhor para o país, os portugueses têm com certeza muitas dúvidas e não vai ser desta vez que vai acontecer o contrário.
    Sem nenhum ter possibilidades de maioria absoluta, vamos ter com certeza um problema difícil de resolver

    JR

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    1. Problema de governabilidade, Joaquim Rosario.
      Porque, insisto, o país vai ficar partido ao meio.

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  8. Ontem, tive a maior alegria de 2022 — recebi directamente de Lisboa o boletim de voto para as eleições legislativas. Para as eleições presidenciais não recebi nada e o consulado português em Düsseldorf tinha as portas fechadas. Senti-me portuguesa de segunda-classe e, pensei até, aceitar a nacionalidade alemã.

    O Pedro fala-me de dois partidos, mas eu penso dar o meu voto aos „Queques“. Como disse a minha amiga Beatriz, há dias ao telefone:
    „A Teresinha continua uma menina „queque“.

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    1. Um destes dois vai governar, Teresa.
      Essa é a única certeza.
      Mas há mais escolhas.

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  9. Um acordo escrito... isso é que era! Os opostos... que se entendessem!...
    Beijinhos
    Ana

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