Os debates eleitorais

 


 

Acompanhando os debates eleitorais à distância, ficam alguns sinais e algumas pistas para o que se poderá seguir.
O PS, embora timidamente, já assumiu que procura a maioria absoluta nestas eleições.
Porque o centrão não agrada e porque o acordo à esquerda se finou.
E é à esquerda que o PS vai procurar votos, passando a mensagem da irresponsabilidade política de PCP e Bloco de Esquerda como única culpada da crise política em período tão sensível.
Tudo isto enquanto pisca o olho ao centro mostrando que foi muito mais favorável à classe média do que o PSD na sua governação.
Maioria absoluta é uma meta que o PSD ainda não assumiu como sendo também sua.
Talvez mais para diante com a campanha em movimento e sondagens favoráveis…
Enquanto esse objectivo não é assumido, o partido vai andando em modo carochinha, vendo com quem pode casar.
Com o PS para formar o centrão? Parece complicado. Com o Chega? Só se o Chega se chegar muito para o meio, que agora está lá muito na ponta direita, e tiver uma votação que seja apetecível.
O Bloco terá a missão espinhosa de se diferenciar do Livre e de se afastar da crise política criada com o fim da geringonça.
Só assim poderá aspirar a manter-se como terceira força política e parlamentar.
Tarefa muito semelhante espera o PCP.
Em primeiro lugar, empurrar o odioso da crise política para o PS.
Em segundo lugar, manter o eleitorado e a percentagem de votação.
Tudo para evitar a maioria absoluta do PS que poderia significar uma votação desastrosa para ambos.
O CDS, outrora relevante, estou em crer que conhecerá nestas eleições um dos capítulos mais negros da sua história.
O PSD concentra as suas forças em evitar o crescimento eleitoral do Chega porque o CDS actual pouco acrescenta à direita e muito pouco peso eleitoral terá.
Pouco acrescentar é o que está revelado ao Livre (já sem a pitoresca Joacine), à Iniciativa Liberal e ao PAN.
Partidos que poderão até ver-se sacrificados no altar do voto útil e caminhar para uma completa irrelevância eleitoral.
A grande incógnita é o Chega.
Até onde poderá chegar o partido e qual será a sua influência na formação de um governo à direita serão as grandes interrogações neste acto eleitoral. 
Um país partido ao meio, e no meio, essa parece ser uma certeza e uma aposta fácil de ganhar.
Mais inclinado à direita ou à esquerda é a dúvida que vai permanecer até ao dia das eleições.

Comentários

  1. Ai Pedro ainda consegui ouvir dois ou três mas fiquei tão irritada que já não verei mais nenhum.
    Para mim o chumbo do OE numa altura destas foi algo imensamente irresponsável porque ninguém sabia, melhor saber sabiam mas assobiaram para o lado e agora nos debates em vez de mostrarem novas ideias....não, andam só em acusações e birras tal como as crianças com um pirulito. O que eu quero é estabilidade mas esta gente que ganham bem gastam o tempo a pôr o povo ainda mais preocupado do que já está.
    Beijos

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    1. Os debates têm sido muito pouco esclarecedores, Fatyly.
      E estou a ser muito simpático.
      Beijos

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  2. Ainda não ouvi um debate inteiro sequer e , pelas amostras, tenho a vaga impressão de que não ouvirei mesmo nenhum.

    Não gosto de maiorias absolutas, mas desta vez ficarei contente se o PS a tiver.

    No meio desta confusão toda , o único partido que ganha é o do antigo aspirante a padre.

    O BE e o PCP deveriam ter-se abstido , mas mais uma vez votaram com a Direita. Agora acusam o PS de que nada aceitou porque queria eleições ... e, então, pelos vistos e muito inteligentemente, eles até lhe apararam o jogo. E nem podem vir acusar Marcelo de que não avisara que se iria para eleições caso o OE fosse chumbado.

    Estou preocupada...

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    1. O PR avisou várias vezes que sem Orçamento haveria eleições.
      Os três partidos que formaram a geringonça sabiam isso.
      Não houve surpresas.
      Maioria absoluta?
      Só de PS ou PSD.
      E as experiências com ambas não foram nada boas.

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  3. Bom dia
    Quando um debate politico tem 200 mil assistentes, e um programa como o BB dos famosos tem 2 milhões , não é preciso ser muito inteligente para ver como está a credibilidade dos portugueses nos políticos . Acho que preferem um programa de palhaços a uma seção de esclarecimento.

    JR

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  4. Não voltaremos a ter uma maioria absoluta.
    Da direita ou da esquerda sairá um governo de coligação que deva ser sensato.
    Portugal não pode continuar nesta dança macabra.

    Abraço

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    1. Não vejo como.
      Coligação à esquerda?
      Uma nova geringonça?
      Tenho sérias dúvidas.
      À direita?
      Com o Chega?
      Ainda mais dúvidas tenho.
      Abraço

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    2. E vê uma maioria?
      Se calhar iremos ter um governo de iniciativa presidencial.

      Abraço

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  5. Não vi nem quero ver debates que pouco ou nada me esclarecem.
    O panorama político actual é, genericamente falando, uma bosta.
    Na minha perspectiva, não há maiorias absolutas para ninguém e, para não variar, a abstenção aumentará para números impensáveis. A ver vamos.
    O terceiro lugar terá disputa renhida , enquanto que o partido das derrotas acabará por declarar mais uma vitória, sabe-se lá com que argumento.,
    E assim vai o nosso querido Portugal.
    Um abraço, Pedro.

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    1. Infelizmente tenho de concordar inteiramente com o António.
      E gostava de discordar.
      Um abraço

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  6. Fiquei fartinha de ver os debates, parecem feirantes.
    No fim vai sair uma manta de retalhos, muito difícil de gerir.

    Beijos

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    1. Um país partido ao meio, Manu?
      É para aí que caminhamos.
      Beijos

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  7. Ainda não tive a oportunidade de ver e ouvir os OS DEBATES ELEITORAIS, embora tenha interesse de saber o que se passa aí,
    pois tenho direito a votar.

    O PS procura em VÃO a maioria absoluta nestas eleições.
    O Rui Rio namora o António Costa e deita olhares tímidos ao André Ventura, cujo partido é a terceira força política portuguesa.
    O partido comunista e o Bloco de Esquerda estão moribundos.
    E, os „queques“ vão ter mais votos do que nas últimas eleições.

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    1. Não acredito que os pequenos partidos tenham mais votos, Teresa.
      O efeito voto útil vai dar cabo deles.

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    2. Nas sondagens os liberais têm 4%.

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