Região Robinson Crusoe?

  As autoridades de Macau fizeram um trabalho excepcional na prevenção da pandemia relacionada com o Covid-19.

Macau passou a ser um exemplo de sucesso, escapou virtualmente incólume à onda que varreu todo o Planeta, está há já mais de seis meses sem qualquer caso de infecção.

E são precisamente estas realidades que deixam patente que as opções que têm vindo a ser tomadas causam estranheza e estão muito mal explicadas.

Manter o uso de máscaras nos locais públicos, as medidas de controlo no acesso a locais públicos, aumentar o período de quarentena (agora são 21 dias), porquê?

Se não entram turistas em Macau, excepto os vindos do interior da China (nem todas as zonas), e com teste de ácido nucleico negativo, onde e como poderá ocorrer o contágio?

Os que não saem de Macau (já não saio desde 8 de Março) podem ser contagiados por quem?

E, se não podem ser contagiados, porque é que estão sujeitos a tantas medidas restritivas?

E agora, novidade da última conferência de imprensa, a quarentena mantém-se mesmo para quem esteja vacinado? 

São muitas perguntas, há muito poucas respostas.

E é bom que essas respostas surjam e sejam convincentes porque começa a parecer que estamos sobretudo à procura de ficar bem na estatística.

O que nunca dá bom resultado.

Uma Região Robinson Crusoe não terá infecções.

De Covid ou outras.

Mas também não terá vida.

E não pode ser esse o objectivo de uma política responsável.