Desconfiança patológica




No passado fim-de-semana comentavam comigo que os números oficiais de infectados pela Covid-19 na China eram impossíveis e consequentemente falsos.
Respondi que não podia confirmar os números oficiais, apenas acreditava que fossem próximos da realidade.
Não é crença, é conhecimento do que é a atitude dos orientais face às instruções que recebem das autoridades.
No Oriente, obedece-se; no Ocidente, questiona-se e desconfia-se.
E é essa desconfiança patológica que muitas vezes obstaculiza a tomada de medidas mais enérgicas.
Especialmente em situações de emergência social.
Aquelas em que o bem comum tem que se sobrepor à nossa comodidade, em que temos que abdicar de alguns dos nossos direitos individuais em favor do bem estar da comunidade.
São situações transitórias, que têm que ser muitos bem explicadas à opinião pública, e nas quais as limitações de direitos e liberdades individuais devem ser claramente balizadas.
Quando assim é vale a pena ser mais oriental e obedecer.
É bom para todos.

Comentários

  1. O problema consiste no tipo de informação que se dá.
    Por cá, não tem existido assertividade, dando a sensação de incerteza, de dúvida.
    Um abraço

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    1. A pior receita, António.
      Informação clara, concisa, assertiva.
      Aquele abraço

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  2. Democracia é isso, liberdade para tomar decisões mesmo que erradas.

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    1. Liberdade implica responsabilidade, Tintinaine.
      Foi isso que sempre me ensinaram.
      O contrário é puro egoísmo, é olhar para o umbigo.

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  3. Por cá a maioria da informação é complicada porque não passa e só causa pânico.
    Como africana que sou:) faço uma triagem e sigo/faço o que entendo e aceito regras confiáveis e que resultam.

    Beijos e um bom dia

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    1. A mensagem tem que ser clara, Fatyly.
      Especialmente em situações de perigo público e de restrições de liberdade.
      Beijos

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  4. Bom dia
    É preciso nascer no Oriente , para conseguir agir e cumprir o seu idealismo !!

    JR

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    1. É preciso gostar do pensamento oriental, Joaquim Rosario.
      Nalgumas coisas...

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  5. Por cá existe um "excesso" de informação que aterroriza os mais sensíveis.
    Um abraço e continuação de uma boa semana.

    Andarilhar
    Dedais de Francisco e Idalisa
    O prazer dos livros

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  6. Simpatizo com os orientais, mas não gosto de mesuras exageradas, nem do verbo obedecer.

    Por outro lado, fico revoltada com os garotos que contestam as regras mais elementares de cidadania...
    Prefiro o verbo cumprir.

    Tudo pelo melhor.
    Beijinhos
    ~~~~

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    1. Chamemos cumprir, Majo.
      Sobretudo em tempos com os que vivemos, vale a pena cumprir.
      Beijinhos

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  7. No essencial concordo com a sua opinião.
    No caso de uma calamidade coma a da pandemia, devíamos olhar para a atitude dos orientais.
    Continuação de boa semana, caro Pedro.
    Abraço.

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    1. Convém cumprir regras estritamente em épocas como a que vivemos, Jaime Portela.
      Aquele abraço, bfds

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  8. Nunca mais se ouviu falar de Covid na China, o que acho bem estranho...
    Boa semana Pedro

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    1. Existem casos, muitos importados.
      E há um surto em Qindao.
      A pandemia foi controlada porque foi combatida ferozmente assim que foi detectada.

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  9. Situação bem complicada esta...

    Sinceramente, receio que não haja alguém com capacidade de lidar correctamente com ela

    Saudações

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    1. Tivemos essa sorte aqui em Macau.
      A colaboração entre as autoridades e os cidadãos, que se mantém, permite que estejamos sem casos há já largos meses.

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  10. Por aqui desobedece-se e há muita gente que não liga às normas aconselháveis.
    A atitude dos orientais, são, pelo que li, um exemplo a seguir.

    Beijos Pedro

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    1. Neste aspecto é, Manu.
      Veja-se o que acontece em Macau.
      Zero casos há já largos meses sem relaxamento das medidas de prevenção.
      Beijos

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  11. Os números chineses não passam de uma aldrabice. E mesmo que fossem verdadeiros, eu preferiria que morressem dezenas de milhares de portugueses a viver num regime como o da China. Não há nada na China que seja invejável, rigorosamente nada!

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    1. Portanto você sabe que é uma aldrabice.
      Macau também??
      Eu vivo cá.
      Não há casos há meses.
      Viver ou não viver cá já é opção de cada um.
      Eu optei ficar.
      Até quando?
      Não sei.
      Um dia de cada vez.

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    2. Macau (ainda) não é a China, apesar de pertencer à China.

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    3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  12. Olá Pedro, talvez a ocidente se explique é demais!
    e quando cada cabeça a sua sentença, as pessoas ficam confusas,
    e na situação presente, contraproducente
    procuram as explicações e gastam muita energia para compreender tudo,
    então pensam que a saúde pública também tem filosofias e ideologias..
    alguns dizem que o que existe é tipo um estado de guerra contra um inimigo invisível, e seguramente que quando existe um "estado maior", não é para que cada um se meta a discutir a ordens,

    quando no oriente, a tradição e obrigação de explicar não será tão grande,
    daí as pessoas obedecerem com mais facilidade e destreza
    focando-se nas soluções e menos na compreensão e nas explicações

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    1. É muito isso, Alexandra - confiança.
      Queremos soluções, não discussões.

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  13. Pedro, eu gosto de saber com rigor cientifico, no que a esta questão diz respeito (e não só). Gosto de saber a razão e causa/efeito sem quaisquer floreados. Assim, posso perceber e tomar a decisão. Obedecer... já não é muito a "minha praia". Contudo, acho que pelo ocidente, a informação está influenciada pelo medo, logo, um pouco caótica.

    Bjs

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    1. Há muito ruído, Alexandra.
      E depois ninguém se entende e os casos não param de crescer.
      Bjs

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  14. Que assim seja, o mundo precisa da verdade.

    Isabel Sá  
    Brilhos da Moda

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  15. Creio que o cerne da questão, no que toca a acatar medidas de segurança sanitárias para o bem de todos, primeiro há que ver exemplos vindos de cima, para que sejam seguidos.

    Nisto do Covid, pelo menos em Portugal, não tem havido um consenso informativo com coerência e clareza. Talvez nem sequer tenha muito a ver com essa desconfiança patológica que o Pedro refere não existir no Ocidente. Isto é meramente uma opinião, a minha.... Que não gosto nada de generalizar.

    Beijinhos.

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    1. Essa é uma grande verdade, Janita.
      A liderança começa no exemplo.
      Quando assim não é transforma-se em paleio.
      Beijinhos

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  16. i understand that when it comes to take precautions east is far behind from west Pedro still i think here comes the responsibility of authorities for applying and reinforcing the rules
    here we find less such tendency unfortunately but just blame game

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    1. Western people have the means but don't have the will, baili.
      See the numbers.

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  17. Honestamente continuo com dúvidas da veracidade dos nros da China, até porque como dizes, obedece-se e não se questiona.

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