Dia da Liberdade

O dia 25 de Abril de 1974 ficará para sempre ligado às mais básicas conquistas de cidadania e liberdade em Portugal.

E será para sempre uma conquista de todos.

Os que tiveram a coragem e a audácia de levar a cabo a Revolução, aqueles que a festejaram nas ruas, até aqueles que dela não gostaram e que ainda a contestam.

Porque é antes de tudo a conquista da liberdade de pensamento e de expressão.

Liberdade de pensamento e expressão que implicam sempre respeito por opinião diferente, possibilidade de divergência, abertura ao diálogo com respeito.

Tudo o que não tenho visto na discussão acerca das celebrações oficiais da data este ano.

Também sou dos que pensam que as celebrações oficiais são um disparate, um mau exemplo, uma ofensa em última análise.

Não por ser Salazarista, saudosista, mas porque acho que o Estado deve dar o exemplo quando pede sacrifícios aos seus cidadãos.

Quando se pede recolhimento absoluto, distanciamento social, não se pode fazer precisamente o oposto.

Num momento em que faz todo o sentido recorrer à expressão “dois já são uma multidão” não creio que seja lícito argumentar que uma redução do número de pessoas que vão estar presentes nas celebrações oficiais já é suficiente para que se possam realizar.

Mas essa é só a minha opinião.

Poderá haver outras em sentido perfeitamente oposto.

Com respeito, sem arrogância, por favor, porque não foram encomendados sermões a ninguém.