Resultados das eleições europeias
Não quero entrar pelo caminho, que tão maus resultados teve em Portugal, de olhar para estas eleições a projectar o que se segue em Outubro.
Tudo tem o seu tempo, o seu momento, as suas motivações.
Interessa-me agora olhar para o que salta à vista desarmada dos resultados destas eleições.
A nível interno e a nível europeu.
A nível interno, o mais óbvio, e que quase fere a vista, são novamente os números brutais da taxa de abstenção.
Não é novidade, já nas anteriores eleições europeias os números tinham sido muito altos.
Agora cresceram um pouco mais, um crescimento não muito significativo diga-se, mas confirmam o que é já uma tendência – os portugueses estão divorciados das eleições europeias.
Porquê?
Porque não sentem a Europa, porque a Europa é uma realidade longínqua que associam a burocracia, prebendas (tachos), grande dispêndio de verbas, pouco trabalho e muito pouco reflexo directo nas suas vidas.
Estas ideias podiam e deviam ser contrariadas pelos partidos políticos, sobretudo em campanha eleitoral.
Esta campanha eleitoral foi precisamente o oposto.
Foi uma campanha em que se falou de tudo menos de Europa, em que se olhou para a política interna, para as legislativas que se aproximam, para uma “geringonça” fraca ou forte, para uma oposição à deriva.
Este caldo de cultura motivou praticamente sete em cada dez eleitores a passar o dia de domingo em casa e a esquecer o sufrágio.
Se a abstenção em Portugal salta à vista, a nível europeu o que chama imediatamente a atenção é a votação nos partidos nacionalistas e populistas.
O discurso patriótico e securitário passou, o ideal europeu está profundamente abalado.
Considerar que vitórias de partidos anti-europeístas e nacionalistas em países como a Inglaterra, a França e a Itália, não é muito significativa porque os europeístas mantêm a maioria no Parlamento Europeu, é um raciocínio de uma ligeireza e optimismo que não consigo acompanhar.
O sonho dos pais fundadores vai-se esboroando e perdendo seguidores face a políticas erráticas, políticos sem carisma, receios alimentados pelo desemprego e pela insegurança.
Campo fértil para semear ideias proteccionistas e nacionalistas que os europeístas não sabem combater e contrariar.
Estas eleições limitaram-se a confirmar o que todos sentimos no dia-a-dia – os cidadãos europeus tendem a fechar-se cada vez mais na sua concha, que se confunde com a Nação, a defender os ideais nacionais e a esquecer o ideal europeu.
VOTAR é uma arma contra a Extrema ESQUERDA na Europa.
ResponderEliminarVotar é um dever cívico que deve ser cumprido.
Abstenção é ignorância.
Li que apenas 10% dos portugueses radicados na Alemanha votaram nas eleições europeias. Uma tristeza franciscana.
Aqui nem terá chegado a essa percentagem, Teresa.
EliminarCom o recenseamento automático muitas pessoas de etnia e cultura chinesa foram automaticamente inscritas nos cadernos eleitorais.
E não fazem a mais pequena ideia do que se passa em Portugal nem na Europa.
Claro que me referia à Extrema DIREITA.
EliminarOs portugueses radicados AQUI, podiam escolher em votar no Consulado Português ou junto à sua casa.
Escolhi voltar a dois minutos da minha casa, porque a política alemã é que me diz respeito.
Assustadora a vitória da extrema-direita em França, Itália, Hungria, Inglaterra , Polónia.
ResponderEliminarMais assustadora ainda a leveza com que tudo isto é encarado por quem ainda detém o POder.
Isso é que me deixa de boca aberta, São.
EliminarPodia ser pior?
Pois podia, podia ter sido a Europa toda.
E, a continuar assim, se calhar não falta muito...
Por cá, a campanha de todos os partidos esqueceu-se de falar das vantagens de uma Europa unida.
ResponderEliminarO pensamento e a prática só estiveram voltados para as legislativas de Outubro.
Péssimo serviço.
E depois apareceram umas interjeições de espanto com os números da abstenção, João Menéres.
EliminarPorque terá sido??
Extremismos não, obrigado. Podemos, creio, ficar descansados quanto a isso.
ResponderEliminarO panorama europeu pós eleições não ficará muito longe do que tem sido até aqui.
Se eu disser que não são as eleições que mudam o 'projecto' estou a ser atrevido?
Um abraço
Eu quero que tenha razão, António.
EliminarMas confesso que fico assustado quando vejo a França e a Itália entregues a nacionalistas e anti-europeístas.
Juntando os países do Leste da Europa e a Inglaterra não durmo nada tranquilo.
Principalmente quando vejo as lideranças políticas discutir quem vai ocupar que cargos.
Aquele abraço
Em portugal as pessoas, já, não acreditam nos politicos....
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
E em eleições europeias parece que ainda menos, Isabel Sá
EliminarO sonho dos pais fundadores não passou de um sonho.
ResponderEliminarA coisa está preta aqui para este cantinho do mundo.
E mais preta está para este nosso rectângulo cujo povo troca uma ida às urnas por uma ida à praia. Também, o que esperavam os políticos depois de mais uma campanha de desinformação e insultos...
Aguardemos pelos próximos capítulos.
Beijo.
Sou um europeísta convicto, teresa.
EliminarTive pena de não ter podido participar ontem aqui num debate com o Poiares Maduro e pessoas que me são muito gratas para se poder falar um bocado acerca dos resultados eleitorais.
Beijo
Por este caminho a Europa corre alguns riscos sérios meu amigo.
ResponderEliminarUm abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
A União Europeia está a cima de tudo a precisar de lideranças fortes e carismáticas.
EliminarA única que corresponde a este perfil, goste-se ou não das ideias, é Angela Merkel.
E mesmo ela está de saída.
De resto são todos tão cinzentos que não entusiasmam ninguém.
Fonctionnaire como os designava um Professor que dava aulas no meu Mestrado.
Aquele abraço
Acima, e não a cima, obviamente:))
EliminarNão é difícil o descalabro acontecer. Porquanto, os lideres políticos nada estão fazendo para evitar, que o pior aconteça! As campanhas eleitorais em Portugal são rascas. Cujos os seus protagonistas, na minha opinião, não têm habilidade nem inteligência suficiente para esclarecer e convencer o eleitorado a votar!
ResponderEliminarContinuação de boa semana caro amigo Pedro Coimbra. Um abraço.
A campanha em Portugal foi para as Legislativas de Outubro.
EliminarE não eram Legislativas, eram Europeias.
Aquele abraço
A única coisa que preocupa é a abstenção que poderá indicar, desde a responsabilidade de cada um, ao desinteresse por políticos que falam, falam e pouco fazem ! E nisto somos todos culpados, porque fomos nós que os elegemos !
ResponderEliminarFalaram muito e pouco ou quase nada da Europa.
EliminarAinda para mais numa época de tantas incertezas.
Foi realmente mau, apesar de eu entender o porquê. Eu também nÃO votei, mas porque estive de serviço pelo Banco Alimentar. De resto vou sempre votar, mas sinceramente não saberia em quem votar
ResponderEliminarCom tanta ausência de debate em torno da União Europeia não é arriscado dizer que uma esmagadora maioria dos votos registados esteve ligado a questões de política interna, Daniela Silva.
EliminarConfesso que não entendi nada destas campanhas, assincronamente! Muita gente ficou tudo menos elucidada... Eu não votei por não entender nada. Apenas os via a gastar em vão e dizer mal uns dos outros!!
ResponderEliminarQue me dera navegar pelas águas do alto mar.
Beijos e um excelente dia
Quantas pessoas não tiveram a mesma sensação e decisão, Cidália Ferreira?
EliminarBeijos
Tenho de concordar consigo. O que vi da campanha eleitoral enfermou de erros antigos salvo raras excepções: cada um tentou pôr o seu partido a salvo (e os seus deputados), por vezes com jogo desleal para com os vizinhos (partidos) mais próximos. Alturas houve em que não parecia estarem a preparar eleições europeias. depois há este eleitorado amorfo e que julga que não pesa na Europa, e, portanto, se divorcia do voto. Mas clama por subsídios e resmunga com as cangas. Não se entende.
ResponderEliminarFoi uma campanha a olhar para dentro, bea.
EliminarCom os péssimos resultados que todos sabemos.
Uma vergonha, tanta gente lutou ao longo dos anos para se poder votar em liberdade e ainda se vê desculpas que não tiveram tempo por causa disto e daquilo. Com um horário tão alargado, não há desculpas..
ResponderEliminarDepois, esses mesmos reclamam disto e daquilo...
Lembro as palavras do Presidente da República "“Só tem autoridade para criticar os políticos quem vota. Ao não quererem escolher quem vos representa ficam responsáveis por não quererem escolher quem vos representa” - Marcelo Rebelo de Sousa .
Cumprimentos da Maria do Porto
Mas porque é que as pessoas não votaram, Maria do Porto?
EliminarÉ isso que quem tem responsabilidades políticas tem que de uma vez por todas tentar perceber para poder combater.
Se não for assim acredite que o fenómeno abstenção só tenderá a agravar-se.
Cumprimentos de Macau
os portugueses estão divorciados das eleições europeias.
ResponderEliminarPorquê?
Porque não sentem a Europa, porque a Europa é uma realidade longínqua!
POIS É... nós com ordenados e reformas miseráveis
e por lá, por essa Europa todos um pouco ou muito melhor que nós!
Tal e qual...muito pouco reflexo directo nas suas vidas.
AH...POIS...políticos sem carisma!
Confesso que não entendi nada da Campanha!
Eu não votei por não entender nada.
Acho que se deve votar em consciência,
não é como alguns que ouvi dizer que foram votar no primeiro quadrado que havia, por favor, isso não...
só para depois deitarem na cara dos outros, que votaram.
PEDRO
acabei de fazer um post
num outro blogue meu
e deixo aqui o link, caso queira espreitar
http://pensamentosimagens.blogspot.com/
Continuação de boa semana
beijinho da Tulipa
A campanha foi miserável e a olhar para o umbigo.
EliminarMuitas lideranças muito fracas, muito apagadas.
Porque é que o Bloco de Esquerda teve votação tão expressiva?
Resposta hoje.
É só pensar um bocadinho.
Beijinho
Eu fui votar. Eram 7 amigos/as e só eu é que fui votar. Os portugueses estão cansados e desiludidos com as eleições e com os governantes.
ResponderEliminar.
Cumprimentos.
Mas o que eu vejo das lideranças políticas é a boca aberta de espanto por ver o que todos vêem sem se interrogar acerca dos motivos.
EliminarSerá assim tão complicado perceber??
Aquele abraço
Considero que não votar, num país onde tanta gente lutou e sofreu, alguns até ao extremo de perderem a vida, para que tivéssemos o direito de o fazer em liberdade, é uma enorme falta de respeito.
ResponderEliminarAbraço
Elvira,
EliminarAs gerações mais jovens não estão a olhar para as lutas de outras gerações.
Estão a olhar para o hoje e para o amanhã.
E o hoje e o amanhã não lhes agrada.
Abraço
A campanha eleitoral foi fraca e pouco se falou da Europa, mas não acho que seja motivo para as pessoas não votarem.
ResponderEliminarHoje em dia existem muitos meios pelos quais as pessoas podem ficar esclarecidas, é só quererem.
E é isso que se tem que perceber, Magui.
EliminarPorque é que não querem?
Que não querem qualquer miúdo consegue perceber.
Campanha muito virada para os problemas nacionais
ResponderEliminarUm numero sem fim de partidos sem qualquer expressão percentual e muitos deles contra a europa, mas concorrem à mesma para o tacho...
Abraço
Kique
Hoje em Caminhos Percorridos - Vieste-te??
Os anti-europeístas crescem em toda a União Europeia, Kique.
EliminarMia suma vez o que temos que perceber é porquê.
Aquele abraço
Tu és o passageiro mais assíduo do Expresso do Oriente, inclusive deixando - nos dias úteis - comentários no livro de bordo.
ResponderEliminarMuito grato pela deferência.
Isto posto, peço-vos escusas pela minha ausência no vosso imperdível blog.
Como sabes, meu filho primogênito está internado, num nosocômio especialista em patologias psiquiatras.
A atual crise foi a mais grave porque ele tentou - duas vezes - embarcar de maneira voluntária no expresso da eternidade.
Ele está internado desde o dia 11, sem previsão de alta. No dia 2 vindouro - o primogênito - completará 40 anos.
A primeira manifestação da esquizofrenia ocorreu quando ele tinha 12 anos.
Neste período de 28 anos esta é a 4° internação, mas nesta estamos sem chão, porque é a primeira vez que ele tentou partir sem ser de maneira compelida.
Desculpe o desabafo...
Saudações desditas.
Desabafar faz muito bem, Amigo João Paulo de Oliveira.
EliminarFaça-o o mais possível e concentre-se no bem estar no seu filho.
Isso é que é verdadeiramente importante.
Os espaços cibernéticos são pura diversão.
A vida corre lá fora.
Votos de rápida e completa recuperação para o seu filho.
Abraço solidário
Deixo aqui o meu abraço solidário a João Paulo de Oliveira porque só quem passa por elas é que pode dizer o quer que seja. A dor, angústia, sofrimento deve ser dantesco mas há que continuar a lutar e acreditar no melhor. Os governantes deste país e de outros não investem nas doenças mentais porque não dão votos e há quem tenha ajudas mas a maioria não tem e os familiares com posses ou sem elas é que andam numa estrada cheia de pregos. Força a todos e desculpe de me ter metido na conversa!
EliminarUm enorme abraço de respeito a si e aos seus!
Subscrevo tudo o que dizes Pedro e continuo a fazer a mesma pergunta: Portugal tem uma enormidade de velhos em lares. Muitos já sem capacidades mentais e outros não. Porque não arranjarem forma de irem ter com eles para votarem? As habituas visitas nas campanhas é a onde? Lares e mais lares numa fachada de meter nojo! Perguntei isso quando fui votar porque a minha mãe sempre quis votar e a presidente da mesa disse que poderia pedir aos bombeiros. Respondi de imediato: a senhora paga os 80€ ida e volta? Calou-se e eu saí.
ResponderEliminarDepois outra coisa Pedro marcarem uma final de futebol para a véspera achas que na ressaca dos festejos até ao dia seguinte dariam bom resultado? Não percebo nada de futebol mas não foi uma má opção? Enfim!
Beijos e um bom dia