One Belt, One Road (OBOR), a nova Rota da Seda


A China tem em marcha a nova Rota da Seda, o projecto "One Belt, One Road" ("Uma Faixa, uma Rota"), OBOR na sigla inglesa.
A liderança chinesa deu pela primeira vez a conhecer estes seus planos no ano de 2013.
Desde então a estratégia tem sido consolidar e fazer crescer as ideias iniciais e o alargamento a novos países dispostos a aderir ao projecto chinês.
Por estes dias a capital chinesa recebe mais de vinte líderes mundiais que discutem entre si como ligar a Ásia, a Europa e a África através de novas rotas comerciais.
Um plano que envolve números brutais, quer em termos da população abrangida (cerca de 60% da população mundial), quer em termos de infra-estruturas já construídas e a construir, quer naturalmente em termos de montantes financeiros envolvidos em todo o projecto (o Banco Asiático para o Desenvolvimento como grande financiador de todo o projecto).
Mais do que um grande projecto comercial, esta Nova Rota da Seda encerra em si claramente uma estratégia de poder, de domínio político e económico a nível mundial.
Há muito ultrapassada a bipolaridade que caracterizou a liderança planetária durante os anos da Guerra Fria, os Estados Unidos passaram a apresentar-se como único líder da governança mundial. 
Chegou o momento de a China se apresentar disposta a assumir papel idêntico, concorrencial ou até mesmo alternativo ao americano.
Mais do que um mega-projecto comercial é esta estratégia económica e política que se discute nestes dias em Pequim.
O eixo do poder está a mudar da América para a Ásia, de Washington para Pequim.

Comentários

  1. E quando a China dominar também o "poder militar" o eixo transferido passará a ser de titânio, com o resto do Mundo a ver navios e a ter que se submeter (como sempre) ao poder do mais forte, EUA incluídos. Até neste pormenor a eleição do Trump foi uma lança em África para a China.

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    1. O mesmo Trump que dizia ir fazer frente à China poderá afinal revelar-se um dos maiores aliados (involuntário) na mudança de eixo da governança a nível mundial, Corvo Negro.
      Estamos inteiramente de acordo.

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  2. Não sei se será tanto assim, Pedro, porém, é indiscutível o papel liderante que, cada vez mais, é desempenhado pela China no mundo actual. (não comento mais porque estou com trabalho até aos olhos, embora gostasse de o fazer.)

    Aquele abraço, Pedro.

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    1. Esta é a estratégia, embora não assumida, da China, Ricardo.
      Que se vê facilitada com um Trump a olhar para o umbigo na tentativa de Make America Great Again.
      Aquele abraço

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  3. Não sabia de nada...
    Gostei de saber.
    Beijinho
    ~~~~

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    1. Vá acompanhando os desenvolvimentos desta estratégia chinesa porque se joga aqui muito do que será o futuro a nível mundial, Majo.
      Beijinhos

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  4. Está e a uma velocidade dificil de imaginar à uns anos atrás...

    :)

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    1. Este é o século da Ásia.
      Qual ainda não percebeu isso anda muito distraído.

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  5. "Quando a China Acordar... "

    E já acordou , de olhos bem abertos.

    Boa semana, Pedro

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    1. Quem está a dormir é quem diz isso e está à espera de "quando", São.
      Boa semana

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  6. Não me enganarei se disser que dentro de poucos anos a China é a maior potência mundial.
    De Washington a Pequim são 'dois passos de distância'.
    Abraço

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    1. Essa não seria uma aposta de alto risco, António.
      Com a noção de tempo chinesa, devagarinho, sem alarde, caminhamos nesse sentido.
      Aquele abraço

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  7. Li em tempos um livro cujo titulo era: quando a china despertar o mundo tremerá"
    Kis :=}

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    1. Já despertou há algum tempo.
      Os outros é que andam a dormir.
      Bjs

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  8. Não percebo muito de política, mas há muito que ouço falar no despertar da China.
    Sempre me fez alguma confusão a razão pela qual os Estados Unidos não se insurgiam contra determinadas medidas, sobretudo injustiças sociais, que aconteciam e ainda acontecem na China.
    Hoje entendo por que não o fizeram, não convém aos Estados Unidos levantarem muito a crista , já que lhes devem muito dinheiro e estão muito dependentes deles.
    Finalmente a China está a levantar o véu do seu imenso poderio.
    Vamos ver quais serão as cenas dos próximos episódios.

    Beijos Pedro

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    1. Quando a China tem em mãos a grande fatia da dívida externa dos Estados Unidos é muito difícil falar grosso com o credor, Manu.
      Beijos

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  9. Estive há dias a ler um extenso artigo sobre este tema num boletim do PNUD. Muito interessante.

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  10. Oi Pedro! Agradecendo aos seus comentários! Você sempre muito bem! Te espero lá novamente ;)

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  11. Simplesmente uma potência.
    Boa continuação de semana.
    Abraços.

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    1. Cada vez mais a mostrar toda a sua força, A Casa Madeira.
      Abraços

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  12. Tema actualissimo.
    A invasão amarela já começou há anos.
    A cobrança dos dólares não sabemos (ainda) quando ocorrerá.
    Abraço.

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    1. Já começou e não é para parar, Agostinho.
      O eixo de domínio está a mudar mais uma vez.
      Vem aí um novo ciclo, o ciclo asiático, com epicentro na China.

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