Quo Vadis Hong Kong?
“A partir de agora, não vemos espaço para nenhum compromisso”.
Foi o que disse Leung Chun-Ying quando ontem respondia aos jornalistas que o interrogavam acerca do plano de reforma política apresentado no Legco e das reacções que provocou no campo pró-democrata.
Carrie Lam não tirou nenhum coelho da cartola, não apresentou nada de novo aos deputados no Legco.
Foi mais do mesmo em todos os aspectos.
O Executivo de Hong Kong a seguir à risca as indicações de Pequim, o campo pró-democrata a sair do Legco e a vir para as ruas em protesto.
Pequim não demonstra qualquer abertura para ir além do que apresentou para o método de escolha do Chefe do Executivo em 2017.
A selecção prévia dos candidatos é conditio sine qua non.
Um método, um screening, que é de todo inaceitável para o campo pró-democrata de Hong Kong.
O argumento de se tratar de um avanço relativamente ao sistema actual não convence.
Porque as duas partes ancoraram posições no tudo ou nada, não se revelam capazes de chegar a um entendimento ainda que, muito dentro do mindset asiático, baseado no menor denominador comum.
Adivinham-se novos tempos de agitação política e social em Hong Kong.
Bom dia amigo
ResponderEliminarÉ bom estar atento aos movimentos políticos e o Pedro está com atenção.
Aqui bem ao lado, luis.
EliminarUm espaço de consciência cívica e liberdade que é exemplo.
No bom e no mau.
A caminho da democracia plena, digo eu ironicamente, Pedro.
ResponderEliminarAquele abraço.
Mas aquela malta não desiste, Ricardo.
EliminarO que ainda irrita mais Pequim.
Vamos ver o que se segue.
Aquele abraço
As novidades vêm do Oriente ?
ResponderEliminarA Pequim interessa-lhe a apresentação de sinais que apontem para uma evolução democrática para consumo externo. Mas fá-lo com a "paciência de chinês": a conta gotas. Será que consegue conter as explosões próprias dos processos democráticos?
Hong Kong passou por momentos de grande tensão com a ocupação das ruas durante três meses, Agostinho.
EliminarEmbora não se preveja algo de semelhante, o campo pró-democrata não ficará mudo e quedo com esta proposta.
Já ontem houve protestos.
Uma votação democrática, mas com os candidatos previamente escolhidos por Pequim? OK, é um "avanço" muito relativo... ;)
ResponderEliminarOs pró-democratas chamam-lhe um embuste, Teté.
EliminarVamos ver o que daqui vai resultar.
Não estou por dentro do que se passa no sistema sociopolítico Macaense, mas o Pedro que sabe, e diz que vai ser mais do mesmo e se prevê agitação, coisa boa não vai ser!...
ResponderEliminar:)
Janita
Vai dar asneira, Janita.
EliminarA malta de Hong Kong tem uma consciência política que a de Macau não tem.
Beijinhos
Coimbramigo
ResponderEliminarNão estou muito por dentro destes problemas chineses. Mas confesso que a "originalidade" da escolha prévia dos candidatos antes de se "poder" votar é bem o exemplo do que se passa na China. Quando falei com o Deng Xiaoping compreendi que era uma utopia o seu "um país, dois sistemas"...
Foi uma conversa curta - para aí uns cinco minutos ou pouco mais - mas deu para ficar elucidado sobre a RPC...
大大的擁抱
FerreirAmigo,
EliminarO princípio "um país, dois sistemas" está bem e recomenda-se.
Pensado para Macau e Hong Kong, com Taiwan no ponto de mira, não será tão aprofundado e tão rapidamente como uma boa parte da população de Hong Kong esperava.
Até porque os sinais que se vão recolhendo fazem passar a ideia que a China quer também ir remodelando o sistema político interno.
Tempo que, na China, tem uma conotação única, muito diferente da que é dada no Ocidente.
Aquele abraço
As sociedades estão sempre em movimento Pedro, com períodos de maior ou de menor pressão,
ResponderEliminarcomo efeito de fervura em panela :)
Muitas vezes não tão rapidamente como algumas pessoas desejam, Angela
EliminarEspero que tudo se resolva da melhor maneira por ai.
ResponderEliminarA politica no mundo anda meio esquisita. Os políticos querendo tirar proveito da situação enquanto a população padece sobre os efeitos.
Tenha um ótimo fim de semana .
Vai haver protestos, vai haver agitação, esperemos que não muita, Anajá.
EliminarPrimeiramente vou pegar numa frase sua: «A selecção prévia dos candidatos é conditio sine qua non.
ResponderEliminarUm método, um screening, que é de todo inaceitável para o campo pró-democrata de Hong Kong».
É inaceitável em Hong Kong e em qualquer parte do mundo que tenha uma noção de democracia ocidental.
Mas também é verdade que a China Popular, instituiu o princípio: «Um país dois sistemas» para Hong Kong e Macau e extensível a Taiwan, se esta assim o entender. Este princípio traduz-se no seguinte:
A China popular continua com um sistema político socialista/comunista, em que a autoridade, liderança e governação do Partido Comunista da China não poderia ser posta em causa. Em termos económicos, teríamos a economia socialista de mercado com uma distribuição das receitas do crescimento económico, por todo o povo chinês.
Hong Kong e Macau continuariam com um sistema económico capitalista, liberdade para viajar para qualquer sítio e um sistema político «semi-democrático» caracterizado pela indicação dos governadores das regiões pelo governo central de Pequim, eleições com alguns lugares pré-definidos, mas com a possibilidade de introdução de reformas democráticas progressivamente.
De um modo geral este princípio até tem funcionado bem. A crescente insatisfação de Hong Kong, pode é querer dizer, que as reformas democráticas até agora executadas, já sabem a pouco e que é preciso mais democracia.
E ainda havia aquele pequeno "pormenor" de a Lei Básica de Hong Kong prever o sufrágio directo e universal para 2017, norma que a China interpretou de modo digamos que restrito.
EliminarTudo parece encaminhar-se para o desfecho que eu previ em dezembro, Pedro
ResponderEliminarOs dois lados não fazem concessões, Pequim deixa ficar tudo como está, Carlos.
EliminarOs pró-democratas mandaram o pragmatismo à fava.
Vamos ver se não se arrependem.
Como chineses que são deviam saber que "toda a grande caminhada começa com um pequeno passo"