Chefe em Pequim
Chui Sai On deslocou-se a Pequim para cumprir o protocolo e receber o decreto de nomeação como quarto Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM).
Costume intimamente ligado à idiossincrasia típica do povo chinês ("uma mão cheia de mel, outra cheia de merda"), Chui Sai On ouviu de Xi Jinping alguns elogios [prosperidade económica da RAEM, estabilidade política e paz social (recado para Hong Kong ouvir e anotar)], à mistura com uns puxões de orelhas relacionados com o crescente descontentamento da população acerca do rumo da governação da Região, incapaz de ser activa e mostrando-se mais e mais apenas reactiva.
Chui Sai On deve ter percebido, se o não tinha percebido antes, que o próximo período de governação será objecto de escrutínio ainda mais apertado por parte das autoridades centrais.
As mesmas que curiosamente aparecem agora a apontar o dedo a um monstro que ajudaram a gerar e alimentar.
O brutal crescimento económico da RAEM não podia acontecer sem custos sociais associados.
E não faltaram avisos nesse sentido, vindos dos mais diversos quadrantes, ao longo de todos estes anos.
Se é verdade que a governança de Macau preferiu seguir uma postura autista face aos sinais muito claros de descontrolo que se avolumavam, e aos avisos que recebia, também não é menos verdade que, de Pequim, descontando uns recados enviados de quando em vez, pouco se fez para reverter o caminho que agora Xi Jinping vem publicamente criticar.
Depois de ouvir Xi Jinping dirigir-se a Chui Sai On apeteceu-me citar Bette Davis - fasten your seatbelts, it's going to be a bumpy ride!
~ ~ ~ Será que Macau também vai entrar em crise?!!: (
ResponderEliminar~ ~ ~ ~ Beijinho. ~ ~ ~ ~
Em crise, não, Majo.
EliminarMas que há um arrefecimento das receitas, do crescimento desenfreado, da voragem, isso é um facto.
E muito do "ar frio" vem de Pequim.
Beijinhos
Não sei se a mensage foi entendida...
ResponderEliminarMor
Digo, mensagem...
ResponderEliminarVamos ver nos próximos tempos, Mor.
EliminarO Chefe não precisa de ir a Pequim para levar um puxão de orelhas e para ouvir um lembrete.
Os olhos, os ouvidos, as bocas, estão aqui mesmo ao pé de casa.
Tudo na vida tem um princípio, um meio e um fim.
ResponderEliminarAquele abraço, Pedro.
Não é esse o caso, Ricardo.
EliminarAcho é que Pequim, finalmente!!, percebeu que não se pode crescer desmesuradamente.
As dores de crescimento, nesses casos, são muitas.
E está a passar o recado para Macau.
Até porque a grande chave do crescimento de Macau está precisamente em.......Pequim.
Aquele abraço!
O desenvolvimento descontrolado tem custos e a China no seu todo tem assimetrias profundas. Até quando o pcc terá o controlo da situação ?
ResponderEliminarA grande dúvida e o grande receio do próprio Partido, Agostinho.
EliminarDai o martelar constante na ideia de harmonia social e política.
Os extremos dão sempre mau resultado!
ResponderEliminarAí cresceu-se desmesuradamente...aqui encolheu-se! :(
O crescimento desregrado é um problema em si mesmo é pelos efeitos colaterais que provoca, Rosa dos Ventos.
EliminarE, ao longo dos anos, a governação de Macau tem sido afectada pelos males dos três macaquinhos - cega, surda e muda.
Apesar dos constantes avisos.
E que bem citada que foi Bette Davis.
ResponderEliminarAbraço, Pedro.
Vão ser cinco anos de grande agitação, António.
EliminarA entrada no novo decénio, e não sou eu a dizê-lo tudo indica que trará para esta zona o destino de zona economicamente mais vibrante do planeta.
O eixo Hong Kong/ Macau/ Shenzen/ Guangdong caminha nesse sentido.
Nada poderá afectar esse plano do Governo Central.
Dai estes avisos à navegação
Aquele abraço
Isso faz-me lembrar aqueles dirigentes desportivos que manifestam confiança no treinador e na semana seguinte o despedem...
ResponderEliminarEste não vai ser despedido, Carlos.
EliminarMas vai ter que se portar muito melhor que até agora que é para não levar uns puxões de orelhas.