De pedra em pedra (O Ponney)


 De pedra em pedra
Calma aí! Este país não está tão mal como parece: está bem pior, sem ponta por onde se lhe pegue ou despegue.
Eu tinha prometido a mim próprio (ou a mim mesmo) – ou tinha-me prometido – que não falava mais de política, ou, pelo menos, dos políticos do PS. Todavia, esta foi uma semana diabólica com gente demasiada, como sói dizer-se, a meter o pé na poça.
Começo por aquele pobre coitado ministro que tem voz e aspecto de Bruno de Carvalho, que andou lá por Viana – havemos de ir a Viana, cantava Amália – a dar cabo dos coitados enclausurados no prédio Coutinho, ameaçando, até “matá-los” à fome e à míngua de água; depois, aparece o bom amigo e protegido de Costa, de seu nome Azeredo Lopes - mais azarado que azaredo . que parece ter mentido na comissão de inquérito da AR, mas que não enganou o Ministério Público, (Vox populi convicta-nos a pensar que as comissões são constituídas mais para “safar” que para condenar), o que levanta a questão de se saber se o chefe primeiro-ministro também não denegou…
Sem espantar, a senhora ministra da saúde mais uma vez meteu o pé no lodo, ela que bem tentou ir de pedra em pedra. Confrontada com as cirurgias em atraso, Marta Temido, perdão, a senhora doutora Marta Temido, destemida, falou no envelhecimento da população. Já há uns tempos, um deputado do PSD se atirou à geração da peste grisalha; esta, a ministra, atirou-se à velhada, como se a velhada não tivesse o direito de continuar a viver.
Compreende-se, esta geração de mulheres de cabelo pintado, para esconder as brancas, e de nutricionada para evitar o balzaquianismo, pensa que nunca será sénior, pelo que não compreendem – ou querem suspendê-lo – o mau costume de os portugueses quererem continuar a viver para além do prazo de validade. E D. Marta que se cuide com os seus “descuidos”, que, e não por acaso, até cheiram muito mal.
Depois, foi a outra governante das bichas, perdão, das filas para a aquisição de cartões e outras necessidades, como se, neste tempo em que não devia haver, as bichas já não são só para o pão como no tempo da grande guerra.
Rui Rio deu uma de sua graça. Centeno não gostou dizendo que  no cenário do PSD  “falha quase tudo” na “razoabilidade orçamental”.
De braço dado com Costa, que não conseguiu votos para a presidência da comissão europeia – até Macron lhe tirou o tapete -, o seu sonho,  Centeno, o rei das cativações, continua a mentir aos portugueses: o país está pelas ruas da amargura, e o SNS  é já só pele e osso.
E se Costa também for “metido” no caso de Tancos?
Com uma oposição que teima em não se afirmar, maus dias vão acontecer.
Figas canhoto, dir-me-ão; mas eu já ando a fazê-las há muito. Toca a ir de pedra em pedra…

Comentários

  1. Não sei porque motivo não referiste o sr. cabrita (o gajo das polícias). Foi um lapso teu, calculo.
    Este é um governo de medíocres, como outros têm sido, comandado por um habilidoso mas que nem por isso deixa de ser medíocre. Talvez o seja em menos % porém igualmente medíocre.
    Talvez alguns ministros sejam mesmo Ministros porém sem a coragem e a sensatez de fugirem ao ritmo da maioria tornam-se eles próprios tão medíocres como os demais.
    Akele abraço pah!

    §-à ministra da saúde dá vontade de dizer: cresce (intelectualmente e em conhecimentos) e aparece!

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    1. O escrito não é meu, Kok.
      É daquela publicação.
      O Cabrita foi o tipo que me mostrou Macau há já muitos anos.
      Nunca vou esquecer a maneira como aqui fui acolhido por muita gente, incluindo ele próprio.
      É um tipo muito inteligente, muito culto.
      E também mais não digo...

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  2. Confesso que me faz alguma espécie estar a ler um texto, seja poesia, prosa ou apenas um artigo de opinião, e não saber ou ficar na dúvida sobre quem o escreveu. Por isso, quando não existem citações, quem lê assume com segurança que o autor é o próprio que faz a publicação.

    Por isso, para uma pessoa como eu, que só neste momento descobri que existe um jornal semanário online de nome "O Ponney", não fosse ter lido o comentário do amigo Kok e a tua resposta iria ficar a achar que o texto era teu. E apesar de não ter nada a ver com a tua forma de escrever, o mais certo era eu ter ficado baralhada! 😃

    Talvez devesses ter cuidado de acrescentar uma informação mais específica quando partilhas aqui algo de outro autor (mesmo que a fonte seja bem conhecida)... um link... ou simplesmente umas aspas ou o texto em itálico. Mas claro, essa é apenas a minha opinião.

    Beijinhos com assinatura de autor
    (^^)

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