Só haverá paz na Ucrânia com derrota militar
Este final de semana fortaleceu a minha convicção - só haverá paz na Ucrânia com derrota militar de um dos intervenientes.
Zelensky, ou quem quer que seja o líder ucraniano que lhe suceda, não poderá ceder território do país ao invasor russo.
Putin errou quando pensou que poderia fazer a Ucrânia capitular rapidamente após a invasão em Fevereiro de 2022.
Confrontado com a resistência ucraniana, e a determinação de antes morrer que ajoelhar, Putin percebeu que não podia recuar.
Já não está só em causa a perda da face, está em causa a sua sobrevivência.
E não é só em sobrevivência política que estou a pensar.
Do outro lado, tentar explicar aos ucranianos que, após quatro anos de guerra, um país invadido, devastado, destruído, milhares de vidas ceifadas, milhares de estropiados, famílias destruídas, se vai ceder ao que o invasor queria à partida, parece-me ser tarefa impossível.
Muito mais que qualquer interferência externa, os ódios semeados por esta guerra vão ficar plantados nos dois países por gerações vindouras.
E esses não desaparecem com intervenções de supostos mediadores.
Esta guerra só poderá acabar com a derrota de um dos intervenientes e um armistício posterior baseado na mesma.
Os ódios ficarão lá, adormecidos, dormentes, à espera de poderem ser acordados a qualquer momento.
Os líderes desaparecerão mas o mal que entretanto semearam permanecerá.
E um deles ficará na História como derrotado.
Só assim esta guerra poderá acabar.


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