O Estado da Nação
A semana acabou com o que devia ser um debate acerca do Estado da Nação.
A conclusão a tirar é muito simples - a Nação perde tempo com fait divers e deixa na sombra o essencial.
À entrada para a Assembleia da República, a Ministra da Saúde e o Ministro da Educação pensariam que os esperavam horas difíceis.
O Primeiro Ministro, o líder do Governo, obviamente também.
No final, todos terão suspirado de alívio.
Porque não se discutiu a razão para as parturientes andarem a ser passeadas de ambulância e helicóptero até perderem os seus bebés.
Também não se discutiu a razão para alunos e pais terem ficado dois dias a roer as unhas sem saber os resultados dos exames.
Discutiu-se o frouxo que um chamou ao outro; o fanfarrão que o outro chamou ao primeiro; o árbitro que deixa chamar frouxo mas não deixa chamar fanfarrão.
E a discussão alastrou ao espaço público.
As grávidas que se deslocarem amanhã ao hospital mais próximo não terão ficado com qualquer garantia de dar à luz os seus filhos em condições de segurança.
Mas isso pelos vistos é secundário.
A linguagem e o jogo político são mais importantes.
E é este o triste Estado da Nação.
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