A humilhação europeia
Já experimentaram aquela sensação de andar na autoestrada em sentido contrário?
É assim que me estou a sentir depois de ser anunciado o acordo comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia.
Humilhação europeia, capitulação, é só isso de ouço e leio.
E não consigo perceber.
Porque, a conduzir na autoestrada em sentido contrário, acredito que tenha sido um bom acordo no actual contexto.
Seria preferível uma guerra comercial entre os dois maiores blocos económicos a nível mundial, ou um acordo ainda que baseado na visão pragmática do menor denominador comum?
A minha costela asiática, confucionista, prefere esta última.
Olhando para o que se conhece do acordo alcançado acredito que ambos conseguiram o que mais desejavam.
Trump conseguiu falar para a sua base de apoio, para a América profunda, e dizer que tinha conseguido que a União Europeia pagasse uma taxa de 15% sobre os seus produtos à entrada para o mercado americano.
A União Europeia conseguiu um acordo que reduz a taxa inicial a metade, conseguiu assegurar o fornecimento energético fugindo à dependência russa, conseguiu assegurar o fornecimento de armas que necessita e ainda não tem capacidade de produzir.
Os mais pessimistas dirão que os produtos europeus ficarão mais caros à entrada no mercado americano.
Obviamente…mas, há sempre um mas, quem é que vai custear esse acréscimo?
Não será o consumidor americano, a tal base de apoio de Trump?
A menos que os americanos deixem repentinamente de comprar vinho francês, Mercedes, BMW, Louis Vuitton, Hermès,…
Trump teve os seus cinco minutos de fama, a sua base de apoio exultou, a União Europeia conseguiu os resultados que procurava, fará reflectir o acréscimo de custos no consumidor final americano, evitou-se uma guerra comercial que a todos iria afectar.
Nenhum conseguiu o óptimo (Trump não vai conseguir deslocalizar a produção europeia para os Estados Unidos e a União Europeia não consegue um mercado americano sem barreiras alfandegárias artificiais), mas ambos conseguiram o bom, o possível, e ninguém perdeu face.
Ou sou mesmo eu a andar em sentido contrário na autoestrada?
Nāo sei de nada. Nāo quero ouvir mais sobre o fulano nos canais americanos. O Devaneios vai ser a minha fonte de informaçāo. :)
ResponderEliminarEntretanto, estou a ouvir sobre o tiroteio no coraçāo de nova iorque. Até agora dāo alguns factos e pedem muitas oraçőes para os que morreram e para as suas respetivas famílias. Alguém falou como irāo dificultar a obtençāo de armas de grande potência a membros da populaçāo? NÃO.
Há mais armas nos EU do que habitantes !!
Tenho mais esperança que o Trump seja condenado no caso Epstein do que de ver os americanos de alguma forma aceitarem limitações ao seu querido direito de possuir armas.
EliminarNão, nunca abdicarão das suas armas. E isso não me incomoda assim tanto uma vez que seria uma utopia pensar nessa possibilidade. A venda das espingardas AR-15 deveria ser proibída. Para que querem os civis uma AR-15? Para caçar?
EliminarEstive a ler alguns artigos sobre o “deal” entre a UE e os EU. A maioria pensa como o Pedro. Chegaram ao meio termo, digamos assim, e ambos regressaram às suas respetivas sedes, felizes da vida. Imagino a gabarolice do fulano. : )
Foi o acordo possível, Catarina.
EliminarQue o consumidor americano vai pagar.
O néscio ficou feliz até lhe fazerem uma pergunta acerca dos ficheiros do Epstein 😀
Foi o acordo possível.
ResponderEliminarAbraço
Também é isso que penso.
EliminarE há ali alguns pormenores que não têm aplicação prática.
São apenas para o Trump brilhar.
Abraço
UE continua a não dar sinais positivos, prefere o mal menor. Trump vai andando, como quer.
ResponderEliminarO acordo possível? Os empresários portugueses - aqueles que tudo sabem - dizem ser as tarifas uma situação gerível. Veremos.
Abraço
Quem as vai pagar, em última análise, é o consumidor americano, António.
EliminarOu acha que o consumidor de Rolex vai passar a comprar Trump watch?
Vamos ver daqui a uns tempos, quando os stocks acabarem.
Abraço
Acordo de energia entre a Europa e os EUA deixa a Rússia nervosa.
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