Bandidos de beca

Donald Trump infestou o Supremo Tribunal dos Estados Unidos de gente fiel à sua cartilha, lacaios.

Já se sabia há muito tempo que não passavam de uma quadrilha, de um monte de bandidos de beca.

Sempre de mão estendida dispostos a receber as generosas prendas que lhes eram oferecidas.

Mas havia ainda uma réstia de esperança que a dignidade do cargo público que ocupam os fizesse ter um mínimo de respeito pelas vestes que envergam.

A recente decisão, que atira fora os pilares do Estado de Direito só para proteger Trump, demonstra que estamos perante uma corja de malfeitores.

A decisão do Supremo Tribunal é tudo o que um tribunal não pode ser.

Aquela não é uma decisão geral e abstracta, erga omnes.

Aquela é uma decisão que pretende limpar os crimes de Donald Trump e assim abrir caminho ao seu regresso à Casa Branca.

Impossível descer tão baixo, inacreditável ver a Nação mais poderosa do Planeta capturada por um bando de cleptómanos controlados por uma das criaturas mais abjectas que povoam a Terra.

Trump só será parado se enfrentar alguém que jogue o seu jogo.

Joe Biden pode ficar na História.

Para isso terá que aceitar as regras do seu rival e do Supremo Tribunal.

E congeminar uma forma de impedir a candidatura de Trump à Casa Branca.

Um jogo muito perigoso, um intervalo na democracia, que poderá no limite desencadear uma guerra civil.

Mas que poderá ser a única forma (desesperada) de salvar a democracia americana.