Criptomoedas em queda

Se posso dar algum conselho a quem lê estes meus devaneios esse conselho será que não aceitem os meus conselhos.

Groucho Marx - “eu nunca seria membro de um clube que aceitasse um gajo como eu para membro”.

Sobretudo em matéria económico-financeira.

Estão avisados - timeos danaos et dona ferentes.

Nunca percebi, e se calhar o defeito é meu, a sedução de uma moeda que não existe.

E que é paga no acto de compra numa moeda existente, real.

O que seduzia era o facto de ser aconselhada por celebridades?

Continuando sem perceber, leio agora que perdeu o seu valor.

Ou seja, perdeu o valor imaginário, o valor que nunca teve.

E que há algum pânico entre os investidores porque terem perdido o valor imaginário de uma moeda que nunca existiu.

Um bocado como a criança que entra em depressão porque se zangou com o seu amigo imaginário ou porque o seu unicórnio fugiu.

Não gosto nada de acreditar no que não existe, no que não vejo.

Esse é domínio que deve ser deixado para a fé, a religião.

Muito mais quando se trata de dinheiro que não se vê.

Lembro sempre Gordon Gekko em Wall Street - “a ilusão tornou-se realidade, capitalismo no seu melhor. Nada é produzido ou criado, mas tudo é transaccionado”.

Não será tempo de parar, agora que a ilusão perdeu o valor que objectivamente nunca teve, para reflectir e tentar perceber se não estamos a ir demasiado longe?