Discriminação positiva?


A recente proposta de diferenciar as tarifas de autocarros para os residentes permanentes e os não residentes foi apresentada como uma medida que teria como finalidade discriminar positivamente os residentes permanentes.
A definição mais comum de discriminação positiva ensina-nos que discriminação positiva é um tipo de discriminação que tem como finalidade seleccionar pessoas que estejam em situação de desvantagem tratando-as desigualmente e favorecendo-as com alguma medida que as tornem menos desiguais. É um processo que tem como objectivo tornar a sociedade mais igualitária diminuindo os desequilíbrios que existem em certos grupos sociais.
A proposta apresentada pelo Conselho Consultivo do Trânsito, aparentemente com a concordância do Executivo, parece caminhar em sentido rigorosamente oposto.
Não são os residentes permanentes, com melhores condições de vida e mais protecção social, que devem ser discriminados positivamente.
Se for essa a ratio legis então a proposta terá que ser toda reformulada e apresentar tarifas mais elevadas para os residentes permanentes e não para os residentes não - permanentes.
Uma proposta que não se entende, que está muito mal explicada, que não faz sentido nenhum.
Que tal parar um pouco para pensar?
Valerá a pena apresentar semelhante proposta?
Se for, e tenho sérias dúvidas que seja, terão que ser aduzidas razões muito concretas e ponderosas para o fazer.
Nunca, mas mesmo nunca, nos moldes agora dados a conhecer, discriminação positiva.

Comentários

  1. Pelo que tenho lido aqui, essa governação é muito desiquilibrada, caótica, confusa. Há algum sector que funcione bem?

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    1. O mais extraordinário é que Macau vai funcionando bem mesmo no meio de tanto disparate, de tanta asneira.
      Deve ser mesmo a confluência da Deusa A-Ma e de Nossa Senhora :))

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    2. Senão aqui influência divina já não sei o que pensar, Catarina :))

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    3. "Funciona bem" é como quem diz. A porta abre às 9 e fecha às 5, é o melhor que se pode dizer.

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    4. Vai funcionando, Leocardo.
      Com tanto disparate acredito que, para quem olhe de fora, pense como a Catarina que haja para aqui grandes caos e confusão.
      E não há.
      Vai tudo correndo mais ou menos bem.
      Podia e devia correr melhor?
      Sem sombra de dúvida.
      Um abraço

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  2. Inacreditavel!
    Qualquer dia os TNR andam de banda ao braço para melhor serem identificados... A lembrar outros tempos e outras formas de discriminação.
    Defender o salario minimo para todos menos para as domésticas é também mais uma forma de discriminar.
    No que Macau se está a tornar!

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    1. Infelizmente cada vez mais vemos manifestações deste tipo.
      Ainda para mais a ostracizarem um fatia da população que é absolutamente essencial para que Macau tenha viabilidade.
      Entristece-me imenso que se pense (mesmo só pensar!!) numa aberração destas.

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  3. Não percebo porque o Governo está tão preocupado com esta questão das tarifas, sinceramente. Deviam preocupar-se mais com a qualidade do serviço prestado pelos transportes públicos! A condução dos motoristas (especialmente os autocarros verdes) é péssima e perigosa, já para não falar dos taxistas - uns verdadeiros mafiosos. E porque é que não se preocupam com os autocarros eléctricos?! Parece impossível. A agenda do Governo tem as prioridades viradas do avesso!
    Concretamente quanto a esta proposta, acho que, a haver discriminação (positiva), devia abranger todos os cidadãos de Macau, em detrimento dos turistas, ou então devia visar os residentes mais desfavorecidos.
    Aquele abraço, Pedro!

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    1. Hoje alguém me perguntava numa outra plataforma quem é que ganhava com esta proposta.
      E eu não consegui responder.
      É uma boa pergunta - quem é que ganha com este disparate?

      Não podia estar mais de acordo com o comentário.
      Preocupar-se com a qualidade dos serviços prestados, especialmente quando se apregoa constantemente que se quer promover a utilização dos transportes públicos em detrimento do transporte particular, faria todo o sentido.
      Fazer o turista pagar um preço mais elevado em relação ao residente, seja ele permanente ou não?
      Faz-se isso um pouco por todo o Mundo.
      Penalizar as classes mais desfavorecidas e ainda falar em discriminação positiva?
      Que coisa mais descabelada.
      Aquele abraço

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  4. Não será melhor deixar tudo como está? A "coisa" lá vai, por essas bandas, funcionando, mesmo com atrapalhações, portanto, quietos (rs)!

    Beijinhos, Pedro!

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    1. Como eu julgo que há muita gente a interrogar-se de onde raio veio agora esta ideia peregrina, CÉU.
      É um bocado o que a minha avó dizia - procurar sarna para se coçar.
      E esta prevejo que ainda vá dar muita comichão.
      Beijinhos

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  5. Acredito que a proposta teve como base boas intenções só que estes políticos têm que pensar melhor antes de apresentar as suas propostas para não correr o risco de efeitos contrários.
    Um abraço e boa semana.

    Andarilhar
    Dedais de Francisco e Idalisa
    O prazer dos livros

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    1. Eu confesso que não consigo perceber o que se pretende, Francisco.
      Ser agradável para os residentes porque as consciências ainda pesam depois do que aconteceu com o tufão??
      Aquele abraço

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  6. Discriminação positiva?
    Discriminação é uma palavra que automaticamente coloca de parte a igualdade de direitos.

    Por certo, escolheram uma palavra errada ou o nome para uma medida social ainda pouco aprofundada.

    Digo eu, Pedro que este mundo não é perfeito e os políticos também não!

    Beijinhos

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    1. Discriminação positiva seria precisamente o oposto do que agora é proposto, mz.
      Os residentes permanentes (é essa a designação legal) que gozam de muito mais regalias sociais, que auferem salários mais elevados na esmagadora maioria dos casos, deferiram pagar mais que os residentes não permanentes.
      Esta proposta é o oposto do que apregoa.
      Não faz sentido nenhum.
      Beijinhos

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  7. Por cá, a toda a hora se fazem "leis" que a seguir são corrigidas !

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    1. Por enquanto estamos só perante uma proposta, que nem proposta de lei é, João Menéres.
      E que cheira muito a apalpar o pulso para ver como é que a rua reage.
      Espero que reaja muito mal e não se passe destas intenções.

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  8. Caro Amigo Pedro Coimbra.
    Discordo - como veemência - desta proposta absurda e discriminatório.
    Aqui, quem tem mais de de 60 anos está isento de tarifa nos transportes públicos.Caloroso abraço. Saudações discriminatórias.
    Até breve...
    João Paulo de Oliveira
    Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver, sem véus, sem ranços, com muita imaginação, autenticidade e gozo.

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    1. Aqui os residentes com mais de 60 anos também não pagam, Amigo João Paulo de Oliveira.
      Sabe que mais?
      Se verdadeiramente se quer incentivar a utilização do transporte público, numa terra com tanto dinheiro, que tal investir na qualidade desses transportes públicos e alargar o leque de pessoas que não precisam de pagar para utilizar os mesmos?
      Elevar os custos para as classes mais desfavorecidas é de bradar aos céus.
      E é tudo menos discriminação positiva.
      Aquele abraço

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  9. Nesse aspecto dos transportes públicos citadinos, em Portugal ainda não há vantagens em ser residente ou ter mais de 60 anos para os bilhetes avulso. O preço é o mesmo para todos.
    Se bilhete comprado antecipadamente em quiosque, o preço é bem melhor que o pago já a bordo.
    Já nos comboios, há 50% de desconto para quem tem mais de 60.

    Abraço, Pedro

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    1. Se se quer promover a utilização dos transportes públicos em detrimento dos veículos privados é esse caminho que se deve trilhar.
      Melhoria da qualidade dos serviços e benefícios sociais.
      Singapura faz isso há muitos anos.
      E com muito bons resultados.
      Aquele abraço

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  10. Olá amigo!!
    O que eu entendi no texto foi que irão diferenciar os custos e pra que isso? Esses políticos inventam cada coisa.
    Achei que fosse só no Brasil que existia políticos sem noção!

    Beijinhosss ;*
    Blog Resenhas da Pâm

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    1. Sensatez é uma qualidade que parece não ter chegado à maioria da classe política, Pamela.
      Por toda a parte.
      Beijinhos

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  11. a ideia base é positiva e visa a igualdade e inclusão social. no entanto, parece-me óbvio que a medida só fará sentido em determinado local/cidade se o flagelo social se verificar

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    1. Pois, o problema é que, como é apresentada, agrava as desigualdades.
      Ele há cada uma!

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  12. Respostas
    1. Sinceramente espero e desejo que não se passe deste foguetório, desta proposta sem sentido, Amigo João Paulo de Oliveira.

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  13. Pensar é uma coisa que dá muito trabalho, Pedro....

    Boa semana

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    1. E há muita gente preguiçosa, São.
      Gente a mais.
      Boa semana também

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  14. Cada país k, com os seus cada qual k.
    Cada uma que se lê...
    Boa continuação de semana.

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    1. Nós, portugueses, costumamos dizer que é cada tiro cada melro, cada cavadela cada minhoca, A Casa Madeira.

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  15. Concordo com o espírito a sua ideia.
    Por cá, há passes sociais, com grandes descontos
    para estudantes e pessoal de serviço precário.
    Beijos
    ~~~

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    1. Isso é discriminação positiva, Majo.
      O oposto do que aqui está a ser proposto.
      Beijos

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  16. Mais uma vez um texto muito bem escrito e fundamentado com que naturalmente concordo.
    levando-me como tal a dizer que quiçá os mentores da proposta não saibam verdadeiramente o que é descriminação positiva _ parecendo para os mesmos ser apenas descriminar uns sobre outros, independentemente de quem sobre quem, pior se coincidindo (in)justamente no sentido inverso a verdadeira descriminação positiva.
    Abraço e boa sorte por aí, também no relativo à correcção do sentido da proposta em causa

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    1. Oxalá não passemos desta fase de proposta, Victor Barão, de um apalpar de pulso que origine muito má reacção da rua.
      Aquele abraço

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