Não católicos por favor não entrem?!
“Precisamos de igrejas com as portas abertas” para evitar que aqueles que estão em busca de Deus encontrem “a frieza de uma porta fechada”. “Nem mesmo as portas dos Sacramentos se deveriam fechar por qualquer motivo”.
Estas palavras foram escritas por Francisco na sua primeira Exortação Apostólica, Evangelii Gaudium (A alegria do Evangelho).
Depois de ler o aviso colocado à entrada da Sé Catedral, pergunto-me se não terão sido transmitidas à Diocese de Macau ou se não terão sido por esta bem interpretadas.
A justificação para a existência deste aviso aberrante é dada pelo excesso de turistas e pelo comportamento altamente censurável dos mesmos, designadamente enquanto decorrem celebrações religiosas.
Uma justificação que posso compreender, mas não posso aceitar.
Se é verdade que há um excesso de visitantes no local (onde é que não há esse excesso, pode-se sempre perguntar), e que os comportamentos dos mesmos podem perturbar as celebrações religiosas e até a integridade do local, não é por esta proibição bruta, mal educada, que passa a solução.
A preservação do local pode sempre ser mantida pela limitação do número de visitantes que poderão aceder ao mesmo em simultâneo, algo que o Instituto Cultural poderia garantir já que se trata de um monumento que faz parte do património protegido por lei.
A manutenção de um ambiente de recolhimento nas celebrações eucarísticas poderá ser facilmente mantida se forem proibidas as visitas enquanto as mesmas decorrem, à semelhança do que se vê em inúmeros locais de culto por esse mundo fora.
Para finalizar, porque as dúvidas ainda não foram dissipadas, como é que a Diocese de Macau consegue diferenciar os católicos dos não católicos?
Confesso que não consigo perceber.
Na Basílica de S. Marco não permitem que as celebrações sejam interrompidas pelos turistas. As portas fecham. Uma das vezes que entrei na Basílica quando passei duas semanas em Veneza, tinha sacos de supermercado na mão e consegui entrar para assistir à missa. Nessa altura nem tirei uma simples foto. Mas tive mais uma oportunidade de contemplar aquela beleza e prestar atenção à celebração religiosa! De facto, é uma falta de respeito andar por ali, tirar fotos, falar, etc, durante a missa.
ResponderEliminarSem dúvida, Catarina.
EliminarE isso deve ser controlado.
Como o é em todos os locais de culto em pouco por toda a parte.
Quando estive em Istambul no mês passado pediam-nos para sair quando as celebrações (muçulmanos) iam começar.
E não deixavam ninguém entrar nesse período.
O mesmo acontecia no que diz respeito à ordem a manter nas visitas ao templos.
É uma questão de controlar esses aspectos.
Não de proibir as entradas.
Acredita que os turistas chineses - sobretudo estes - vão mesmo à Sé em busca de Deus enquanto falam alto, comem, bebem e andam por ali feitos baratas tontas? E quando eles se metem na fila para receberem o sacramento da comunhão? Não irão lá para gozar, caso tenham a consciência do que fazem, ou porque são ignorantes, caso não tiverem consciência? Com certeza que o Papa não disse que se permite que os sacramentos sejam administrados aos não católicos, pois isso seria matar a Igreja. Apesar de tudo, este Papa ainda não chegou até este ponto.
ResponderEliminarFireHead,
EliminarLeia lá a última parte da citação de Francisco que aqui publico.
E, se tiver curiosidade, vá procurar o documento.
Sim, Francisco abre a porta a que seja dada a sagrada comunhão a não católicos.
No entanto, e como é óbvio, não defendo a selvajaria dentro da Sé Catedral.
Ou dentro de outro local de culto, qualquer que ele seja.
Devem ser controladas as visitas, no seu número e no seu comportamento, e isso pode ser feito pelo Instituto Cultural.
Como devem ser controladas/proibidas as visitas enquanto decorrem celebrações eucarísticas.
Proibir, tout court, desta maneira, é ir demasiado longe.
E é contrariar o que nos pede Francisco.
Gostei de o ver por aqui.
Tome lá um abraço!
Pode ler bem a Primeira Exortação Apostólica do Papa Francisco no que diz respeito aos sacramentos. Diz assim o ponto 5: "Mas há outras portas que também não se devem fechar: todos podem participar de alguma forma na vida eclesial, todos podem fazer parte da comunidade, e nem sequer as portas dos sacramentos se deveriam fechar por uma razão qualquer. Isto vale sobretudo quando se trata daquele sacramento que é a «porta»: o Baptismo" (47). Só depois do Baptismo é que os não crentes se tornam cristãos (crentes), logo passíveis de receber a comunhão. Mas curiosamente o ponto 47 começa precisamente assim: "A Igreja é chamada a ser sempre a casa aberta do Pai", logo o Papa não estava a referir-se aos que não crêem no Pai. E depois, logo a seguir, no ponto 48, fala-se do "dinamismo missionário", ou seja, é no sentido da conversão dos não crentes (fonte: http://pt.radiovaticana.va/news/2013/11/26/primeira_exorta%C3%A7%C3%A3o_apost%C3%B3lica_do_papa_francisco/bra-750057). Não vejo portanto onde é que está escrita a ideia de o Papa abrir a "porta a que seja dada a sagrada comunhão a não católicos", como você afirma. O artigo do Ponto Final deixou bem claro que segundo o código do Direito Canónico, a comunhão é reservada aos baptizados, logo um não baptizado não pode aceder a ela, e é por isso que o Pe. Sequeira lamenta os turistas chineses irem para as filas da comunhão "sem consciência nenhuma".
EliminarHugo,
EliminarO Luís Sequeira é alguém de quem sou amigo há já uns bons anos.
Veja lá que, se bem que em épocas diferentes, até estudámos no mesmo colégio e tudo!
O mesmo Luís Sequeira que celebrou o meu casamento e o baptizado da minha filha Catarina.
Eu não estou a afirmar que não existe um problema, Hugo.
O que estou a contestar é a forma como este está a ser enfrentado.
Em todos os locais deve haver regras e respeito.Vemos abusos gritantes em monumentos e locais de culto. Por vezes parece que os visitantes dentro de uma Igreja nem sabem o que procuram, assim como numa Mesquita,mas nesta última até se descalçam e aceitam as regras.
ResponderEliminarCada pessoa deve respeito à casa e aos que lá se encontram em oração.
Será que as visitas não podem fazer-se depois das cerimónias?
luís,
EliminarÉ isso mesmo que é preciso - criar regras e certificar-se que as mesmas são cumpridas.
O luís fala de mesquitas.
Pois há menos de um mês, em Istambul, para visitar uma, porque levava uns calções acima do joelho, tive de andar de avental.
Estão lá para usarmos.
Assim como os sacos de plástico para colocar os sapatos, os lenços e as mantilhas para as senhoras.
Tudo isto no horário de visitas.
Na hora das celebrações não está ninguém.
Educadamente pedem que não se entre ou, se já lá estamos dentro, que saiamos.
É isso que aqui deve ser feito também.
Concordo com o Papa Francisco e se pretendem manter o "turismo" façam algo para os manter calados enquanto visitam.
ResponderEliminarEu mesma já visitei "em grupo" igrejas, também outras igrejas, outras religiões e a todos é pedido silêncio porque decorrem "cerimónias".
Tudo vai de quem os "guia" em ou nas excursões.
Um abraço
Por todo o lado, em todos templos, de todas as religiões, há regras que têm que ser cumpridas.
EliminarÉ isso que é preciso fazer em Macau - criar essas regras e certificar-se que são cumpridas.
Vi tanto isso na minha recente visita a Istambul.
É de pasmar!
ResponderEliminarAbraço
Quando soube, ontem, foi assim que fiquei, Rosa dos Ventos.
EliminarFrancisco prega precisamente o oposto, caramba!
Abraço
Estou de boca aberta! Não imaginava que pudesse haver uma coisa assim!
ResponderEliminarTimtim Tim,
EliminarAinda bem que aqui aparece a comentar.
Eu não consigo aceder ao seu blogue.
Não é só não poder comentar, não consigo aceder ao mesmo.
Já alguém lhe tinha comunicado isso?
No que respeita ao post, eu também fiquei de queixo caído, acredite.
Há algum sistema que faça a triagem do público? Os católicos entram, os não católicos meia volta volver.
ResponderEliminarParece-me que entrar ou não depende apenas da vontade de cada um: Deus deixou-nos essa prerrogativa.
Penso que a tabuleta colocada à entrada da Sé de Macau é um absurdo e não serve para resolver o problema de falta de educação de muitas pessoas. É, porventura, o resultado de falta de inteligência ou de preguiça de alguém cansado da bagunça.
Para que tudo corra sem sobressaltos as pessoas têm de ser orientadas por regras feitas com pés e cabeça.
Regras que existem em todos os credos e em toda a parte, Agostinho.
EliminarNão há nada para inventar, só para implementar.
Ser católico, ou não, não é como ser sócio de um clube de futebol.
Como é que se faz a triagem?
Boa pergunta!
Uma coisa dessas por cá constituía motivo para protestos públicos de uma quantidade de comissões de defesa disto e daquilo...Já para não falar na indignação que o Bloco de Esquerda faria questão de expressar no telejornal da noite.
ResponderEliminarEu esperava maior indignação a nível local do que aquela que vi, Kruzes Kanhoto.
EliminarA melhor maneira, é colocar um Aviso de que são proibidas as visitas enquanto decorrem celebrações!
ResponderEliminarParece-me estranho um texto destes...e, como diz, os católicos têm algum sinal específico que os distinga??
Tudo de bom
Algo que acontece com todos os credos e por toda a parte, São.
EliminarNem é preciso inventar nada.
Dá a impressão que há uma cartão de sócio de católico :))
Se explicassem melhor, era aceitável. Podiam pedir, por exemplo, para não fazerem barulho nem passearem pela Igreja durante o culto.
ResponderEliminarPedir, já pediram.
EliminarNão obedecem.
Há que obrigar as pessoas a obedecer sob pena de serem postas na rua.
Acontece o mesmo em toda a parte e em todos os credos.
~
ResponderEliminar~ ~ Importante, verdadeiramente importante, foi a norma criada pelo Papa Francisco que é um excelente pastor.
~ ~ Aos poucos, as dioceses terão que arranjar meios para a cumprir, mesmo recorrendo a seguranças em regime de voluntariado.
~ ~ Cabe aos fiéis católicos-- membros efectivos da Igreja-- o dever de participar, colaborar, argumentar e velar para que a palavra do Papa seja cumprida.
~ ~ ~ ~ B e i j i n h o s. ~ ~ ~ ~
Francisco quer uma Igreja aberta, quer atrair pessoas, vocações, Majo.
EliminarQuando se atrai gente indesejável, mal educada, tomam-se medidas muito concretas.
Que não passam por esta falta de educação.
Beijinhos
Incompreensível.
ResponderEliminarEu compreendo o porquê, luisa.
EliminarNão compreendo, muito menos aceito, o como.
Também acho que há maneiras mais delicadas de evitar o excesso de visitantes. E se o pretendido era o silêncio, pois era isso que deveria dizer no cartaz...
ResponderEliminarE pronto, de um modo geral, também acho a tabuleta pouco católica!
Beijocas
É necessário controlar o número de visitantes, sobretudo durante as celebrações eucarísticas.
EliminarDesta maneira rude e mal educada é que não, Teté.
Beijocas
No meu entender, é bem mais grave. Revela a intolerância religiosa mas...
ResponderEliminarBeijinho. :))
Nem é isso que está em causa, ana.
EliminarOs visitantes que se pretende afastar são mesmo feios, porcos e maus.
Mas não é assim, à bruta, que se deve chegar a esse fim.
Beijinhos