Responsabilidade política


A doutrina brasileira ensina que “(…) a responsabilidade política pauta-se em princípios que derivam do conceito de representação. A priori, a representação caracteriza a transferência de poderes de um indivíduo ou de um grupo de indivíduos, para outro ou outros, tornando quem recebe tal parcela de poder, responsável pelos atos que adotar, em nome de quem transferiu, cabendo-lhes uma contra-prestação, traduzida no dever de prestar contas dos seus atos que geram efeitos para o outorgante.”
A tragédia brutal que Portugal enfrenta pela segunda vez no espaço de poucos meses com os incêndios florestais e as suas consequências dantescas, trouxe a expressão responsabilidade política para o espaço público como poucas vezes terá acontecido anteriormente.
Pedia-se que a Ministra e o Secretário de Estado da Administração Interna assumissem a responsabilidade política pelos inúmeros casos de ferimentos ou morte de pessoas inocentes, pela brutal devastação causada pelos incêndios.
Os responsáveis políticos deveriam, seguindo a noção supracitada, prestar contas pelo que aconteceu e não poderia ter acontecido.
É essa a minha opinião também.
Se o número brutal de vidas e bens perdidos já seriam motivo mais que suficiente para responsabilizar politicamente a Ministra e o seu Secretário de Estado, o comportamento de ambos ainda mais viria reforçar essa óbvia consequência.
Não só eram eles os responsáveis directos pela remodelação das estruturas da protecção civil, as mesmas que falharam de modo rotundo no combate ao flagelo dos incêndios, como eram também os responsáveis directos pela decisão catastrófica de desactivar parte desses meios quando a chamada época Charlie já se teria esgotado.
Se tudo isto não fosse bastante para responsabilizar ambos, as declarações que proferiram publicamente seriam o ponto de não retorno.
Constança Urbano de Sousa e Jorge Gomes são os únicos responsáveis pelas catástrofes vividas em Portugal?
Claro que não.
Não só não são os únicos, como não serão talvez os maiores responsáveis por essas situações, como o seu afastamento não vai corrigir o muito que tem que ser corrigido.
Políticas de florestação e reflorestação erradas ao longo dos anos, ausência de prevenção, negligência criminosa e mão criminosa na origem de muitos incêndios, são fenómenos de todos conhecidos.
Mas não é de alteração de políticas e mentalidades que agora se trata.
Porque essas são questões que não se tratam no imediato.
No imediato o que pode e deve ser tratado é a responsabilização política dos titulares de cargos públicos.
Não perceber isso revela um autismo incompreensível.
O Presidente da República, que se tinha remetido a meras declarações de circunstância, deu finalmente um murro na mesa.
E exigiu medidas imediatas.
Medidas que passam pela confirmação do apoio parlamentar ao actual Governo, apoio esse que garantirá a implementação de reformas políticas inadiáveis, e uma alteração de pessoas percebendo-se bem quem eram os visados.
Sábado, prometeu Carlos César, depois da reunião do Conselho de Ministros, haveria novidades.
Não foi preciso esperar por sábado.
A Ministra da Administração Interna percebeu finalmente que não tinha quaisquer condições para permanecer em funções e apresentou o pedido de demissão.
Que o Primeiro Ministro aceitou, conhecendo-se já o nome do novo Ministro, Eduardo Cabrita, a quem desejo as maiores felicidades neste novo desafio.
Eduardo Cabrita que, naturalmente, irá reformular a desgastada equipa do Ministério da Administração Interna.
Para, depois sim, se discutirem medidas de intervenção profunda.
Com outras pessoas, outras caras, esperemos com maior convergência entre as diversas forças políticas que os problemas são demasiados e demasiado graves para serem tratados ao nível da chicana política.
São problemas de uma dimensão extrema, a exigirem um verdadeiro pacto de regime, que será também o que o Presidente da República pretenderá com o voto de confiança da Assembleia da República que exige.

Comentários

  1. bom dia.
    não sou muito de fazer comentários de politica , mas infelizmente a responsabilidade dos políticos é muito pouca não só em Portugal como em todo o mundo.
    JAFR

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    1. Afinal até houve responsabilização política, Joaquim Rosário.
      Antes tarde que nunca.
      Agora vamos ver se se passa para o mais complicado - as reformas políticas e de mentalidades.

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  2. Foi mesmo uma tragédia brutal e por trás desta tragédia está uma palavra que se chama negócio.
    Estes incêndios são um negócio para muita gente só que desta vez houve mortos e muitos.
    Um abraço, continuação de boa semana.

    Andarilhar
    Dedais de Francisco e Idalisa
    O prazer dos livros

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    1. Demasiados, Francisco, demasiados.
      Um seria muito.
      Este número brutal não poderia deixar de ter consequências políticas.
      Aquele abraço

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  3. Ao cair um Ministro, não cai automaticamente um Secretário de Estado ?
    Ainda não dei conta...

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    1. Não necessariamente, João Menéres.
      Não é uma equipa a ser empossada, são pessoas individualmente.

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  4. Teve que acontecer uma grande tragédia para acordarem do longo sono negligente...

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  5. Poderemos considerar o discurso de Marcelo como uma espécie de cartão amarelo ao governo? Talvez mas, mais amarelado foi o que exibiu ao BE, PCP e CDS, este último por causa da moção de censura, completamente descabina no contexto.

    Um abraço

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    1. António,
      Eu percebi o discurso do PR como um aviso a todos os partidos com representação parlamentar muito para além do Governo.
      É mais que tempo de todos se entenderem e deixarem de politiquice, algo do género.
      Esperemos que assim seja.
      Mas acho difícil tão grande é o afastamento das várias forças partidárias.
      Aquele abraço

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  6. A ministra já tinha apresentado pedido de demissão logo após Pedrógão e desta vez exigiu mesmo que Costa aceitasse a sua vontade.

    Estamos de acordo: Marcelo enviou recados tanto para o Governo como para a oposição, cujo comportamento tem sido vergonhoso, pois longe de pensar na população pensa em ganhos políticos.

    Bom resto de semana

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    1. Quando a politiquice chega a estes pontos, não respeita sequer a morte, eu fico enjoado, São.
      Ao meu amigo Eduardo Cabrita, que nunca esquecerei foi quem me mostrou Macau no dia da minha chegada (1 de Outubro de 1995), desejo toda a sorte numa pasta muito complicada e em tempos muito complicados.
      Capacidade eu sei que ele tem.
      Enviei-lhe hoje uma mensagem deste teor.
      Bom resto de semana

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  7. Como disse num poema na altura de Pedrógão, ninguém está inocente, só as crianças. E mantenho isso.
    Por outro lado, creio que aconteceria o mesmo (ou parecido) se tudo estivesse bem estruturado a nível de combate a incêndios. Porque o grande problema está nas condições de risco a que toda a gente faz vista grossa, a começar pelos moradores. E, na minha opinião, não faz sentido haver tantas casas expostas ao risco de incêndio. Claro que as autoridades, a começar pelas autarquias, deveriam ter um levantamento permanentemente atualizado destas situações de risco e, em cada caso, ter medidas prescritas para eliminar ou minimizar esse risco.
    Também há que ter uma maior fiscalização nas queimadas, porque ninguém cumpre a lei (no verão, creio que até final de Outubro, são proibidas e todas elas devem ser do conhecimento prévio dos bombeiros). Se todos cumprissem, ficaríamos a saber que as que acontecessem eram feitas por criminosos ou doentes mentais.
    Ou seja, isto é um assunto político. Mas não partidário. E, por isso, não percebo nem aceito a hipocrisia da oposição, que não foi sujeita a estes dois acontecimentos porque teve a sorte de aparecer a geringonça...
    Continuação de boa semana, caro Pedro.
    Abraço.

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    1. Estamos de acordo, Jaime Portela.
      Não é um problema partidário, é um problema político.
      E tem que ser resolvido a esse nível.
      Não é isso que o PR quer ao passar a bola para a Assembleia da República?
      Aquele abraço

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  8. O Pedro já conhece a min há posição sobre o assunto, por isso, não me vou repetir. Acrescento apenas que ontem, na AR, se comprovou aquilo que eu sempre disse: CDS e PSD estão-se marimbando para os mortos e para a floresta ( estiveram 5 anos no poder e as medidas que foram tomadas sobre florestas foram no sentido contrário das necessárias). O único objectivo da oposição é aproveitar a desgraça alheia para tirar dividendos políticos. Ora isso é, no mínimo, nojento. Aquele abraço

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    1. Está ali a minha posição na resposta ao Jaime Portela, Carlos.
      Não é um problema partidário nem nenhum partido pode sacudir a água do capote.
      É um problema político.
      E foi isso que o PR bem sinalizou - chega de politiquice, entendam-se que o que aconteceu não podia ter acontecido.
      E nem pensar que se repita.
      Aquele abraço

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  9. O assunto é muito sério, complicado e difícil esperemos que o novo eleito possa/consiga fazer alguma coisa...
    O mal da política é que é um "comboio em andamento" e grande parte das vezes por muito boas que sejam as intenções se for contra o sistema....fica tudo na mesma.
    Eu sinto-me muito descrente , não dos homens mas de todo o sistema.
    Bjs e os desejos que corra melhor do que até aqui.

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    1. O Eduardo Cabrita vai pegar numa pasta muito complicada e num momento muito complicado.
      Para além do talento dele, que o tem, vai precisar de sorte para fazer um bom trabalho.
      Bjs

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  10. Caro Amigo Pedro Coimbra.
    Pertinente reflexão num momento que estamos em estado de comoção, ao constatar a desgraça que assola teus patrícios.
    aloroso abraço. Saudações solidárias.
    Até breve...
    João Paulo de Oliveira
    Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver, sem véus, sem ranços, com muita imaginação, autenticidade e gozo.

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    1. É inimaginável o sofrimento de quem perde entes queridos, bens, uma vida, em poucos momentos, Amigo João Paulo de Oliveira.A definição de HORROR deve passar muito por momentos como este.
      Aquele abraço

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  11. Mais uma intervenção do PR que aplaudi...porque é hora de se unirem esforços políticos versus orçamentais etc e tal...ou seja pôr ordem na Assembleia da República que não passa de uma turma indisciplinada e alguns que roçam a falta de ética e educação.

    Já se demitiu quem deveria ser e já novos nos seus lugares.

    No entanto há algo que me leva a dizer que a política mete-me nojo, sobretudo a oportunista e o passar de culpas.

    Ouvir PPC falar que pede a demissão do governo e que como cidadão sente vergonha...deve ter tido um grave lapso de memória porque os portugueses sabem bem e sobretudo as do interior o que foi feito em 4 anos.

    Depois a moção de censura de Cristas ainda numa altura de luto nacional vem com ar de..."não digo"...quando os portugueses sabem que ela é conhecida pela Srª. Eucalipto (leiam o muito que há por aqui na internet) e pela Mãe da nova lei do arrendamento que milhares de velhos perderam as suas casas pelo brutal e impensado aumento de rendas (nunca fui contra, mas a sua fórmula foi vergonhosa). Quem me dera ser herdeira de casas em Lisboa à pois é...pois é!

    A justificação de ambos é "porque os portugueses querem, desejam etc e tal" e a ambos digo que os portugueses querem é união/ajuda/apoio porque o que acabei de dizer é uma causa nacional bem grave e não politiquices com desejo de POLEIRO E DEFESA DE LÓBIS.O que os portugueses querem é que não percam tempo com tretas, encenações, folclores porque não somos burros.

    Por mim até dispensava a cerimónia da tomada de posse!

    Não sei se me fiz entender, mas já não consigo ver mais imagens e notícias porque continua bem marcada na minha alma o sofrimento/dor "de tudo reduzido a escombros e fugir com a roupa no corpo".

    Beijos





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    1. "os portugueses querem é união/ajuda/apoio porque o que acabei de dizer é uma causa nacional bem grave e não politiquices com desejo de POLEIRO E DEFESA DE LÓBIS.O que os portugueses querem é que não percam tempo com tretas, encenações, folclores porque não somos burros."

      Se se fez entender, Fatyly?
      De que maneira!
      Oxalá quem tem responsabilidades governativas, seja de que cor for, a ouvisse a si e a todos os que pensam como a Fatyly.
      Surdos, cegos, mas nada mudos, caramba!
      Infelizmente quando falam ou entra mosca ou sai m....trampa.
      Beijos, bfds

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  12. São problemas de uma dimensão extrema
    isso corresponde bem a situação Pedro !:(
    também sera um problema de policia que deve ser investigado alguém da fogo ás florestas e agora as aldeias e às pessoas
    e ainda falam do tempo da inquisição, que era o horror, não terão queimado tantas pessoas como agora em tao pouco tempo :(

    então estas pessoas que morreram queimadas vivas não ficam para a historia ? não ha culpados ? nem castigos a quem deita fogo ?
    se assim continua, um dia destes deitam fogo ás cidades as aldeias já foram atingidas desta vez, na falta de mais florestas por queimar
    vamos assistir à tomada de posse de gangues partidários Se a policia não faz nada , 500 fogos num fim de semana não é por acaso que acontecem ....
    é uma guerra a qualquer coisa que não se entende mas as autoridades policia, justiça, exercito têm o dever de proteger as populações e de eliminar os perigos a que essas populações estão expostas :(((


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    1. Obviamente nada disto acontece por acaso ou por azar, Anónimo.
      Mas o Estado também tem que saber combater os pirómanos que estão a queimar e destruir o país.
      Os fdp que queimaram um pinhal com SETE SÉCULOS!!!
      Aquele abraço

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  13. Esperemos, de facto! Que o país, queimado e exangue, bem o merece.
    Mas, entretanto, já estão anunciadas temperaturas de 30 graus e mais para dias próximos. Vamos ver se o senhor presidente vai ter de exigir mais demissões...

    Beijinho, Pedro.

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    1. Se tiver que as exigir, que as exija, Graça.
      Múmia já tivemos uma naquele cargo.
      Não pode ser abraço e afectos.
      Muitas vezes é preciso ser BRUTO.
      Beijinhos

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  14. Esta foto foi tirada no quartel de bombeiros da Vieira de Leiria, uma das freguesias da Marinha Grande!

    O PR mandou recados sim, vários até, mas uma coisa eu sei, o CDS e PSD não defende os interesses do povo que é a maior riqueza do País, muito menos se preocupa com a desgraça dele, há grande interesse sim, carreirista. Exigem a este governo coisas que têm decadas, mas quando lá estiveram, nada fizeram!

    Eduardo Cabrita vai ter um caminho dificil de percorrer.

    Beijinho Pedro

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    1. Passei férias em Vieira de Leiria há muitos anos, Adélia.
      Até tenho medo de passar por toda essa zona e não ver o verde que bordava aquelas estradas.
      Não vou falar de partidos.
      Cada vez mais não me dizem nada.
      Estamos a falar de problemas sistémicos, nacionais.
      Cristas, Passos Coelho, Costas e quejandos, passam.
      O que eu quero é que, de uma vez por todas, para além dos nomes, mudem MUITO as políticas.
      E que parem as politiquices e os politiqueiros.
      Beijinhos

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  15. Acabo de ler no digital OBSERVADOR o que transcrevo :
    Com a saída de Constança Urbano de Sousa, e consequente exoneração dos seus secretários de Estado...

    Um abraço, caro amigo.

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    1. Estava convencido que não havia uma relação causa/efeito.
      Pelos vistos estava enganado.
      Aquele abraço, João Menéres

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    2. Estava mesmo enganado, João Menéres.
      A CRP (artigo 186º, nº 3) não deixa margem para dúvidas:

      Artigo 186.º
      Início e cessação de funções
      1. As funções do Primeiro-Ministro iniciam-se com a sua posse e cessam com a sua exoneração pelo Presidente da República.

      2. As funções dos restantes membros do Governo iniciam-se com a sua posse e cessam com a sua exoneração ou com a exoneração do Primeiro-Ministro.

      3. As funções dos Secretários e Subsecretários de Estado cessam ainda com a exoneração do respectivo Ministro.

      Aquele abraço

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    3. Então, desvanecem-se as dúvidas, Pedro Coimbra.
      Muito obrigado e um longo abraço.

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    4. Raramente trabalho com Direito Constitucional, João Menéres (quase só Administrativo).
      Foi uma boa oportunidade para pegar na Constituição e tirar dúvidas.
      Aquele abraço!

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  16. Li o seu texto com imenso prazer, devo dizer-lhe, embora não pense que sempre que uma ponte cai, por exemplo, e estou a lembrar-me de uma, que caiu há uns anos, O Jorge Coelho, demitiu-se. Então, o que teve a ver o JC com a queda da ponte, onde morreram tb mtas pessoas? Se é uma questão de solidariedade, dignidade, descartar-se disto ou daquilo, enfim talvez entenda, minimamente, mas nem assim.

    Em relação a esta ministra, penso exatamente da mesma forma. A criatura não tem ponta por onde se lhe pegue, fisicamente e nos modos, tb, não, mas isso não é assunto para aqui chamado, mas eu preciso de integrar as pessoas no seu aspeto físico e modos para perceber outras coisas.

    Foi encontrada uma forma de governo, que foi apelidada pelo inteligentíssimo e show man, Paulo Portas, como geringonça, nomenclatura que pegou e bem e agora dizem que a oposição está cheia de sorte, pke não está metida ao barulho. O que eu sei, é que enqto lá estiveram, houve incêndios, sim senhor, mas mortos, nunca. Evidente que o governo anterior não passou a vida a tratar das florestas, a tomar medidas em Janeiro para qdo viesse o verão e os inevitáveis fogos, mas algo fez.

    Penso que esta questão dos incêndios diz respeito às juntas de freguesia, às câmaras municipais, à prevenção e medidas a serem tomadas no inverno, e k não são tarefa propriamente ao ministro "a" ou "b". É UMA QUESTÃO DA COMUNIDADE!

    Qto ao PR, ele não sabe só ar mergulhos, beijinhos e abraços, provar petiscos, assistir a concertos de "n", passear para aqui e para ali. Ele sabe dar um berro, qdo é preciso e um dia destes, mostrará a sua verdadeira face e índole.

    Beijinhos, Pedro!

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    1. O caso da Ponte de Entre-os-Rios e Jorge Coelho é paradigmático do que é responsabilidade política, CÉU.
      O Jorge Coelho não construiu a ponte, não fazia a manutenção da ponte, não a foi abanar para ela cair.
      Mas era o representante do Estado naquela área.
      E o Estado não pode permitir que uma ponte caia e que morram pessoas por causa disso.
      nem pode permitir que morram pessoas queimadas em incêndios.
      Se isso acontece alguém tem que ser responsabilizado.
      Estou-me nas tintas se o partido que governa é rosa, laranja, azul ou cor do burro quando foge.
      Isto simplesmente não pode acontecer, muito menos passar impune.
      Beijinhos

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  17. Aguardo com curiosidade, Pedro, pelas "medidas" de defesa da Floresta e Matas Nacionais.

    Quanto ao mais pergunto: Onde anda o Ministro da Agricultura, Pescas e Floresta?

    Aquele abraço.

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  18. Coimbramigo

    Antes do mais venho agradecer a maneira simpática e gentil que me enviaste aquando do meu regresso à blogosfera.

    Apesar deste longo período em que vivi como uma rocha basáltica que me alheava de tudo e de tos. Mas, evidentemente segui a calamidade que foram os fogos. Penso até que foram momentos de intervalo dessa maldita doença que vou aguentar até ao fim da minha vida pois não é curável. E o principal é a saúde.

    Vamos pois a esse verdadeiro tsunami de labaredas de que recordo em 76 amos os fogos aconteceram.

    Penso que foi importante o que o PR disse nesta manhã:

    O Presidente da República saudou hoje em Tábua a "forma rápida e tão abrangente" como o Conselho de Ministros extraordinário de sábado sobre incêndios "quis tratar de tudo e de tantos dossiês em tão pouco espaço de tempo".

    "Entre hoje de madrugada e hoje de manhã estive a analisar as medidas do Conselho de Ministros. Quero sublinhar a forma rápida e tão abrangente como o Conselho de Ministros quis tratar de tudo e de tantos dossiês em tanto pouco espaço de tempo", disse Marcelo Rebelo de Sousa, naquele município do distrito de Coimbra também afectado pelos incêndios do dia 15.


    Isto quer dizer que o Governa não cruzou os braços nem que o o ar de sobranceria de António Costa falou na sua última intervenção sobre o tema desgraçado que foram os incêndios florestais que alguns media divulgaram.

    Penso que além do mais há que ter em conta o vento diabólico e a falta de água ou seja de chuva. Tenho de sublinhar estes dois factores que considero dos mais importantes.

    O intenso trabalho das corporações de bombeiros que estar em toda a parte porque não são o Deuses. A maior parte deles são voluntários o que acrescenta o valor das suas variadíssimas intervenções,por vezes com falta de meios para o combate ao fogo.

    Já o estúpido papel dum tal SIRESPE que a maior parte da população nem sabia o que era e penso que continua a não saber.

    Se Amigo Coimbra mo permitir está a primeira da minha intervenção que será publicada num segundo comentário

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    1. FerreirAmigo,
      Tu já sabes que nesta casa entras sem precisar de bater à porta.

      No que se refere ao teu comentário há duas coisas que quero salientar:
      - O trabalho dos bombeiros, o saber dar a vida para salvar a vida de terceiros.
      Já o referi várias vezes, vou repetir.
      Nunca esquecerei Jay Leno, filho de bombeiro, a chorar convulsivamente depois do 11 de Setembro, e a lamentar a morte de tantos bombeiros naquela tragédia quando, como dizia o pai, apenas estavam a cumprir o seu dever, "fighting the good fight".
      - O PR, de quem sou um admirador, e que espero consiga meter as várias forças políticas na ordem.
      Este não é um tempo para lutas político - partidárias, este é um tempo para unir esforços, reconstruir o que foi destruído, repensar políticas de ordenação do território, de prevenção e combate aos incêndios.
      Aqueles que tudo perderam, até a própria vida, merecem isso, não merecem politiquice vinda de politiqueiros.
      Sejam de que cor forem.

      Enviei uma mensagem ao meu amigo Eduardo Cabrita a desejar-lhe sorte numa pasta muito complicada, num momento muito complicado.
      Capacidade ele tem, precisa de apoio e de sorte.
      A malta de Macau em força no Governo.

      Grande abraço para ti, beijinhos para a Raquel

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  19. Coimbramigo Seguimento do primeiro comentário

    Todos, os portugueses somos peritos em deitar as culpas para atrás das costas e dizer (não fui eu…) e acusar de tudo e mais alguém de ter feito uma coisa mal feita.
    Na minha modesta opinião há que ordenar a formatura dos portadores de culpas:
    A) O(s) Governo(s)
    B) Os partidos políticos e
    C) Os políticos.
    Tudo vem indicando que sem eles (A,B e C) não Democracia. Nomeadamente a representativa (que parece que é a nossa...) E para que eles existam há que votar (deitar o voto na urna) se possível com a menor percentagem dos cidadãos votantes, o seria melhor sem sombra de dúvidas.
    No contexto deste comentário ou seja quanto aos incêndios florestais, há muitos culpados desde o Governo até à ministra Constança que já foi à vida e principalmente o primeiro-ministro. Por isto e por aquilo há muitíssimas culpas mas também há desculpas a esmo. Apenas uns exemplos para não me alongar:
    Para António Costa há a culpa de não ter mandado chover e também o ar sobranceiro que utilizou para informar a gente (e recordo o Zeca Afonso o que faz falta é avisar a malta…) do que se estava passando – um período horrível de pessoas, casas, indústrias et aliud, sem dúvidas o pior de que me recordo ao longo dos meus 76 anos.
    Para a ex-ministra Constança há imensas culpas: tem uma cara triste; não se demitiu mesmo antes de tomar posse e muitas culpas mais.
    Para o ministro da Capoulas não florestou apesar de ser ministro da Agricultora, das Florestas e sei lá mais o quê: não desflorestou e permitiu mais umas árvores simpáticas que são os eucaliptos.
    E podia ir por aí fora em tom irónico, porque creio que não foi até à data utilizado, mas peço desculpa destas facécias sore acontecimentos dolorosos.
    Mas o mais usado é atacar os partidos políticos e os próprios políticos. Convém recordar que somos, os cidadãos que neles estamos filiamos e deitas os nossos votos nas urnas para os elegermos.
    Quantos às medidas aprovadas em Conselho de Ministros extraordinário ontem (no sábado) não me pronuncio porque quando estou a escrever este comentário inda não sei o que são e quantas são; sei apenas que o PR as encomiou publicamente.
    Tenho de acrescentar as negociatas que os incêndios florestais originam, desde os pilotos dos aviões e dos helicópteros que são pagos à horam quando voam para ajudara apagar os fogos até às indústrias de madeiras: as árvores queimadas são mais baratas do que as “normais”, passando pelas firmas que vendem materiais para os mesmos fogos.
    E não dou conta dos pirómanos que andam por aí. É preciso mais energia (e mais pessoal) para os eliminar.
    Oxalá nos próximos anos as coisas se componham e os fogos que haverá (porque vai havê-los) não sejam mais pequenos e menores danos em pessoas e coisas.

    E por aqui me fico, mas fica prometido que voltarei ao assunto em tempo oportuno.

    Bjs & Qjs para as três meninas e um abraço para tu do

    Henrique, o Leãozão

    ________

    Ontem o FêCêPê deu seis batatas; hoje vamos ver como acaba o Sporting-Chaves. E o Benfica parece que já está a dar 0-2 aos Aves. Enfim, este campeonato vai os tripeiros...

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    1. Esqueceste uma parte muito importante, FerreirAmigo - nós, os cidadãos.
      É muito fácil culpar o Governo, seja ele qual for, e todos têm culpas no cartório, e convenientemente esquecermos as nossas culpas.
      Fazer queimadas, piqueniques, cigarros que vão janela fora e quejandos ajudam muito a começar ou alastrar vários incêndios.
      Vai sendo tempo de também sermos mais conscientes e deixar de constantemente apontar o dedo ao outro.
      Grande abraço para ti, beijos para a Raquel

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    2. Coimbramigo

      Há ainda que respeitar as ordens e conselhos das autoridades no terreno; por não serem respeitados alguns que não quiseram abandonar as casas como diziam os soldados da GNR morreram queimados nessas mesmas casas.

      Vêm aí de novo os 30º; quero ver o que vai acontecer. Seria óptimo que acontecessem danos pessoais e outros bens. Quanto às culpas nem nos cartórios há.... Tenho dito.

      Abç

      Henrique

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    3. tens um óptimo exemplo dessa realidade nos dois irmãos que morreram perto de Coimbra porque quiseram salvar o negócio do pai.
      E nas várias pessoas que aqui morreram no tufão Hato, afogados nos parques de estacionamento, para salvar...o carro.
      Grande abraço para ti, beijos para a Raquel.

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  20. A responsabilidade política parece-me ter associada uma ideia demasiado difusa. Por vezes terá limites que invadem a responsabilidade civil e criminal. Ou seja a demissão não deverá "absolver", apagar a responsabilidade de quem se demite.
    Por outro lado, para mim, a demissão deve ser acionada de modo próprio ou pelo superior, quando não houver capacidade de se fazerem as roturas que as situações impõem.
    Claro que "estava na cara" da Dr.a Constança que não era ministra há muito tempo. A "tropa" do MAI requer outro perfil.
    Abraço, amigo.

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    1. Uma coisa não paga a outra, Agostinho.
      A responsabilidade política não apaga a responsabilidade disciplinar, muito menos a civil e criminal, Agostinho.
      Está a acontecer isso em Macau com a responsabilização consequente ao terrível tufão Hato.
      Aquele abraço

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