Paz no Médio Oriente
O Mundo celebra um acordo de paz no Médio Oriente.
Uma celebração em tudo precipitada.
Porque se trata de celebrar o que está ainda muito longe de acontecer.
O que se conseguiu agora foi calar as armas, parar a guerra.
Conditio sine qua non para um dia se poder aspirar a existir paz entre os dois beligerantes.
Ouvia o Major General Arnaut Moreira explicar muito claramente o momento e o que possibilitou a sua existência.
O grande objectivo de Israel foi largamente conseguido.
O Hamas foi extraordinariamente debilitado nas suas estruturas e nos seus apoios externos e percebeu isso.
Não só a estrutura do movimento terrorista foi atingida brutalmente por Israel, como, e em simultâneo, o Irão, que era o grande aliado do Hamas, viu os seus proxis e essenciais aliados (Síria e Líbano) cair.
Conscientes dessa realidade, enfrentando opiniões públicas cansadas do morticínio, israelitas e palestinianos deram um primeiro e tímido passo no sentido da aproximação.
As armas calaram-se e alguns reféns irão ser libertados dos dois lados.
Mas não mais do que isto.
A profunda desconfiança mútua, com os dois lados do conflito a olharem para o inimigo que os quer destruir, continua (alguma vez desaparecerá?).
E os ódios também.
O tempo da guerra poderá ter terminado (até mesmo esta é só uma probabilidade).
O tempo da diplomacia, longo, moroso, ainda agora começou.
E é só esta realidade que se pode por enquanto celebrar.
O precário acordo de trégua em Gaza foi saudado por Joe Biden no seu discurso de despedida, mas nem ele nem Kamala Harris disseram que provavelmente foi a questão palestina que fez Donald Trump vencer.
ResponderEliminarOs muçulmanos americanos votaram no partido republicano ou no partido dos Verdes — que obteve 18%. E não perdoaram ao partido democrata por apoiar o governo israelita.