A justiça de Deus e a justiça dos homens
A proposta para que seja concedida uma amnistia por ocasião do Jubileu da Igreja Católica é mais um motivo para fracturar um Parlamento já profundamente dividido.
Tenho uma opinião formada acerca do tema desde que me lembro de ser gente.
Misturar a justiça dos homens e a justiça de Deus é uma péssima ideia.
O perdão divino, a ser concedido no seio da Igreja, nunca se deve cruzar com o possível perdão laico, a ser concedido pelos tribunais ainda que com fundamentos políticos.
Separação rigorosa entre Estado e Igreja como axioma fundamental das sociedades modernas.
Argumenta-se que o que se pretende é dar um sinal de esperança num momento em que esse sentimento é tão essencial.
Intenção nobre, caminho e fundamento errado.
E a abrir um precedente perigoso.
O Estado é laico.
E assim deve continuar.
A amnistia concedida aquando da visita do Papa já foi um passo ousado.
Repetir esta ousadia tão pouco tempo depois, e novamente fundamentada na Igreja Católica, é dar um mau sinal num Estado que se pretende laico e inclusivo.
E é fazer imiscuir a Igreja na política criminal, no cumprimento de penas, na reinserção social dos reclusos.
Uma vez mais.
O perdão de Deus não se deve misturar com o perdão dos homens.
A Igreja pode e deve perdoar aqueles que num momento ou outro das suas vidas prevaricaram.
E perdoá-los com base nas leis da Igreja.
O perdão criminal tem de obedecer a outros fundamentos e tem de ter outros objectivos.
Não uma celebração Católica.
Subscrevo totalmente!
ResponderEliminarBeijos e um bom dia
Beijos, Fatyly
EliminarNem mais, Pedro!
ResponderEliminarSó esta sua frase já dizia tudo:
"O perdão divino, a ser concedido no seio da Igreja, nunca se deve cruzar com o possível perdão laico, a ser concedido pelos tribunais ainda que com fundamentos políticos."
Já Cristo dizia: " Dai a Deus o que é de Deus e a César o que é de César"...!
Beijinhos
Parece que começa a cair no esquecimento, Janita.
EliminarFaz-me muita confusão, confesso.
Beijinhos
Opinião de profissional com a qual estou completamente de acordo...
ResponderEliminarHistoricamente foi longa a luta para separar os dois poderes...
Enfim, algo para entreter as cabecinhas pensadoras do parlamento.
Dias bons.
Beijinhos
===
Sou totalmente favorável a uma rigorosa separação de poderes, Majo.
EliminarSe vamos por este caminho, porque não alargar estes perdões a outros cultos?
E paramos onde e quando?
Beijinhos
Gosto deste cardeal.
ResponderEliminarPorém, a ICAR que trate de si e dos seus assuntos internos e não se imiscua nos do Estado. Principalmente, porque deixa impunes violadores e pedófilos da sua própria estrutura. Ainda hoje se desconhece a punição desses criminosos e o que pretende fazer quanto às vítimas !
Eu também gosto muito dele, São.
EliminarE não é só por ser um fervoroso adepto do FCP.
Mas está a ir por mau caminho com esta proposta.
Pelas alminhas do purgatório ( que um Papa já destruiu) não me deixe a impressão de que a clubite o afecta, Pedro !
EliminarBom resto de semana :)
É sempre um sinal exterior de bom gosto e bom senso 😉
EliminarNossa...!
ResponderEliminarConcordo plenamente...
Dai a Deus o que é de Deus e a César o que é de César.
Boa semana, Pedro!
Beijo.
Precisamente, Tais Luso.
EliminarA visita do Papa já foi pretexto para situação em tudo semelhante.
Outra??
Beijo
Mesmo que não fosse uma opinião de profissional, eu estava absolutamente de acordo. O „wokismo“ de Américo de Aguiar é muito apreciado pela esquerda portuguesa. O Paulo Raimundo está sempre a correr atrás dele. Ele não faltou à festa do AVANTE.
ResponderEliminarGosto dele, Teresa.
EliminarGrande portista.
Mas aqui está a meter o pé na poça.
Céus! Virgem Maria!!
EliminarO Pedro já está como alguns eleitores do CHEGA, que dizem que votam no André VENTURA, porque ele é um grande benfiquista.
Estou no caminho, Teresa 😀
EliminarJá dizia Luis Marques Mendes no seu comentário semanal, que conceder uma amnistia é prematuro nesta altura, já que foi concedida uma ,quando o papa veio a Portugal.
ResponderEliminarConcordo com tudo o que escreveu
Beijos
Agora são de dois em dois anos, Manu?
EliminarBeijos
Concordo. A César o que é de César.
ResponderEliminarNem mais
EliminarPedro, estou contigo, não pode nem deve ser doutro modo.
ResponderEliminarEstes políticos!
Grande abraço e tudo de bom
Grande abraço, Duarte
EliminarConcordo plena e totalmente contigo. Se a igreja quiser perdoar os Herodes deste mundo à luz da justiça divina, que o faça. Mas deixe aos laicos o direito e a vontade de praticar a justiça humana. E o sr. bispo de Setúbal vá aguiar para outra freguesia.
ResponderEliminarGrande abraço pah