Macau precisa de um tempo novo

Vinte e três anos de idade, a RAEM fez ontem anos.

Assinados os novos contratos de exploração de jogos de fortuna e azar, com um desfilar de promessas e gastos bilionários, todos desejamos que se inicie um novo tempo na cidade.

Não foi só a Covid-19 que afectou a sociedade de Macau.

Antes disso já havia outras maleitas que ainda não foram corrigidas e que urge corrigir urgentemente.

Não é possível encontrar alguém que faça pequenas reparações em casa por muito que se tente enquanto se bate a tecla da protecção do emprego dos locais, o trânsito na cidade é um caos, os pequenos negócios não sobrevivem, os abusos de posições de força repetem-se.

Macau passou a ser um local em permanente esquizofrenia.

A cidade tranquila, pacata, perdeu o tino.

A ilusão do muito dinheiro, muito depressa, muito fácil, desequilibrou a sociedade e as pessoas.

Veremos se esta nova era de exploração de jogo não agravará essa esquizofrenia.

Necessita-se liderança forte, determinada, sensata.

Venha de onde vier, tenha a nacionalidade que tiver.

Macau continua a ser uma cidade muito segura, onde há abundância, com uma população nada reivindicativa, nada problemática.

Todos os ingredientes para ser a sociedade harmoniosa que se pretende e se busca.

Vamos todos empenhar-nos nesse objectivo e deixar de lado umbigos inchados e slogans descabidos?

Vamos todos buscar a cidade dos sonhos e garantir que não se instala em Macau a terra do demo?