Eutanásia e referendo
A democracia representativa, o modelo que temos em Portugal ou algo muito semelhante, é o sistema político que sem reservas subscrevo.
Mas há matérias que julgo deverem ser colocadas directamente à consideração dos eleitores.
Uma delas é a eutanásia.
O tema é tão pessoal, tão controverso, tão complexo, que acredito ser um daqueles que deve ter intervenção directa do cidadão.
Ser a pessoa, na sua individualidade, e não através dos seus representantes, a pronunciar-se.
Um tema a pedir democracia directa e não apenas democracia representativa.
Não um plebiscito, uma audição ex ante da elaboração da norma, um referendo, uma auscultação popular ex post.
A indignação que vejo nas redes sociais devia ser dirigida à formação de um grupo de cidadãos que solicitasse ao Presidente da República a convocação de um referendo acerca da matéria como prevê o artigo 115º da Constituição.
Seria bom para todos.
Legitimaria a decisão tomada e não colocaria o ónus na Assembleia da República nem no Presidente da República.
Dando simultaneamente a todos cidadãos residentes a possibilidade de manifestarem a sua opinião acerca de um tema tão relevante a nível pessoal quanto social.
Concordo. A decisāo deverá ser feita pelo próprio, se tiver capacidade para a tomar e mediante aconselhamento / seguimento médico.
ResponderEliminarMais uma razão para referendar a lei, Catarina.
EliminarSem receios, com completo aconselhamento da população e discussão dos diferentes pontos de vista.
Não sei se é questão de referendo. E também não vejo que seja a Assembleia ou o PR a assacar com a responsabilidade quando se exige ao próprio que se pronuncie e decida por si mesmo se quer morrer (ser eutanasiado) em caso de doença terminal ou totalmente incapacitante. Os referendos, em Portugal, pelo que se tem visto, têm adesão bastante limitada.
ResponderEliminarEsta é uma das matérias que julgo dever ser referendada, bea.
EliminarSe a adesão for inferior a 50% o referendo não é válido.
É isso que prevê a lei.
A eutanásia é um tema que sempre foi, é, e sempre será, muito discutível. Também sou de opinião que deveria existir um referendo nacional sobre o assunto.
ResponderEliminar.
Saudações natalícias
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Eutanásia e distanásia foi o meu tema de dissertação no final do estágio de advocacia.
EliminarEm 1991.
Continuo cheio de dúvidas.
Um abraço
Teresa Palmira Hoffbauer
EliminarUm tema que até em filosofia dava uma interessante dissertação. Na vida real só tenho dúvidas.
Foi tema de dissertação do meu pai precisamente na Licenciatura em Filosofia, Teresa.
EliminarÉ muito raro, mas desta vez estyamos em discordância.
ResponderEliminarA eutanásia é objecto de discussão há anos .
Neste momento, o Partido Socialista tem a maioria absoluta e quem lha deu sabia que é favor da eutanásia.
Além disso - tal como o aborto e tal como o casamento entre pessoas do mesmo sexo - o facto de ser permitida não obriga ninguém a segui-la.
E é aqui que , na minha opinião, está o cerne da questão : enquanto eu , que quero ter suicídio assistido ou ser eutanasiada, não me passa pela cabeça obrigar alguém a fazê-lo , quem é contra obriga-me a viver em sofrimento!!
A morte faz parte da vida e portanto o poder decisão é pessoal !
Percebo o ponto de vista, São.
EliminarE também não o acho nada descabido.
Por isso digo que tenho muitas dúvidas e muito poucas certezas neste tema.
Poder de decisão pessoal?
No suicídio, sim.
No suicídio assistido, que exige a intervenção de terceiro, já tenho algumas reservas.
O suicídio assistido , para mim, só exige que me digam o que eu tenho que tomar para morrer nada mais... Se houver intervenção de alguém , é eutanásia.
EliminarHá anos que entreguei á entidade competente o chamado testamento vital.Espero que quando tiver que o renovar ( de cinco em cinco anos, o que considero desnecessário) já inclua a poção de eutanásia /suicidio assitido.
Desculpem por me meter aqui, mas quando ia a descer pelos comentários para comentar também, encontrei aqui finalmente um comentário com o qual me identifico completamente. Discordo do Referendo porque não me parece que seja algo que uma maioria possa impor a uma minoria, deve ser possível a alguém que esteja a sofrer poder optar por uma morte digna (no caso da maioria ser contra e sem prejuízo de haver médicos objectores de consciência e quem seja contra, médico ou paciente, poder simplesmente não a aplicar e não a escolher)
EliminarE outro lado da barricada diz porque é que uma minoria me pode obrigar a ter uma lei que me ofende, Gabi.
EliminarÉ um tema que envolve paixões, crenças, dogmas.
Muitas dúvidas, muito poucas certezas.
A lei não pode ofender quem quer que seja, pois , como bem diz, é uma questão que envolve crenças e ninguém tem que viver/morrer segundo as crenças de quem quer que seja... e eu acredito em Deus(ou qualquer que seja a invocação dada).
EliminarRedonda, graças por lembrar a hipótese, que não referi, da possibilidade da objecção dos profissionais de saúde.
Bom dia
ResponderEliminarUm tema para mim muito complexo e confesso muita indecisão ao mesmo .
Ao haver referendo , não sei mesmo o que fazer .
JR
Se não referendamos estas matérias vamos referendar o quê??
EliminarSó alguém com capacidade de decisão poderá solicitar essa forma de acabar com o seu sofrimento.
ResponderEliminarPenso que a lei é suficientemente clara para não ser preciso um referendo.
Abraço
Repito a pergunta - então afinal para que serve o referendo?
EliminarAbraço
Posso responder? Servirá para outros temas, como por exemplo uma opção pela energia nuclear, algo que diga respeito a todos e nos afecte a todos - proibir a eutanásia irá afectar os que em sofrimento querem poder optar por uma morte digna, permiti-la não irá prejudicar os que são contra
EliminarDiga isso a amigos meus que lhe dizem logo que essa lei é ofensiva para eles.
EliminarE olhe que não são poucos.
Este comentário foi removido pelo autor.
EliminarSe é a lei para permitir a energia nuclear que consideram ofensiva para eles, poderia haver um Referendo; se é a lei para permitir a eutanásia que considerariam ofensiva, eu não falava em ser ofensiva, mas em afectar! Se eu não sou obrigado a optar pela eutanásia, não deveria afectar-me que alguém ao meu lado tenha a possibilidade de o fazer, porque não é proibida. Podemos comparar o que se passa com a eutanásia com o que se passa com as uniões entre pessoas do mesmo sexo, porque é que me há-de afectar que um casal que mora ao meu lado possa casar ou não, apenas porque são do mesmo sexo? Continuando assim também iriamos então admitir que a maioria decidisse pela discriminação religiosa, racial, sexual, das mulheres, etc; o valor e o respeito pela liberdade individual aqui devem prevalecer
EliminarÉ um assunto muito delicado para ser tratado de ânimo leve.
ResponderEliminarEu sou a favor do referendo.
Beijos
Eu também, Manu.
EliminarCada um dizer o que pensa.
Até mesmo dizer que não pensa nada.
Beijos
Concordo plenamente consigo, tendo em conta que é um tema tão sensível e discutível, talvez fosse preferível haver um referendo.
ResponderEliminarBeijinhos
Julgo que o referendo foi pensado justamente para este tipo de decisões.
EliminarÉ a minha opinião.
Beijinhos
Sou a favor do referendo mas, curiosamente, nunca me perguntam nada, daquelas coisas que dão direito a uma estatística, sondagem, ou lá o que é.
ResponderEliminarO próprio (doente) deve ter uma palavra decisiva. Se estiver no pleno uso das suas faculdades.
É um tema que deve ser debatido com a seriedade necessária.
Abraço
Ora aí está, António.
EliminarDebatido, esclarecido.
Com serenidade, sem gritaria, sem paixões.
Abraço
Um assunto já muito debatido!
ResponderEliminarDepois, há a considerar o excesso de religiosidade e a falta de cultura da maioria do povo português não citadino.
Como aconteceu com o aborto, que não se atire a batata quente para as mãos dos eleitores e se assista à deplorável guerra do Sim e do Não. ''Eles'' foram eleitos para decidir.
E a lei não obriga ninguém.
Beijinhos
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Povo não citadino, Majo??
EliminarSe eu dissesse quem são os amigos que se opõem ferozmente a esta lei ia perceber que são justamente o oposto.
Como diz o António, não perguntaram a ninguém o que pensa acerca da matéria.
Seria assim tão complicado perguntar??
Beijinhos
😮
EliminarUm assunto sem consensos, por cá... há anos!... Agora cabe a decisão a Marcelo de novo...
ResponderEliminarBeijinhos
Ana